terça-feira, 12 de novembro de 2013

ARIANO SUASSUNA - O IMPERADOR DO SERTÃO


Você irá conhecer um pouco sobre uma das mais conhecidas peças de Ariano Suassuna – O Auto da Compadecida. Mas, antes eu o convido para assistir alguns vídeos importantes deste autor paraibano que encanta todos aqueles que têm contato com  a sua obra.
Assim, leia com atenção e veja o que o “Imperador do Sertão” nos oferta.


Johniere Alves Ribeiro 



ARIANO SUASSUNA

Biografia

Sexto ocupante da Cadeira nº 32, eleito em 3 de agosto de 1989, na sucessão de Genolino Amado e recebido em 9 de agosto de 1990 pelo Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça.
Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no sertão, na Fazenda Acauhan.
Com a Revolução de 30, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPe. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPe (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte (PE), onde ocorre a cavalgada inspirada noRomance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
( Academia Brasileira de Letras)
O AUTO DA COMPADECIDA (ARIANO SUASSUNA)








O AUTO DA COMPADECIDA (ARIANO SUASSUNA)
 Por Marcos Vinicius


O teatro, isto é, o texto teatral é uma forma cultural, diferente de outras formas culturais que têm no texto seu veículo de comunicação. Uma peça teatral, portanto, não é a mesma coisa que um romance, um conto ou um poema. Em linhas gerais, o teatro recebe grandes impactos dos condicionamentos de um dado momento histórico. Esses impactos se refletem na temática, no tratamento do assunto, nas técnicas propriamente teatrais (cenarização, cenografia, ritmo, iluminação, etc.).
A peça em estudo apresenta quinze personagens de cena e uma personagem de ligação e comando do espetáculo.
PRINCIPAL: João Grilo
OUTRAS: Chicó, Padre João, Sacristão, Padeiro, Mulher do Padeiro, Bispo, Cangaceiro, Manuel, A Compadecida, Antônio Morais, Frade, Severino do Aracaju, Demônio.
LIGAÇÃO: Palhaço
João Grilo é o personagem principal. É uma figura típica do nordestino sabido, analfabeto e amarelo. Trabalha na padaria, vive em desconforto e a miséria é sua companheira.  Sua fé nas artimanhas que cria, reflete, no fundo, uma forma de crença arraigada na proteção que recebe, embora sem saber, da Compadecida. É essa convicção que o salva. E ele recebe nova oportunidade de Manuel (Cristo), retornando- à vida e à companhia de Chicó. É uma oportunidade inusitada de ressurreição e retorno à existência. Caberá a ele provar que essa oportunidade foi ou não bem aproveitada.
Chicó é companheiro constante de João Grilo. Envolve-se nos expedientes de João Grilo e é seu parceiro, mais por solidariedade do que por convicção íntima. Mas é um amigo leal. Padre João, o bispo e o sacristão estão concentrados em torno da cobiça, relacionada com a situação contida no testamento do cachorro. Antônio Morais é a autoridade decorrente do poder econômico, resquício do coronelismo nordestino, a quem se curvam a política, os sacerdotes e a gente pobre. O padeiro e sua mulher encarnam, de um lado, a exploração do homem pelo homem e, de outro, o adultério. Severino do Aracaju e o cangaceiro representam a crueldade sádica. O demônio julga, aguardando seu benefício, isto é, o aumento da clientela do inferno. É importante verificar que representa, de alguma forma, um instrumento da Justiça. Manuel é o Cristo negro, justo e onisciente, encarnação do verbo e da lei. Atua como julgador final dos da prudência mundana, do preconceito, do falso testemunho, da arrogância, da preguiça. Personagem a personagem têm seu pecado definido e analisado, com sabedoria e com prudência. A Compadecida é a Nossa Senhora, invocada por João Grilo, o ser que lhe dará a segunda oportunidade da vida. É plena de misericórdia, intervindo a favor de quem nela crê.
A dimensão da importância do personagem João Grilo surge logo no início da peça, quando as personagens são apresentadas ao público pelo Palhaço. Apenas duas personagens se dirigem ao público. Uma, a chamado do Palhaço, a atriz que vai representar a Compadecida, e João Grilo.
"PALHAÇO: Auto da Compadecia! Umas história altamente moral e um apelo à misericórdia.
            JOÃO GRILO: Ele diz "à misericórdia", porque sabe que, se fôssemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada" (p.24).
Mas a importância inequívoca de João Grilo na estrutura da peça define-se a partir do fato de que as situações do Auto da Compadecida são todas desenvolvidas por essa personagem:
1ª) a benção do cachorro e o expediente utilizado: o Major Antônio Morais.
“JOÃO GRILO: Era o único jeito de o padre prometer que benzia.”
2ª) a loucura do Padre João, como justifica para o Major Antônio Morais.
JOÃO GRILO: /.../ "É que eu queria avisar para Vossa Senhoria não ficar espantado: o padre está meio doido".(p.40). "Não sei, é a mania dele agora. Benzer tudo e chama a gente de cachorro"(p.41).
3ª) o testamento do cachorro.
“JOÃO GRILO: Esse era um cachorro inteligente. Antes de morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que o sino batia. Nesses últimos tempos, já doente para morrer, botava uns olhos bem compridos para os lados daqui, latindo na maior tristeza. Até que meu patrão entendeu, coma a minha patroa, é claro, que ele queria ser abençoada e morrer como cristão. Mas nem assim ele sossegou. Foi preciso que o patrão prometesse que vinha encomendar a benção e que, no caso de ele morrer, teria um enterro em latim. Que em troca do enterro acrescentaria no testamento dele dez contos de réis para o padre e três para o sacristão" (p.63-64).
4ª) o gato que "descome dinheiro".
“JOÃO GRILO: Pois vou vender a ela, para tomar lugar do cachorro, um gato maravilhoso, que descome dinheiro"
5ª) a "visita" ao Padre Cícero.
“JOÃO GRILO: Seu cabra lhe dá um tiro de rifle, você vai visitá-lo. Então eu toco na gaita e você volta" (p.127).
6ª) o julgamento pelo Diabo (o Encourado).
“JOÃO GRILO: Sai daí, pai da mentira! Sempre ouvi dizer que para se condenar uma pessoa ela tem de ser ouvida!"(p.144).
7ª) o apelo à misericórdia (À Virgem Maria).
“JOÃO GRILO: Ah, isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver?" (p.169).
Portanto, a intenção moral, ou moralidade da peça, fica muito clara, desde que se torne claro, também, que essa intenção vincula-se a uma linha de pensamento religioso, e da Igreja Católica.
"PALHAÇO: /.../ Espero que todos os presente aproveitem os ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se bem que eu tenho certeza de que todos os que estão aqui são uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem mesquinhez, incapazes de julgar e de falar mal dos outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, excelentes empregados, sóbrios, castos e pacientes" (p.137).

