segunda-feira, 15 de abril de 2013

É PROIBIDO COMER A GRAMA - LEITURAS POSSÌVEIS

É PROIBIDO COMER A GRAMA -   LEITURAS POSSÍVEIS

O texto que segue apresenta uma leitura detida dos principais aspectos do livro e contos “ É proibido comer  a grama” de Wander Piroli, que nos apresenta – meio que a conta gota, de conto em conto -  uma vida urbana cheia de deslizes de “conduta social” e de hipocrisia. Aparentemente, percebemos que o livro retoma aspectos do Realismo/Naturalismo, pois apresenta a realidade “nua e crua”, desse modo, percebo que os contos de Piroli aproximam-se – guardada as devidas proporções - do também mineiro Rubem Fonseca, que em suas obras retrata em um estilo seco e direto a 
luxúria e a violência urbana, em um mundo onde marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e delegados se misturam. A tentativa de apresenta um “mundo escrúpulos” talvez seja uma tendências dos autores na contemporaneidade, tal  qual Fausto Fawcett  descreve em seu louco romance “ Favelost”, lançado em 2012; ou como em “O invasor”  de Marçal Aquino, que narra a mente maligna  e calculista de Anísio  ao matar um de seus sócios.
Diante deste comentário inicial, leia os textos abaixo e compreenda um pouco o mundo ficcional apresentado por Wnader Piroli.
Johniere Alves Ribeiro
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Dados sobre o autor:

Wander Piroli nasceu em Belo Horizonte, no ano de 1931 era jornalista e escritor começou na literatura ao inscrever, em 1951, um conto num concurso da prefeitura. Era O Troco. Ganhou o concurso e não parou mais. Publicou seu primeiro livro de contos, A Mãe e o filho da Mãe, em 1966. Iniciou como ficcionista escrevendo para adultos, no entanto, foi na literatura infanto-juvenil que o seu nome ficou ainda mais conhecido. Apesar de celebrado por seus amigos como João Antônio, Fernando Sabino, Antonio Torres, Ari Quintella e Roberto Drummond, ele não apareceu muito nas últimas décadas de vida. Faleceu em 06/06/2006.

Por Leonardo de Magalhaens

[...] Nos contos de “É proibido comer a grama”, temos as faces da miséria humana. Tema  muito destilado em Dostoiévski (para ficarmos no clássico), onde a miséria é fértil em gerar outras misérias, onde penúrias geram indignidades, que geram crimes. Mas ao contrário do escritor russo (a tecer digressões, afundando as personagens na lama, pouco a pouco, em redemoinhos de filosofia e psicologia), o autor mineiro se satisfaz em apresentar o fato em manchete, o fato jornalístico, a violência que já é banal. A morte descrita com precisão de médico-legista. (Até quando é apenas sugerida, a morte – ou a violência que a antecede – está assustadoramente presente, nas entrelinhas)

São narrativas curtas, centradas em poucas personagens, dramas banais, porém demasiado humanos. Com as exceções de quatro contos longos, o do Professor Thales, o do taxista Fernandes (e o defunto), o do homem sério que se envolve com uma prostituta, e do Coronel Rosendo, que lembra um pouco a 'ambiência' de “O Coronel e o Lobisomem”, de José Cândido de Carvalho (que em se tratando de romance tem outra linguagem, enredo, etc), os textos ferem nossa sensibilidade de 'beleza' e 'harmonia', nossas crença na 'bondade humana', no 'homem cordial' e no 'pacato cidadão'.

Com o predomínio da 3a pessoa, um narrador muito direto, pouco espaço deixando aos devaneios das personagens (mais característicos na escrita da Clarice Lispector), onde a Miséria (quase corporificada!) é personagem coadjuvante (e quase protagonista! ) em todos. Aqui encontramos relatos de assaltos, estupros, antipatias e assassinatos, acidentes, brigas em bar, adultérios e tragédias consequentes. Tudo aquilo para golpear o Leitor acostumado a leitura de tablóides de 25 centavos.

Então qual o diferencial: justamente esta Ironia com a Escrita! Sem idealizar, sem emoldurar, sem divagar, sem 'encher lingüiça', o Autor continua a empurrar os vomitórios goelas adentro; a arrastar uma enxurrada de detritos desumanizados, os mesmos que enchem as nossas ruas e praças. Culpa das vítimas? Não, mas de um sistema que precisa reproduzir a miséria para garantir o lucro de uns poucos privilegiados! Onde uns se entopem de comidas sofisticadas e outros sentam no meio-fio para devorarem um marmitex frio.

A miséria não dá tréguas. Assim notamos na literatura de Graciliano Ramos ("Vidas Secas" é o relato trágico onde o humano se animaliza), de Nelson Rodrigues ("Beijo no Asfalto" é a tragicomédia da alienação urbana), de Rubem Fonseca ("Agosto" mostra o histórico e o trágico lado a lado), onde a Escrita apresenta sem floreios a vida nua e crua dos seres explorados e vitimados, dos 'humilhados e ofendidos' (novamente Dostoiévski), para nossa edificação e catarse. Para vomitarmos e escarrarmos na miséria do próximo – e no dia seguinte pensarmos: antes ele(a)s do que Eu??

