Regionalismo de 30: a Literatura Brasileira ganha destaque mundial
O Regionalismo de 30 marcou nossa literatura, por promover uma prosa ficcional que, em sua maior parte, tem como o Nordeste como foco central, ao menos é esta a visão que encontramos nos mais variados livros didáticos. Mas, não foi bem assim, este modo de escrever pautado, principalmente na denuncia social, seja da seca no Nordeste ou dos costumes burgueses no Rio Grande do Sul, a literatura tornou-se uma arma poderosa contras todo tipo de injustiça. Tudo era feito com muito estilo, ética e estilo, não era um mero discurso panfletário/ideológico, tanto que os romancistas mais aplaudidos pelos críticos, como também alguns dos odiados ou simplesmente esquecidos por estes mesmos comentaristas, estão produzindo neste período.
Por isso fiz questão de apresentar vários textos sobre o tema, possibilitando uma reflexão mais m ampla deste momento que impulsionou a Literatura Brasileira, propagando-a pelo mundo inteiro. Boa Leitura. ( Johniere Alves Ribeiro)
Comentários de dois sites sobre o assunto, gostei e reproduzo para vocês :
Romance Regionalista
“ Dá-se o nome de "romance regionalista" ou "romance de 30" a um conjunto de obras de ficção escritas no Brasil a partir de 1928, ano de publicação de A bagaceira, de José Américo de Almeida. Freqüentemente esses rótulos são associados ao romance nordestino, especialmente às obras de José Lins do Rego, Graciliano Ramos e Jorge Amado. Mas o fenômeno é bem mais abrangente, e o romance regionalista inclui também a produção de autores como Érico Veríssimo, Marques Rebelo, Ciro dos Anjos, Lúcio Cardoso e Cornélio Pena.
O romance regionalista veio mostrar as contradições e conflitos de um Brasil que se queria moderno, urbano e industrializado, mas guardava também traços arcaicos em sua diversidade regional. O Brasil não era composto apenas de seus estados mais desenvolvidos ou de seus modernos centros urbanos em expansão. Havia também o campo, dominado por uma sociedade patriarcal em decadência, e, nas cidades, havia o homem comum, enfrentando problemas sociais. Assim como os autores da literatura proletária, os autores regionalistas tinham uma preocupação sociológica e documental, distinguindo-se dos modernistas com seu experimentalismo estético.”
A temática agrária aparece no romance regionalista em obras que retratam o problema da seca, como O Quinze (1930), de Raquel de Queirós, e Vidas secas (1938), de Graciliano Ramos, ou a decadência dos engenhos de açúcar, como Menino de engenho (1932), Bangüê; (1934) e Usina (1936), de José Lins do Rego. Mas a temática urbana também é trabalhada nas obras de Jorge Amado, que contam histórias de Salvador, ou de Érico Veríssimo, como Clarissa (1933) e Caminhos cruzados (1935).
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O Regionalismo Brasileiro de 30
1922 marca uma ruptura geral. Na Praia de Copacabana, um punhado de militares se auto-imola exigindo reformas políticas. No Teatro Municipal de São Paulo, artistas transformam a destruição do passado em projeto pró-ativo. Em poucos anos, a República Velha cai de podre em um golpe quase sem sangue. Um assassinato no nordeste ajuda a eclodir o movimento, gaúchos amarram seus cavalos no obelisco, parece que o Brasil deixou de ser apenas Rio, Minas e São Paulo.
Na década seguinte, o romance regionalista já reina quase supremo, oferecendo uma visão alternativa do Brasil e buscando uma maior inserção da literatura nos problemas do seu tempo. Em oposição ao classicismo e alienação dos parnasianos, o romance regionalista, tanto o progressista quanto o conservador, tanto o nostálgico quanto o revolucionário, sempre dialoga com o presente, denuncia suas mazelas, envolve-se nas grandes questões sociais. O romance regionalista de trinta, seja qual for sua ideologia, é sempre engajado.
Alguns anos mais tarde, José Lins do Rego lança seu Menino de Engenho, parte homogênea de uma obra diretamente influenciada por Freyre - Rego se considerava seu discípulo e eram amigos pessoais. Não por acaso, naturalmente, as obras de ambos têm diversos pontos em comum e podem ser consideradas parte de uma vertente bem específica do regionalismo: o regionalismo conservador nostálgico.
Entre ambas essas vertentes, regionalismo nostágico conservador evocativo do passado ou socialista revolucionário clamando pelo futuro, desenvolveu-se o regionalismo brasileiro de meados do século XX.
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