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Um breve comentário sobre a diferença de conto e romance, na visão de Bráulio Tavares.
Achei interessante e compartilho com vocês.

Johniere Alves Ribeiro

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O conto e o romance- Bráulio Tavares
PUBLICADO EM 16/10/2013 ÀS 08:00H

No recente VII Fantasticon, em São Paulo, participei de uma proveitosa troca de idéias com o escritor Marcelino Freire sobre “Cortázar e o conto sem véus”, um passeio pela obra do escritor argentino, um dos maiores contistas do continente. Marcelino lembrou uma famosa definição de Cortázar, que era um fã do boxe. Dizia ele que um romance é uma luta de boxe que se ganha por pontos, e o conto é uma luta em que se ganha por nocaute. (Ele poderia ter dito, se fosse fã do atletismo, que o romance é uma maratona e o conto é uma corrida de 100 metros rasos.)
Esse assunto me vem à mente depois que foi concedido o Prêmio Nobel de Literatura à canadense Alice Munro, que aliás nunca li, mas que fiquei sabendo ser uma especialista no conto. Isto deu margem a discussões, vindas de todos os lados, a respeito de contistas que nunca ganharam o Nobel (a começar por Borges) porque, segundo se teme, a Academia Sueca talvez considere o conto um gênero menor. (Aqui pra nós, eu acho que há uma veneração excessiva por essa Academia provinciana e pelo tal Prêmio Nobel, que é tão cheio de injustiças, equívocos e bobagens quanto qualquer prêmio de academia municipal de letras do Sertão do Borogodó.)
Acho que o preconceito em relação ao conto, que o faz perder em importância para o romance, é o mesmo que acontece com o filme de curta-metragem (considerado “uma obra menor” em relação ao longa-metragem). Tudo resulta da ética do labor, do trabalho, do capital, do consumo, uma ética perniciosa que, como sempre acontece, acaba produzindo uma estética. Acaba determinando (por valores acidentais e externos) o que é e o que não é uma obra de arte, o que tem e não tem valor artístico.
Por um lado, essa ética supõe que é preciso mais trabalho para escrever um romance de 300 páginas do que para escrever um conto de vinte (assim como se supõe que é mais trabalhoso dirigir um filme de 90 minutos do que um filme de dez ou quinze). Mais trabalho, segundo essa ótica, significa mais valor. Não se pode (pensam eles) comparar o valor de 300 páginas ao valor de vinte. (Ao que os contistas retrucam que é muito mais trabalhoso escrever um livro de contos de 300 páginas do que um romance do mesmo tamanho.)
E assim como se cria uma estética do trabalho, cria-se uma estética do consumo. O consumidor paga por um romance de 300 páginas porque vê ali o valor agregado do trabalho, o que segundo ele faz o romance “conter mais literatura” do que o conto. Essa estética quantitativa (ser longo é um valor estético em si mesmo) está espalhada por todas as artes, mas em nenhuma tem causado tantas injustiças quanto na literatura e no cinema. ( Jornal da Paraíba) 

Saiba a importância de estarmos os gêneros textuais.