Quando as personagens individualizam problemas que são coletivos (a miséria passa a ser culpa da vítima!) percebemos o grau de alienação política (e existencial) que afetam nossos cidadãos despolitizados, explorados pelas ânsias de lucro burro, dopados pelos programas televisivos, com suas caixas cranianas agitadas pelo tremor dos ônibus suburbanos. Assistimos aos dramas alheios como filmes de Hollywood, distantes e plenos de efeitos especiais – um espetáculo – e nada mais. O mendigo ali na esquina é um bom ator, e nada mais. O senador corrupto também interpreta uma personagem: a de senador honesto. Assim somo todos bons 'atores sociais' (quem quiser pode ler Durkheim, Weber, Benjamin, Touraine e Peter Berger)

Transitando nos bordéis da Guaicurus, ou nas ruas escuras da Lagoinha, ou nas avenidas centrais, assaltados e violentados, perseguidos e aprisionados, somos iguais às personagens, sozinhas e coisificadas em seus dramas, pequenas tragédias cotidianas, em mal-entendidos que terminam em poças de sangue e gritos de horror. Belo Horizonte, para Wander Piroli, é igual a uma 'selva de pedra', com tigres e onças rasgando a carne macia das ovelhas, ou rinocerontes turbinados esmagando formigas aleijadas. É o “salve-se quem puder!” da vida urbana.

Enquanto sobra por aí a dita 'literatura de auto-ajuda', a coletânea de contos “É proibido comer a grama” de Wander Piroli, é a literatura de anti-ajuda, de des-ajuda. Não vem adular ou encantar o Leitor ávido de leitura fácil. Não vem anestesiar o cidadão nem ignorar os dramas sociais, não vem responder nem propor soluções. Vem desmascarar, abrir as feridas, vomitar sobre os plebeus, ironizar os burgueses, humilhar a dita Ordem que as autoridades, em vão, proclamam. Ordem que somente poderá existir quando os cidadãos, plenamente socializados, compartilharem suas riquezas, e quando, plenamente politizados, assumirem o controle sobre as suas próprias vidas.

Estrutura do livro: Por  Nicole Monteiro em Dom 11 Set 2011 - 15:50

4.2. Assunto

O livro é dividido em 17 capítulos começando com:

1º Capitulo: E ainda torceram a orelha do professor Thales.

Nesse capitulo conta a historia do professor Thales que estava saindo da escola depois de um dia comum, e voltando para casa é assaltado quando está trocando o pneu de seu carro, os assaltastes leva seu carro, anel que ele considerava mais precioso que o carro, as provas que ele tava corrigindo e o dinheiro, então ele vai até a delegacia mais próxima para fazer uma queixa, lá ele vê uma fila muito grande e os policiais que o tinham atendido fala para ele ficar e esperar sua vez, na fila fez amizades com algumas pessoas e fico sabendo do que tinham acontecido com elas e percebeu que seu caso não era tão grave comparado aos dos outros. Thales só foi atendido de madrugada e o delegado como estava muito cansado nem deu muita atenção. Saindo da delegacia Thales foi para sua casa a pé o caminho era muito longe e percebeu que tinha um carro o acompanhando até que um dos homens que estava no carro fala pra ele parar e os homens descem do carro um deles estava armado com uma faca Thales explica que ele já tinha sido assaltado e que não dinheiro nem nada então os assaltantes pede para ele ir tirando a roupa pois eles iriam ficar com ela, Thales tira a roupa rica nu e os homens ainda batem nele antes de irem embora.

2º Capitulo: Por causa de um par de tênis

Essa é historia de dois irmãos José Francisco e José Geraldo. José Francisco chegou em casa e foi logo procurar seu par de tênis novo, só que seu irmão José Geraldo estava usando então ele sai atrás do irmão. Encontrando o irmão fala pra ele devolver o tênis José Geraldo fala que só vai devolver quando chegar em casa, os dois começam a brigar, sangrando José Francisco volta pra casa pega uma faca e sai a traz do irmão que estava perto de um ponto de ônibus conversando com duas meninas, José Francisco dá a primeira facada em Gaucho amigo de seu irmão e depois vai pra cima do irmão as meninas assustadas saem correndo e ninguém viu José Francisco tirar o par de tênis do irmão caído no chão.

3º Capitulo: O ultimo porre de Isidoro

Depois de passar uma noite inteira bebendo Isidoro volta para casa só que não encontra a mulher que cansada de sempre viver com Isidoro bêbado vai embora e deixa o filho com ele. Isidoro acorda com o choro do filho, ele procura algo para dar pro menino comer e parar de chorar mais não tinha nada, deixou o filho chorando e saiu para o bar comprar alguma comida para o bebê, chegando lá tomou mais meia garrafa de pinga e comprou um pedaço de requeijão, voltou para casa e o bebê ainda estava chorando Isidoro deu o requeijão para ele chupar mais mesmo assim ele não parava de chorar Isidoro pega a criança coloca na cama e deita do lado, depois coloca um travesseiro em cima da cara do menino e dorme.

4º Capitulo: Sangria desatada

Num dia de domingo na casa de Elpidio o filho dele começa a sangrar pelo nariz, a mãe pega um lencinho e faz pressão mais mesmo assim não para de sangrar, resolvem ir para o hospital mais perto, lá ele é atendido por uma mulher que não lhe dá muita atenção e fala que ele tem que esperar os médicos voltar do horário de almoço. Os médicos estavam demorando muito e a criança já estava ficando mole pois estava perdendo muito sangue, então Elpidio entra em uma das salas e encontra os médicos assistindo futebol ele pega a faca que estava em sua cintura e vai para cima dos médicos.

5º Capitulo: Assim ficou melhor para todo mundo

Nesse capitulo uma menina de 14 anos conta que todo dia ao voltar para casa de ônibus vinha conversando com o cobrador Davidson as vezes até perdia o ponto pois ficava conversando com ele, então depois de um tempo eles começaram a sair mesmo ela sabendo que ele era casado e tinha 3 filhos, em um desses encontros a menina fica grávida, Davidson vai embora e ninguém mais vê ele. Ela contou para seus pais sobre a gravidez o pai não aceitou muito, passa algum tempo e nasce o filho. Depois de uns meses a menina sai deixa o filho com a mãe e vai para casa de sua avó pedir para ela arrumar umas roupas dela, quando seu irmão entra gritando falando que o pai deles estava bêbado e batendo no bebê, a menina pega uma faca e sai correndo, chegando em casa vê seu pai batendo no seu filho ela acerta varias facadas no pai e salva seu bebê.

6º Capitulo: O serralheiro Zuenir e a professora Helena

Tinham construído uma escola no final da rua onde Zuenir tinha sua serralheria, todo dia a mesma hora passava uma mulher muito bonita ele tentava chamar a atenção dela mais ela nem ligava. Zuenir não conseguia nem dormir só ficava pensando na professora Helena. Até que um dia Helena passa pela serralheria mais Zuenir pega uma faca, coloca no pescoço dela e manda ela entrar e fazer tudo que ele queria, depois de um tempo eles saem de lá a professora com cara de choro e o serralheiro todo feliz como se nada tivesse acontecido ele a acompanha até a escola e volta para casa. No dia seguinte dois policiais vão até a serralheria falar que Zuenir estaria preso por 2 anos.Na delegacia Zuenir não desmentiu nada ele só não entendia porque Helena tinha deixado ele tocar no ombro dela e acompanhá-la até a escola.

7º Capitulo: Quem quer um defunto?

Fernando era taxista e todo dia bem cedo ele levava seu vizinho até o serviço dele, nesse dia Fernando estava voltando para o ponto de táxi quando um senhor deu sinal, ele parou e o homem quase não conseguindo falar pediu que o levasse direto ao pronto socorro, só que no meio do caminho o senhor passa mal e morre no taxi. Ao chega ao pronto socorro Fernando explica a historia o enfermeiro fala que ele não pode fazer nada, pois o homem já está morto e pede para procurar o médico particular do senhor. Fernando sai procurando perto de onde tinha encontrado o homem para ver se alguém ali o reconheceria depois de pergunta para todos que estavam na rua e ninguém o reconhecer, Fernando pensa em ir ao jornal lá iria descrever o defunto e a família o agradeceria depois, Fernando parou na portaria do jornal foi tirando o defunto do carro, nessa hora dois policiais chegaram Fernando conta toda historia desde o momento em que o homem entra no carro até aquela hora, mas os policias não acreditam e mandam Fernando ir para a delegacia.

8º Capitulo: Uma família teimosa

José Nunes conta que nunca matou ninguém, apenas roubava e que estava com uma arma apenas para vender, até que um dia observando um carro num bairro alto chegou um velho de pijama gritando que José estaria preso, ele então bate no velho que cai no chão e aponta o revolver na cabeça do idoso, quando José ia fugir surge dois rapazes gêmeos, eram os netos, os dois foram para cima de José que atirou nos gêmeos então o velho levantou e foi bater em José e acabou levanto um tiro também.

9º Capitulo: Use a mão direita e diga muito prazer

Marlene e Janisela eram amigas de infância, mas fazia tempo que as duas não se viam e então marcaram de sair para colocar o papo em dia e apresentar os maridos. Marlene vai para casa e manda Domingos seu marido ir se arrumar porque iriam sair, então foram até o barzinho onde tinham combinado, chegando lá Marlene e Janisela se cumprimentam e percebem que seus maridos não tinham se dado bem logo na primeira impressão, então todos vão para casa de Marlene, lá Domingos abre uma pinga Marlene coloca os copos e serve, todos bebem, menos Jorge marido de Janisela, as mulheres vão até a cozinha pegar algo para comer quando voltam Domingos já tinha bebido uns três copos e Jorge nem mexido no dele, Marlene então pega uma cerveja para Jorge, Domingos fala que não vai abrir a cerveja e joga o copo de pinga no rosto de Jorge. Janisela e Jorge vão embora, mas Domingos vai atrás e acerta um tiro nas costas de Jorge e volta para casa falando que não aceitava desfeita.