Saiba porque devemos ainda devemos estudar os gêneros e tipologias textuais.
Assista os vídeos. 

Johniere Alves Ribeiro 

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NOVAS VISÕES DE CHICO BUARQUE - Chico 70 anos


Segue um material que presta uma homenagem a Chico Buarque.


Johniere Alves Ribeiro


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AS NOVAS VISÕES SOBRE CHICO
Às vésperas de fazer 70 anos, Chico Buarque ganha livro com interpretações surpreendentes de suas mais significativas letras

LANÇAMENTO NO SEBO CULTURAL, EM JOÃO PESSOA: dia 07 de novembro, às 19h30, com bate-papo entre o organizador e os coautores Luiz Antonio Mousinho, Sônia Maria van Dijck Lima e Sônia L. Ramalho de Farias


Que Chico Buarque permeia a história da música brasileira, todos sabem. Mas sua obra é tão rica que as ideias sobre ela parecem não se esgotar. Em 2014 o artista completará 70 anos e a editora LeYa antecipa a comemoração com o lançamento de “Chico Buarque: o poeta das mulheres, dos desvalidos e dos perseguidos. Ensaios sobre a mulher, o pobre e a repressão militar nas canções de Chico”, organizado por Rinaldo de Fernandes. A obra traz novas interpretações sobre as letras mais significativas do artista que marcou não só a música, mas também o teatro e a ficção brasileira. O lançamento do livro em João Pessoa será na próxima quinta-feira, dia 7, no Sebo Cultural, às 19h30. Na ocasião, haverá bate-papo entre o organizador e os coautores Luiz Antonio Mousinho, Sônia Maria van Dijck Lima e Sônia L. Ramalho de Farias
Na obra, organizada por Rinaldo de Fernandes, o leitor encontra novos olhares da produção poética de Chico Buarque, desde os primeiros LPs, da década de 1960, até o CD Chico, de 2011. São vinte e quatro ensaios, além de uma introdução, que compõem o livro e passeiam por músicas e personagens mais marcantes, entre eles a figura feminina em “Angélica” e “Benvinda”, os desamparados do país nas letras de “Construção” e “Pedro Pedreiro”, além das clássicas “Apesar de você”, “O meu guri” e “Deus lhe pague”.
Os ensaístas produziram análises das letras de Chico priorizando três segmentos temáticos – a mulher, os desvalidos e a repressão militar. Os ensaios têm a assinatura de Adélia Bezerra de Meneses, Aleilton Fonseca, Anazildo Vasconcelos da Silva, Charles A. Perrone, Cleusa Rios Pinheiro Passos, Cristhiano Aguiar, Daniel Piza, Evelina Hoisel, Igor Fagundes, Lígia Guimarães Telles, Luca Bacchini, Luciano Rosa, Luís Augusto Fischer, Luiz Antonio Mousinho, Luzilá Gonçalves Ferreira, Nelson Barros da Costa, Pedro Lyra, Ravel Giordano Paz, Regina Dalcastagnè, Sônia L. Ramalho de Farias, Sônia Maria van Dijck Lima, Sylvia Cyntrão, Tércia Montenegro Lemos e Waltencir Alves de Oliveira.
Analisada com esmero acadêmico, mas também com o olhar encantado por uma obra tão envolvente, a poesia buarqueana é apresentada de uma maneira que conduz o leitor pelos bastidores de significados das canções, tão intencionalmente criadas e tão despretensiosamente cantadas pelo artista.
“Chico Buarque é um artista ímpar, o mais importante da cultura brasileira na contemporaneidade. E não só isso: trata-se de um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos”, descreve Rinaldo de Fernandes.


SOBRE O AUTOR:
Rinaldo de Fernandes é escritor, professor universitário e doutor em Letras pela Unicamp, com tese sobre Vargas Llosa. É autor, entre outros, do romance Rita no Pomar (2008), indicado para o Prêmio São Paulo de Literatura. Organizou as coletâneas O Clarim e a Oração: cem anos de Os Sertões, Chico Buarque do Brasil: textos sobre as canções, o teatro e a ficção de um artista, Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira, Quartas histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa, Capitu mandou flores: contos para Machado de Assis nos cem anos de sua morte e 50 versões de amor e prazer.


SOBRE A EDITORA
A LeYa é o grupo editorial que integra algumas das mais prestigiadas editoras portuguesas. Está presente em quase todos os países de língua portuguesa. No Brasil, o grupo LeYa atua em edições escolares e no mercado de interesse geral, por meio dos selos LeYa e Lua de papel e as parcerias com Casa da Palavra e Fantasy. www.leya.com.br 

CONTATOS COM O AUTOR: rinaldofernandes@uol.com.br



Chico Buarque: o poeta das mulheres, dos desvalidos e dos perseguidosEnsaios sobre a mulher, o pobre e a repressão militar nas canções de Chico.
Organização de Rinaldo de Fernandes
408 páginas
16x23cm
Preço: R$ 49,90
ISBN: 978-85-8044-858-0





terça-feira, 27 de agosto de 2013

Poetas Paraibanos - 5 poemas - Correio das Artes - 2008

POEMAS

5 poemas paraibanos
Amador Ribeiro Neto

cabaceiras
 
dia
cinco
começa

§
único
alguidar
cheio

] farinha [
] carne de sol [
] creme de leite [

deus
nOs
acuda
O
restO
dO
canO

muriçocas de miramar
foco teu carnaval
focas meu carnaval
ardes carnes
ardemos
vara
varal
 

são joão de teixeira

eu sabia não sabia
deveria
saber já sabia
toda
via
na hora agá
embaraçou
o fundo da
rede das minhas idéias
e foi vacilo
agora
só me resta a
poesia
desta noite fria de junho
e lá lounge
bem no alto
bandeirinhas fogueirando
festas pros ventos
volpis
 
lagoa de joão pessoa

e
se um dia eu carregu
ei girafas no bol
so nem me lembro m
ais o certo é que hoj
e quis embolsar um casal del
as e tive a maior dificuldad
e

e
uma vazava pelos pés outr
a escorregava no pescoço d
a outra e eu  e eu ali sozinh
o com as mãos ao vento da noit
e escondendo meu rombo zôo
lógico é ev(id)ent
e

feira de campina grande
para roberto coura
na feirafebres uminha no meinho inúmeras meações: os olhos do foto-grafo: déjà-vu  chinfrim reles-mesmo costumeiro: como? assim: sendo como se  víssemos pela primeira vez: olhos transladados no escuro ampliam nossoutras percepções y desautomatizam vosssoutro olhar. fiat lux: delirar com a dança lisérgica das alfaces. chove-chuva das cores vegetais verduras & frutas. sobe-&-desce    )laça&deslaça(    das linhas semi-impalpáveis das escadasesfoladas. lonas dos tetosbarracas: faíscas de fogueiras fuzilando balcões da feira: ah percussão da luz: moto-contínuo-motor-refletindo & refratando baticum no alumínio das canecas & funis & panelas & lamparinas. a escultura frágil-volátil do algodão rosa: desmaterialização da obra de arte convertida em comilança cotidiana: festafina das crianças. contraponto dos volumes escalas direções gráficas: labirinto metálico dos pregos parafusos trincos tralhas dobradiças: cópula metálica de cores & sons & sentidos. os queijos-livros nas prateleiras-estantes para o palrar & paladar das facas dos sab(o)(e)res. nos poleiros: perus amostrados: felizes da hora: néscios do pouco a pouco daqui a pouco-panela. visagensvirtuais: sandálias coloridas nas bancas vazias: a rua asfaltada se alonga dentro do silêncio: passos para pés deste & doutros dias. linhas espirálicas do jerimum caboclo se-retorcendo-se: primeiros raios do dia. névoa. fumaça. de repente: splum: clarão do dia. pipOcaestOura a feirafesta em cOres sOb Os OlhOs de cOura


 Escrito por Correio das Artes às 09h25
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Uma Lenda do povo Caiapó em versos do cordel - Johniere Alves Ribeiro - Correio das Artes


Assista um pouco da cultura caiapó, em uma história contada pelo grupo do “ Baú de Histórias”.  