10 º Capitulo: Outro uso dos cadarços

Manoel e Papagaio viraram amigos e decidiram dividir o mesmo apartamento. Manuel começa a sair com Maria garçonete do bar onde eles sempre freqüentavam, depois de um tempo Manuel foi se encontrar com Maria e comprou um cadarço para colocar no seu tênis novo. Manuel estava tomando banho para ir ao encontro mas Papagaio esconde o cadarço e sai de casa, Manuel fica horas procurando o cadarço mais desconfia que Papagaio fez isso de brincadeira, ele acaba se atrasando pro encontro, e comenta sobre o que tinha acontecido para Maria. Chegando em casa Manuel vê Papagaio já dormindo mais mesmo assim Manuel olha debaixo do travesseiro e encontra seus cadarços. O casal nunca mais foi visto e dois dia depois entram no quarto onde Manuel e Papagaio morava e encontra Papagaio morto enforcado com os cadarços.

11º Capitulo: Ugolino e sua Chiquinha

Ugolino era catador de papelão e Chiquinha era mendiga eles começam a morar juntos e Chiquinha deixa de pedir esmola e começou a trabalhar junto com Ugolino, Chiquinha estava procurando papelão e encontrou uns amigos que pediam esmola com ela, e ela chama eles para ir dormir na casa dela e de Ugolino, na manha seguinte um homem vai até eles e entrega um cartão com endereço para eles irem lá limpar um terreno e até pagou adiantado, chegando lá tinha um senhora no terreno que falou que ali era dela e que ninguém iria limpar nada, no caminho de volta os amigos de Chiquinha vão na frente, ela e Ugolino compram um litro de cachaça para irem bebendo, mais Chiquinha achou que Ugolino tava bebendo mais que ela e na tentativa de tirar a garrafa da mão dele acabou escorregando e caindo na beira de um rio.

12º Capitulo: Com desmaio e seis tiros

Marta ouve barulhos de passos e acorda seu marido Deoclésio para ir ver se tinha assaltantes na casa, descendo as escadas Deo percebe que tinha mais de uma pessoa lá, ele então sobe as escadas correndo pega a arma desce novamente se esconde atrás da mesa na cozinha, os assaltantes começaram a quebrar a porta Marta então volta para o quarto se tranca lá, Deoclésio dispara seis tiros e sai correndo para o quarto junto com sua mulher lá vê ela caída desmaiada no chão e o telefone fora do gancho. Deo escuta barulho dos assaltas saindo de sua casa e um deles parecia estar se arrastando, com o barulho dos tiros muitos vizinhos acordaram e estavam na porta de sua casa junto com a polícia que não acreditou na historia que Deoclésio e Marta estavam contando.

13º Capitulo: Como pulga entre dois dedos

Silvério tinha um bar que estava quase falindo pois sua mulher que fazia os salgado tinha ficado muito doente e ele teve que gastar muito dinheiro com remédios, clinicas, hospitais e ela tinha parado de fazer os salgados, para não perder a pouca clientela que sobrou Silvério terceirizava os salgados aumentando seus gastos. Numa noite fechando o bar chega 3 rapazes um branco, um moreno e um negro eles pedem algo para comer, depois bebem uma garrafa de pinga as cervejas que tinha gelada, depois o rapaz moreno se afasta fecha a porta do bar, o negro derruba Silvério no chão e o branco pega o pouco dinheiro que tinha na caixa registradora e no bolso de Silvério o negro pergunta o que fazer com Silvério e o branco só olha pra ele, Silvério fica no chão esperando a resposta do branco.

14º Capitulo: Na velha Guaicurus

No lado da farmácia onde João de Deus trabalhava à noite tinha uma balada, no final de seu expediente chega Etelvina uma morena querendo conversar com ele, ela era uma das prostitutas que freqüentava a balada, todo dia ele ficava esperando Etelvina enfrente a balada, tomavam um café e iam pra casa, depois de um tempo já estavam morando junto. Um dia João foi encontrar com Etelvina, mais ela não estava o esperando como de costume, João ficou esperando até que resolveu entrar na balada e procurar por ela, uma colega de trabalho dela falou o quarto em que ela estava, quando João entrou viu Etelvina morta na cama e varias marcas de sangue na parede.

15º Capitulo: Um domingo importante

Um rapaz estava em um bar esperando Suzana sua namorada, um homem alto chegou perto do rapaz e perguntou quanto ele queria pelo óculos que estava usando, o rapaz riu e explicou que não estava a venda, o homem tirou o dinheiro do bolso e falou mais alto que queria aquele óculos, para evitar briga o rapaz deu o óculos nem pegou o dinheiro, saindo do bar o homem alto grita que queria a camisa dele para combinar com os óculos, o rapaz disse que era presente e não poderia vender, o homem alto voltou para dentro do bar pegou uma faca e saiu correndo atrás do rapaz, tentou acertá-lo varias vezes com a faca mas o rapaz pegou a pegou e ficou apontando para o homem alto, que foi correndo em direção ao rapaz que sem reação não fez nada, mas a faca apontada acabou acertando o homem alto.

16º Capitulo: A morte do Coronel Rosendo

Coronel Rosendo era um homem bem respeitado na cidade ele tinha 15 filhos com Sara, na cidade ele tinha um mercado que se vendia de tudo um pouco, todos os dias á noite o Coronel ia para o clube jogar bilhar, cartas com seus amigos mas as quartas-feiras ele saia mais cedo do clube para ir a casa de Dona Perpetua do Socorro sua amante. Em uma dessas quartas-feiras Dona Perpétua vai correndo até a delegacia pedir ajuda do Sr Fausto. Ao chegar à casa de Dona Perpétua Sr Fausto encontra o Coronel deitado na cama morto, devia ter sido do coração, então Sr Fausto pede para Dona Perpétua nunca mais aparecer na cidade e que deixaria o Coronel em um lugar e fingiria ter achado ele por acaso. Sr Fausto encosta o Coronel na porta de um bar perto do clube onde ele freqüentava, e vai chamar os amigos para ver o que tinha acontecido. A mulher do Coronel Sara, não se conformava com a morte do marido e parou de comer, beber, só ficava rezando deitada na cama, os filhos preocupados com a mãe perguntam o que realmente tinha acontecido para Sr Fausto, e então ele explica onde tinha encontrado o Coronel e sobre a amante dele. Os filhos resolvem contar á mãe a verdade pois ela merecia saber e não tinham muito tempo, quando os filhos contaram, ela nem acreditou achou que era invenção de seus filhos só para ela voltar a ter a vida dela normal, Sara pede para um padre e um médico ir até ela, depois da conversa todos vão embora e Sara fica sozinha no quarto, no meio da madrugada a empregada vai a cozinha e vê Sara sentada comendo um pedaço de pão.

17º Capitulo: A porta é a serventia da peixeira

Um homem muito pobre começa a vender as coisas da casa para conseguir dinheiro, vende as camas, a geladeira, o fogão, até as portas da casa a única coisa que ele não venderia era as roupas, as panelas e a peixeira dele, pois ele sabia que um dia iria precisar dela.

4.4. Opinião sobre o livro.

Livro fácil e tem uma linguagem bem atual, é dividido por capítulos e cada um deles contar uma história diferente e isso faz que o leitor fique preso à leitura, e imagine as cenas descritas no texto. Um livro bem trágico na maioria das histórias os personagens morrem, em algumas delas o autor deixa que o leitor interprete o final. Essas histórias retratam bem a realidade dos dias de hoje contando fatos de mortes, assaltos, estupros, algo que aparece bastante nas mídias sociais, e o autor mostra isso de uma forma bem clara e sem esconder nada, é um bom livro mesmo com cenas e fatos fortes. ( Por Nicole Monteiro)

sábado, 13 de abril de 2013

MASTIGANDO HUMANOS - LEITURA OBRIGATÓRIA UEPB 2014

Leia uma sinopse do livro “ Mastigando humanos, um romance psicodélico".
Sinopse do Livro: 
         “Um jacaré vivendo no esgoto de uma grande cidade? Não, não é mais uma lenda urbana. Em seu romance mais ousado, o jovem escritor Santiago Nazarian, uma das vozes mais originais que a literatura brasileira viu nascer nos últimos anos, oferece ao leitor um jacaré urbano, frustrado e existencialista, que usa sua bocarra não apenas para mastigar, mas também para dissertar sobre sua infeliz condição de réptil que perdeu o reinado sobre a terra: “O erro dos dinossauros foi querer aparecer demais”, reflete este jacaré-narrador, que, numa espécie de crise da adolescência, abandona a vida confortável e natural de seu pântano natal para desbravar o mundo.
Nazarian, que já escreveu sob o ponto de vista de narradores masculinos e femininos, busca, em "Mastigando humanos", o desafio de narrar uma história sob o ponto de vista de um animal. Em alguns momentos soturno, violento e até filosófico, este quarto romance — o primeiro lançado pela editora Nova Fronteira — também é o mais sarcástico e cheio de humor. O autor mantém o blog http://santiagonazarian.blogspot.com.” ( in. http://www.walmart.com.br/Produto/Livros/Literatura-Nacional/Nova-Fronteira/72604-Mastigando-Humanos---Um-Romance-Psicodelico)
Orelha do livro:

Pânico! Morte! Carnificina! Não, este não é um filme trash. Esqueça tudo o que você sabe sobre a lenda urbana dos jacarés nos esgotos das grandes cidades. Agora é hora de ver o lado cômico dessa história. Em seu romance mais ousado, Santiago Nazarian nos traz um jacaré urbano, frustrado e existencialista, que usa sua bocarra não apenas para mastigar, como também para dissertar sobre sua infeliz condição de réptil que perdeu o reinado sobre a Terra. Convivendo com ratos autoritários, sapos boêmios, tonéis sedutores e outros seres absurdos, ele procura seu lugar na metrópole, logicamente sempre tentando comer alguém. Nesse caldo estão referências tão díspares como música brega, literatura gótica, ciências biológicas e alta gastronomia, com pitadas apimentadas de um erotismo animal. "Mastigando Humanos" é um livro para quem tem trauma da escola, mas sobreviveu ao underground. É um romance hilário, apetitoso, onde contestação adolescente e ideais filosóficos fluem pela veia sarcástica de Nazarian.
MASTIGANDO HUMANOS um romance psicodélico de Santiago Nazarian - 224 pag. Ed NovaFronteira/2006.
Johniere Alves Ribeiro
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Comentários sobre o livro :
MASTIGANDO HUMANOS um romance psicodélico” de Santiago Nazarian.

Santiago Nazarian segue intrigando em meio à mesmice da atual literatura brasileira. Quem já está cansado de ler sempre o mesmo livro vai se refestelar." - Cristiane Costa/ Bravo!

"Um dos mais festejados nomes da jovem literatura, Nazarian construiu uma inteligente fábula" - (segundo melhor livro de 2006 na Istoé Gente)

"Divertido, com boas sacadas e temperado por um existencialismo bem-humorado, é digerido de uma abocanhada só." - Thiago Ney/Folha de S. Paulo

“Nazarian escreve bem demais, sabe compor personagens e tem um estilo arriscado e fascinante.”

Marcelo Rubens Paiva, Folha de S. Paulo


"Santiago Nazarian é hoje um nome importante e que merece ser estudado até mesmo nas universidades" - Cláudia Nina/ Jornal do Brasil

"O que pareceria a primeira vista uma historinha infantil, se transforma num dos melhores romances do ano."- Fernando Oliveira, Revista Paradoxo. 

"O texto é, sem trocadilhos, uma delícia." - João Nunes, Correio Popular

"Nazarian vem melhorando mais e mais, depurando sua linguagem e temas." - Suênio Campos de Lucena - Rascunho.
"Tudo no livro é lúdico e extraordinário."- Irinêo Neto, Gazeta do Povo.

"A escrita mais uma vez como possibilidade final." - Beatriz Resende, O Globo.

"Divertido e inteligente." - Adriando Schwartz, Folha.

"Um romance original e bem bolado, diferente de tudo o que está por aí." - Carlos Herculano Lopes, O Estado de Minas.

"Hilária, a obra comprova que Santiago é um dos mais inspirados autores da nova geração." - Guilherme Ravache, Época.

"Nazarian constrói através de alegorias inteligentes o rito de passagem da adolescência para a vida adulta." - Paco Llistó, Mix Brasil.


 Bate papo com o autor:http://tc.batepapo.uol.com.br/convidados/arquivo/livros/santiago-nazarian-conversa-sobre-o-romance-imastigando-humanosi.jhtm

Ciço de Luzia - Romance e VIDEO - UEPB

Leitura Obrigatória UEPB – Ciço de Luzia

Segue abaixo uma sinopse do livro “Ciço de Luzia”, de Efigênio Moura que já publicou " Eita gota" publicado em 2010, livro com uma linguagem que explora o regionalismo e recheado com muito humor.
Leia com atenção.  
Bons Estudos.
Johniere Alves Ribeiro

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LIVRO: CIÇO DE LUZIA (LATUS)
GÊNERO: ROMANCE
AUTOR: EFIGÊNIO MOURA






O livro lançado pela editora Latus, da Eduepb, intitulado Ciço de Luzia, segundo trabalho literário do Monteirense, radialista, profissional de marketing e escritor, Efigênio Moura, neto de Efigênio Teixeira Moura, poeta alagoano, de quem o mesmo herdou o gosto pela escrita.

O livro conta a estória da paixão de Ciço Romão por Luzia, numa ficção que se passa nos anos 70, ambientada no Cariri paraibano, especificamente em Monteiro, Zabelê e Camalau. Os diálogos são quase todos no ‘matutês’, reproduzindo uma característica de alguns nativos do Cariri e Sertão paraibano.

“Acho que temos que escrever aquilo que sentimos, e eu sinto alegria em escrever. Meus personagens são alegres, como alegre é Ciço, na sua aventura para conseguir o amor de Luzia. A estória acontece em 36 contos rápidos, como rápidos são os momentos felizes que passamos junto da pessoa amada. Por décadas que sejam, sempre serão rápidos”, relatou Efigênio.