LITERATURA

Uma Lenda do povo Caiapó em versos do cordel

Por Johniere Alves Ribeiro


Afirmar que Manoel Monteiro é um excelente poeta e que seus cordéis têm uma grande importância para Cultura Popular na atualidade não é novidade alguma. Por isso queremos apresentar aqui mais uma bela história recriada pelo vate: “Uma lenda do povo caiapó”. Cordel que nos demonstra a capacidade que Manoel tem em recontar histórias e o quanto é vasta sua bagagem e nível intelectual, qualidade de quem não é só um poeta popular, mas acima de tudo um grande leitor e pesquisador. Este perfil faz com que o poeta tenha uma maior facilidade em adaptar as mais variadas histórias do mundo mágico e do maravilhoso para o não mais que fantástico folheto de feira.      
O cordel foi impresso em oito folhas e por isso pode ser classificado como folheto. Nele observamos uma linguagem aproximada da coloquial, o que faz com que a leitura se torne mais fluída e prazerosa. É certo que Manoel, como já citamos acima, “gasta” tempo lendo e tem contato com os mais variados tipos de textos, seria impossível não encontrarmos em alguns de seus versos a presença de vocábulos inerentes à norma culta da língua.
Na capa do folheto encontramos uma bela xilogravura de Jô Andrade, logo abaixo do título e nome do autor, não é nosso intuído analisá-la, contudo não poderíamos seguir nossa leitura do folheto sem mencionarmos o que ela nos apresenta, até porque acreditamos que as capas das histórias do cordel tem muito a nos dizer. Jô Andrade nos apresenta a figura de um índio e seu olhar é de tristeza. Ao fundo vê-se um desenhos que lembra o mapa de nosso país e mais atrás, na parte que representa o litoral de nosso país, nota-se o desenho de uma das embarcações de Cabral. Este quadro descrito pelo artista Jô, representa o fatídico episodio da invasão européia e em nosso país e o olhar triste do índio nos antecipa o desfecho cruel das nações indígenas pré-cabralina aqui existente. Fica-nos claro a sensibilidade do xilógrafo, pois sua imagem neste folheto não é um mero acessório, mas sim parte integrante da história que será posta pelo poeta, enfim, sua xiló acaba se tornando uma porta aberta para uma maior compreensão do que aconteceu ao povo caipó. 
O enredo, reinventado por Manoel Monteiro, é apresentado em trinta estrofes de seis versos – sextilhas -, e estes apresentam dez sílabas poéticas. Logo no início do folheto, o poeta faz questão de frisar que temos lendas belíssimas e que estas não deixam a desejar as existentes em outros países, com este espírito “nacionalista”, mas sem beirar o barrismo, ele faz um confronto entre nossas lendas e as estrangeiras e lista algumas delas, como é o caso do Lobisomem, Saci, Boto-cor-de-rosa, etc. Em contra partida Manoel também nos lista as histórias que dão base de sustentação das clássicas histórias infantis: Branca de Neve e os setes anões, Aladim, O gatos de botas, dentre outras.
Assim, fica notória importância que este cordel tem, para a valorização de nossos contos e lendas populares, percebemos que o poeta, ao recontar tais histórias, nos oferta a capacidade de repensar nossa própria vivência com o mundo mágico inerente aos folhetos.
As estrofes, que leremos a seguir, são apenas três das sete que introduz a lenda aqui em questão, elas seriam uma espécie de preparação, momento em que o contador procurar prender atenção do seu ouvinte até que chegue ao ponto exato do inicio do enredo. Vejamos então, como Manoel Monteiro contextualiza sua história e como fica clara a idéia de comparação entre nossas lendas e as européias.

No Brasil a gente não precisa
copiar em nada outras nações,
porque temos tudo, e sendo estórias
nós as temos que vêm  de gerações,
por isso, talvez nem careçamos
de Branca de Neve e seus anões.
Nem de Ali Babá  e seus ladrões,
minaretes, oásis, najas, tenda,
porque falar disso, se nós temos
os folguedos de roda e as parlendas
os encantos do boto-cor-de-rosa,
a cobra-sem-cabeça e outras lendas?
Não por é por orgulho, me entendas
mas olhando em volta por aqui
tem gnomos pra todas as idades,
da Mão d´água na rio logo ali
deu uivos do bicho Lobisomem
às diabruras do peraltas do Saci. ( p.1)     
 
O poeta inicia enredo, propriamente dito, na terceira página, afirmando que o povo caipó vivia num paraíso, onde tudo era perfeito, e todos estavam em harmonia com a natureza e em união social. Este lugar ideal se localizava sob as nuvens. Todavia, num certo dia, alguns índios, curiosos, observaram uma fenda entre as nuvens e por esta fenda notaram que existia um outro mundo lá em baixo. Tal visão, inesperada, causou um desejo enorme de conhecer este novo mundo. Começaram a descer e assim os índios foram povoando este planeta, até que um sábio ancião, sabendo do perigo que aguardava os que para lá desciam e com medo do que podia acontecer com os que não tiveram a oportunidade de descer também, logo retirou a escada e tapou a fenda das nuvens, impedindo o êxodo de todos da tribo para esse “novo mundo” de baixo.
No início tudo lá embaixo era uma beleza, até um dia chegou o homem branco, na nova terra habitada pelos caipós, destruindo toda harmonia que eles também conseguiram estabelecer neste planeta. Este invasor poluiu os rios, o ar, desmataram as florestas o que ocasionou um total descontrole da natureza e da paz anteriormente adquiria por tal povo.  Assim, o povo caipó sentiu uma extrema falta do paraíso em que viviam e tiveram vontade de voltar para lá, mas não podiam porque a escada que dava acesso havia sido retirada há muito tempo e a volta já era impossível, só restava olhar para o as nuvens do céu e as estrelas: Hoje vendo estrelas cintilantes/ nelas vêem a maloca iluminada/ e lamenta a hora de ter vindo / povoar este terra desgraçada/ mas não podem voltar ao paraíso/ as escada de volta foi cortada. (MONTEIRO, p. 06)  
Como pode-se perceber, esta lenda do povo caipó converge para outras duas histórias. A primeira está relacionada ao Gênese bíblico e ao paraíso edênico, que representa a pureza da humanidade, seria o mito da Idade de Ouro amplamente divulgado em várias comunidades primitivas ao redor do mundo. A segunda história está interligada a do descobrimento/invasão do europeu e do homem branco de modo geral, que ainda hoje continua explorando o índio. Isto se pode observar melhor nos seguintes versos:

As floresta de ontem, belas, densas,
pejadas de frutos saborosos,
o ouro dormindo sob o leito
dos rios límpidos e piscosos,
tudo isso lhes foi subtraído
pela gana dos brancos criminosos.
Se dizendo cristãos, mas rancorosos
atiravam ao fogo os discordantes, 
dos milhões de índios que haviam
sob o jugo de leis escravisantes
os poucos restantes nem parecem
os mancebos viris que eram antes.
[...]
O canto tribal hoje é bala
e lamentos do fim de uma raça,
a água é suja, o ar é denso
com cheiro de fogo e de fumaça,
não há peixes nos rios poluído,
não tem flores, por isso não tem caça. 
Dia a dia aumenta a ameaça
contra um povo outrora tão feliz
filhos natos da Terra brasileira
e legítimos donos do País
usurpados por uns 500 anos
esta história é real,mas ninguém diz.
( MONTEIRO, p.07)  
 
Além das histórias acima relacionadas, por meio deste folheto podemos perceber que o poeta retoma o mito do velho sábio, elemento muito recorrente nas tribos indígenas. Isso pode ser notado primeiro durante o decorrer da história, pois é o velho sábio que no passado evita desgraça maior, fechando a fenda entre as nuvens e retirando a escada, como também é um velho da atual tribo que contou tal lenda ao narrador: Falar nisso, lhes peço, escutai/ uma estória que lembro no momento/ ouvi dum índio Caipó/ que sentado ao chão falava lento/ do começo do mundo, e como o homem/ cá chegou, quis saber, fiquei atento. ( MONTEIRO, p.03)  
Outro elemento que nos chama atenção neste folheto é o poeta consegue unir dois gêneros literários que tem por base a oralidade: o folheto de cordel - que já foi puramente oral -  e a lenda indígena. Esta contada, como vimos, por alguém mais experiente da tribo que sob a luz da lua e do fogo tentava explicar os mistérios do mundo ao seu povo. O poeta, mesmo que indiretamente, faz menção a este aspecto logo no inicio do folheto, na sétima estrofe, quando diz: A herança oral dum povo é esta/ que vem vindo de boca em boca e vai/ povoando à mente das pessoas/ hora ensina, hora alegra, hora distrai/ por isso hoje conto ao filho meu/ o que um dia contou meu velho pai.” (MONTEIRO,p.02)   
   Portanto, fica prova e comprovada a capacidade de reconta história, a qualidade e a seriedade com que o poeta Manoel Monteiro tem, de modo que de folheto em folheto ele mesmo vai povoando à mente de seus leitores e nos brindando com belíssimas histórias.
                        
Johniere Alves Ribeiro é Mestrando em Literatura e Interculturalidade. Professor de Literatura


 Escrito por Correio das Artes às 09h30
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"Só a Paraíba não viu Ariano" - LEIA URGENTE