Assista entrevista com o autor:

LIVROS DA UEPB - VESTIBULAR 2014

Livros de leitura obrigatória para vestibular de 2014 – UEPB

Pelo o que podemos observar a UEPB não aderiu ao ENEM e se faz necessário ler alguns livros ( segue abaixo a lista). Vejo que a UEPB apresenta uma lista interessante, pois consegue equilibrar livros canônicos em nossa literatura e obras de autores contemporâneos, que, por terem uma linguagem atual, conseguem aproximar o aluno do Ensino Médio da Literatura.
Gostaria de chamar a atenção para o livro “Ciço de Luzia”, do autor Efigênio Moura, que valoriza a cultura local, dessa forma, percebemos a preocupação da banca que escolheu as obra em abrir espaço para autores locais. Isto vem acontecendo em outros vestibulares da instituição, que já indicou: Leandro Gomes de Barros ( de Pombal); Janaína Azevedo ( de Areia).
Portanto, boa leitura dos obras.

Johniere Alves Ribeiro

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VESTIBULAR 2014 _ UEPB

PROVA DE LITERATURA BRASILEIRA LIVROS QUE SERÃO ADOTADOS


1) BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. (várias edições, de diversas
editoras).
2) MOURA, Efigênio. Ciço de Luiza. Campina Grande: EDUEPB, 2010.
3) NAZARIAN, Santiago. Mastigando Humanos – um romance
psicodélico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
4) PIROLI, Wander. É proibido comer a grama. Belo Horizonte: Editora
Leitura, 2006.
Campina Grande, 11 de abril de 2013.



Ana Alice Rodrigues Sobreira
PRESIDENTE

sábado, 6 de abril de 2013

ZÉ RAMALHO -O gênio musical

O gênio musical de Zé ramalho

Achei este texto “perdido” pela internet, que apresenta um compositor e cantor que inovou o estilo de compor e de interpretaar no Brasil, mas que infelizmente não é divulgado pela mídia. E o autor do texto, Pedro Alexandre, lança um olhar crítico no que diz respeito a esta atitude.

 Informações importantes:
2009
O CD/DVD "Zé Ramalho canta Bob Dylan" recebeu indicação ao Grammy Latino, na categoria melhor disco de rock.

Grava o cd/dvd "Zé Ramalho canta Bob Dylan", trazendo versões de sucessos do ídolo americano. Zé Ramalho apresenta uma fórmula musical de sua criação: MPB + POP + NORDESTE, aplicada às canções que permearam sua juventude, sonhos e desilusões. O resultado é magnífico!!!

Grava o cd/dvd "Parceria dos viajantes" com sonoridade pop+mpb, cantando, tocando e compondo com diversos amigos, dentre eles Daniela Mercury, Banda Calipso, Paulo Ricardo, Pitty, Zélia Duncan, etc. Tudo sob a produção de Robertinho de Recife. O disco é indicado a melhor disco de MPB no Grammy Latino. 30 anos após o primeiro disco, Zé Ramalho não pára de se reinventar e renovar as conexões musicais, com parceiros que são, muitas vezes, admiradores.
Leia e comente.
 


Johniere Alves Ribeiro

Veja o site Site sobre Zé ramalho 
 

ASSISTA Zé canta Dylan

Parcerias

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Para seu Zé Ramalho da Paraíba

Ainda sobre aquele lance esquisito de a gente só elogiar os artistas depois que eles morrem. Mais ou menos naqueles mesmos dias tristes da morte de Chorão, andava hospitalizado o cantor e compositor paraibano (de Brejo do Cruz) Zé Ramalho, hoje com 63 anos. Ele sofreu uma cirurgia cardíaca, depois melhorou, voltou para casa. Não deu nem tempo para a torcida descobrir que ele era (é) um gênio.
Sempre achei que ele é (um gênio), mas ao me lembre nunca escrevi isso com todas as letras. A caravana segue. Qualquer dia desses Zé Ramalho vai morrer, e aí eu e a claque toda teremos a chance de ouro de revisitar sua obra e prestar homenagens à sua fabulosa criatividade, geralmente tão mal percebida pelos ingratos do jornalismo musical e do fanatismo emepebê.
Mas, você já sabe, ando rebelde com essa nossa hipocrisia pós-morte, facilmente confundível e misturável com o medo que a gente fica de morrer quando fica sabendo que fulano morreu. Zé Ramalho não morreu, oba!, e considero ele um gênio mesmo assim – será que já não passou da hora de dizer isso?
Também não é o caso – seria grotesco – de fazer um obituário derramado sobre quem ainda não morreu. Acontece apenas que entrei numas de ficar ouvindo Zé Ramalho, um dos meus artistas favoritos (já te contei?), e fiquei com vontade de fazer uns comentários dispersos, esparsos, perdidos.
A primeira dúvida que ronda nem vou tentar responder: por que se fala tão pouco de Zé Ramalho? Porque ele não tem nada de genial e eu estou delirando? Duvido e discordo. Porque ele já foi genial e não está mais no auge? Duvido e esperneio: o Tá Tudo Mudando – Zé Ramalho Canta Bob Dylan, álbum que ele lançou há apenas quatro anos, é um baita, baita, baita disco. Inteligente, esperto, gostoso, popular, poético, musical. O cara lá do sertão seco da Paraíba reinterpreta em português canções do cara lá das neves do norte caipira dos Estados Unidos. “Mr. Tambourine Man”, por exemplo, vira “Mr. do Pandeiro”, mister Jackson do Pandeiro, outra das influências cruciais do Zé.
Por sinal, ele vem numa fase nostálgica suculenta, em que tem ajustado contas com alguns de seus artistas prediletos. Nos últimos 12 anos, gravou discos em tributo a Raul Seixas, Dylan, Jackson e Luiz Gonzaga, Beatles. Se ninguém se importa em definir Zé Ramalho, ele o faz por ele mesmo (e para nós): profeta trovador nordestino, artífice de original fusão roqueira, emepebista, forrozeira, folkeira de Raul, Dylan, Gonzagão etc. A fase nostálgica, por sinal, começou com o melhor de todos os volumes, o CD duplo 20 Anos – Antologia Acústica (1997), em que Zé se auto-homenageia reinterpretando na ponta da faca 20 de seus próprios grandes sucessos - sim, ele possui 20 (ou mais) grandes sucessos, não é para qualquer um.
De cara essa mistureba me faz pensar na (e ouvir a) “Dança das Borboletas”, do primeiro disco, de 1978, um rock psicodélico-progressivo de letra simbolista, surrealista, hiper-realista, pós-realista. As letras do Zé são um colosso, embora árduas e difíceis de compreender. “Ô, meu velho e invisível avohai/ ô, meu velho e indivisível avohai”, ele cantava nesse mesmo disco, em “Avohai”, para só sabe-se lá quando a gente entender que “avohai” era mistura de avô com pai, de um menino que não teve pai e teve no avô seu avohai.
Outro momento afiado do Zé é o segundo LP, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu (1979), de capa à moda de Glauber Rocha, em que o bardo de rosto hiper-expressivo é ameaçado pelas unhas satânicas de Zé do Caixão (foto). Vem daí aquele que é possivelmente o maior monumento musical de sua história (e um dos maiores da história da música brasileira), “Admirável Gado Novo”. “Ê, ê, ô, vida de gado/ povo marcado ê, povo feliz” – gadinho, povinho, que ele fala, é nós, como diria outro compositor nordestino muito mais festejado que este.
Desse colossal LP sai também outra de suas pérolas simbolistas, “Frevo Mulher”, que ficou mais conhecida na versão de sua então esposa, a cearense Amelinha, e ostenta versos impactantes, misteriosos: “Outonos caindo secos no solo da minha mão/ gemeram entre cabeças a ponta do esporão/ a folha do não-me-toque, o medo da solidão”, ou “é quando o tempo sacode a cabeleira/ a trança toda vermelha/ um olho cego vagueia procurando por um”. Marco Feliciano deve se esconder debaixo da cama quando ouve isso.
Aí vem A Terceira Lâmina, de 1981, o cantador sertanejo áspero rascando a voz como lâmina no gogó do nosso pescoço. “É noite que vai chegar/ é claro que é de manhã/ é moça e anciã”, o pop-profeta profano condensa toda a nossa existência, num galope nordestino chamado “Galope Rasante”. “Descobrir o cangaço com liberdade/ é saber da viola, da violência”, a forrozeira Marinês troveja no disco Força Verde, de 1982, em “Banquete de Signos”, conhecida primeiro em 1980, na gravação também trovejante de Elba Ramalho, sua prima. Desde Gonzagão nossos artistas nordestinos tentam decifrar Lampião e o cangaço, e Zé é dono de bom pedaço desse trajeto.
A produtividade do trovejador diminuiu nos anos seguintes, em termos de quantidade de sucessos na parada. Mas ele voltou à carga personificando ninguém menos que o lobisomem – enquanto o ator Ruy Rezende dava figura ao personagem na novela Roque Santeiro (1985), Zé era o dono da voz. “Impérios de um lobisomem que fosse um homem/ e uma menina tão desgarrada, desamparada/ seu professor”. Quem nunca teve aulas de lobisomagem com professor Ramalho que atire os primeiros dentes de alho.
Não tem final este texto, até porque Zé não morreu e não há de morrer nos próximos muitos e muitos e muitos anos. Termino por aqui então, lembrando que ele além de tudo o cara é bom de fazer versões, e em 1997 teve a pachorra de transformar “Knocking on Heaven’s Door”, de Dylan (não é dos Guns n’ Roses, criança) em, literalmente, “bate, bate, bate na porta do céu”. Você pode achar que eu estou louco ou estou inventando, mas afirmo que essa versão é de arrepiar, “me sinto até batendo na porta do céu”. A propósito, há também uma outra versão de entortar, de 1992, "A Serpente e a Estrela", você se lembra?: “Há um brilho de faca/ onde o amor vier/ e ninguém tem o mapa/ da alma da mulher”. Às vezes é difícil explicar por que a gente gosta de determinada coisa ou de certo alguém - aí, não raro, a gente fica mudo, sem saber o que dizer. Obrigado por existir, seu Zé Ramalho.