É incrível como a Paraíba é, muitas vezes, ingrata com seus artistas ou com aqueles artistas que escolheram este “ sublime torrão” como morada. Foi o que aconteceu com a peça teatral “Ariano”, escrita por Gustavo Paso e Astier Basílio, texto que ganhou alguns prêmios, que rodou o eixo sudeste, mas que nunca foi exibida na terra onde Ariano Suassuna nasceu  e onde residiu – por muito tempo – ao menos um dos seus produtores: Astier Basílio, filho do poeta Tião, que tinha um programa em uma rádio local, dedicado a cultura popular: “Retalhos do Sertão”.
Ainda bem que temos jornalistas como Linaldo Guedes, que não deixou passar em branco e publicou uma entrevista sobre o tema no ano de 2008.
Leia   com atenção !
Johniere Alves ribeiro   
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Só a Paraíba não viu Ariano
Por Linaldo Guedes
Gustavo Paso é o diretor e um dos autores do texto da peça “Ariano”, que estreou ano passado no Rio de Janeiro e saiu em excursão por algumas cidades do Brasil. Como o próprio título sugere, a peça conta a trajetória do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, que ano passado comemorou os 80 anos em plena atividade, recebendo homenagens do país inteiro.
A peça tem co-autoria do jornalista, poeta e dramaturgo Astier Basílio. Seu elenco conta com vários atores nordestinos. E fala sobre o grande escritor paraibano. Mesmo assim, ainda não foi contratada para se apresentar na Paraíba e no Nordeste. Gustavo conta que já foram feitas gestões neste sentido, mas nada de concreto.
Enquanto isso não acontece, Gustavo vai alinhavando outros projetos. Um deles, chamado “Bodocongó”, que pretende fazer na Paraíba também Astier Basílio. Já no Rio de Janeiro, pensa em adiantar uma versão de Otelo de Shakespeare para estrear ainda este ano. Nesta entrevista, Gustavo fala a esperança de trazer a peça à Paraíba e fala sobre o sucesso do espetáculo.
Gustavo, como surgiu a idéia de montar uma peça sobre Ariano Suassuna?
Do simples desejo de se encenar uma obra de Ariano, de início “A Pedra do Reino...” era o objetivo, mas quando soube que Antunes estava trabalhando buscamos outros caminhos, e o prefácio e posfácio da edição da obra me chamaram atenção para a obra poética de Suassuna. Quando recebi de seu genro o cd Vida Nova Brasileira, afirmei aos meus: “O caminho está na poesia de Ariano!”. O que nos encanta é que hoje no espetáculo todos os personagens que encontram ARIANO dizem a ele: “A SAIDA ESTÁ NA POESIA!”
Como você e Astier cotejam a parte biográfica na dramaturgia?
De forma poética. Abordamos fatos que ocorreram em sua vida privada com muita delicadeza. Escolhemos a música, por exemplo, para representarmos a perda de seu pai, assim como o reencontro, poético, como o mesmo. Isto tudo com muito carinho. Sempre afirmávamos um para o outro: não estamos aqui para falar de nenhum assassino.
E o contato com Astier Basílio, co-autor do texto, como aconteceu? É verdade que vocês se conheceram via internet?Nos conhecemos através de um ensaio que ele escreveu sobre Ariano Suassuna que a atriz da nossa cia teatral Luciana Fávero leu na internet, eu estava muito avançado na pesquisa acerca da vida e obra de Ariano, com inúmeros livros, conversas com Carlos Newton Jr, que para nós foi importantíssimo neste processo, e ainda não tinha começado a escrever a peça de fato. Convidei alguns dramaturgos, vamos dizer “de ofício”, mas todos estavam ocupadíssimos. Ao ler o ensaio de Astier reconheci ali o profundo conhecimento e intimidade com a obra de Ariano e sua importância. Entrei em contato. Escrevemos a quatro mãos e só nos conhecemos no dia 21 de abril. Quando ele esteve nos ensaios aqui no Rio de Janeiro.
De que forma está estruturada a peça?Nas influencias de Ariano. Isto é o que mais nos guiou. Podemos dizer que tecnicamente a Divina Comédia nos “estruturou”, pois a peça está dividia em Sol (inferno), Sangue (purgatório) e Sonho (paraíso), mas estamos impregnados da formação literária de Ariano.  Alguns dizem que não é preciso conhecer a obra de Ariano para gostar, mas se se conhece reconhecerá o valor da obra, pois há na peça informações que servem a ela como história de ficção, porém vão além pois são informações bem mais profundas.
Qual o resultado deste seu profundo encontro com a vida e obra de Ariano Suassuna?
Em dois anos de encontros com sua vida e obra entendi e amo mais o Brasil. Ariano é uma lição de brasilidade. Tudo o que diz deveria ser ecoado... se tivéssemos mais uns 4 parecidos (vivos), estaríamos mais bem protegidos culturalmente. E aprenderíamos mais sobre o Brasil. Quantos conhecem profundamente quem foi Aleijadinho?
Como foi formado o elenco da peça?
Posso afirmar a você que NÃO HÁ TECNOLOGIA MAIS AVANÇADA DO QUE O ATOR! Vou atrás desta tecnologia de ponta! Mesmo conhecendo muitos atores, excelentes atores inclusive... gosto de fazer sempre uma audição quando o elenco a ser formado passa de 4 ou 5 artistas.  Só convidamos, fora da cia, o Gustavo Falcão para fazer o Ariano, um dos melhores atores do Brasil, de sua geração.
Alguma razão especial para realizar audições?
Novas pessoas... novas experiências... Tem muita gente boa que quer desenvolver um trabalho de cia, um trabalho sério, de longo prazo. Os profissionais requisitados às vezes não tem tempo de ensaiar 3 ou 4 meses... por exemplo. Há também de nossa parte o intuito de investir em artistas que possam vir conosco, seguir em frente.
Ariano chegou a ver o espetáculo? O que ele achou?
Não assistiu ainda... Confirmou presença quando formos ao Nordeste! Nos desencontramos duas vezes por cidades que ele visitou por conta das homenagens...
A peça vem recebendo elogios da crítica especializada, como Bárbara Heliodora, e de publicações como Bravo. Fale um pouco sobre essa recepção da crítica.
O que mais me move é a recepção do público, faço teatro para melhorar culturalmente o nível do meu país, sem nenhum tipo de demagogia, quem me conhece sabe que penso desta maneira. Este conceito está um pouco esquecido. Quero levar à cena espetáculos que possam melhorar este nível, há 20 anos tenho isto como meta: qualidade, in-formar com responsabilidade. Acho que o resultado da crítica especial, sim. Pois eles também reconheceram isto. Quando Bárbara Heliodora cita que o “Homenageado Merece!” nos deixa emocionados, assim como o reconhecimento da Bravo!, o Lionel Fischer que escreveu uma crítica apaixonada e sem dúvida do que viu, quando os meios de comunicação devotam seu apreço desta maneira, ficamos naturalmente felizes, com a certeza de que acertamos artisticamente...
A recepção do público, ao assistir o espetáculo?
Foi o alimento mais rico em vitaminas e proteínas que ingeri em 2007! Posso lhe dizer que sou a pessoa mais indicada para lhe dar este depoimento, pois vi todos os espetáculo até hoje! Viajo com a cia, estou todos os dias junto aos atores e técnicos. Presenciar a reação do público realmente está em outro nível, nós ouvimos “bis” e “bravo” em diversos finais de apresentações. Para mim é uma experiência nova que trouxe grande nível de satisfação, simplesmente porque nos dedicamos a construir uma obra nova, nunca feita, que resultou em uma homenagem em vida a um dos maiores nomes da cultura nacional, e o público ovacionou em todos os estados que estivemos.
Vocês estão fazendo excursão pelo Brasil, e além do Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo ainda vão a três estados. Quais são os estados e como está acontecendo esta excursão?
Com enorme dedicação e disponibilidade da cia. Somos uma cia de teatro sem subsídio para existir. As coisas acontecem muito porque o espetáculo repercutiu até fora do país. Tenha certeza de que onde estivermos com ARIANO sempre terá uma empresa ou governo local nos patrocinando. Assim foi nos estados que visitamos. Nós retornaremos com uma temporada de 2 meses no Rio, num teatro de mais de 500 lugares na Zona Sul, faremos Macaé (interior do Rio), e estamos acertando detalhes para voltarmos ao sul do país, Festivais na América do Sul e Europa, mais precisamente Portugal, e talvez Espanha. Mas tudo isto depende de investimento.
Por que a Paraíba, e o Nordeste, não está incluído no roteiro de excursão?
Hoje em dia se não tivermos uma pessoa cuidando para que o espetáculo visite a cidade sendo ela de um dos governos (secretarias de cultura) ou até mesmo produtor local, fica muito difícil. A outra possibilidade é o que estamos tentando há tempos, conseguir por nossa conta, daqui no Rio de Janeiro, empresas do nordeste ou estatais que queiram patrocinar esta nossa ida ao Nordeste.
No caso da Paraíba, vocês chegaram a fazer algum tipo de gestão para traze-la para cá?
Sim, recebemos alguns contatos mas eles não são, como dizer... inteiros. Nós sempre temos que completar com algo. No caso o mais complicado são as passagens. Mas acho que se alguns estados do Nordeste através de suas principais cidades se juntassem isto seria muito fácil. Sempre que nos voltarmos para a união dos povos conseguiremos grandes coisas, é tão simples e tão difícil, não é mesmo?
Depois da peça “Ariano”, tem projeto de uma outra montagem para este 2008?
Estamos empenhados em fazer intercâmbios. Realizaremos uma série de montagens teatrais de pequeno porte em um projeto de intercambio com autores contemporâneos da Europa e da América do Sul, e há um projeto chamado BODOCONGÓ, que quero realizar na Paraíba junto a Astier Basílio com atores daí. A dramaturgia seria feita por ele com minha direção, o processo de montagem “em processo” será com o mesmo conceito do ARIANO. Aqui no Rio podemos adiantar que uma versão de Otelo de Shakespeare estreará ainda este ano.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

NIÓBIO é do Brasil ? - ACORDA BRASIL

Parece que o Brasil nunca deixará de ser um país da contradição. Somos ricos em matérias primas, que continuam sendo exploradas – principalmente e mais vezes por outros – e talvez nunca conseguiremos agregar valor  a algumas destas mercadorias, o que nos ajudaria a revender nossos produtos por um preço bem melhor. Mas, continuamos como em 1500: explorados por nações ricas; somos roubados por nossos políticos corruptos. Acredito que nenhum um país dito rico aguentaria tanto desfalque aos cofres públicos como nós, mas nosso povo continua não tendo acesso à saúde de qualidade, à educação de qualidade aspectos em nossos exploradores conseguiram fazer com equidade.
Diante disto assista o vídeo que segue e tire suas próprias conclusões. O mesmo tratará de do nióbio, o que será isto? Assista e veja o que é.


Johniere Alves ribeiro  
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Não podemos aceitar isso!!! Não sabemos por falta de informação!!! 
Lembremos de Enéias Carneiro...