quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Parágrafos - como estruturá-los?

Paragrafação e sua importância para um bom texto
Por Johniere Alves Ribeiro

Justificativa  do estudo do parágrafo

 O estudo do parágrafo (paragrafação) precisa vir à tona nas de escrita, pois a compreensão deste tema oferta ao aluno um norte para a organização de suas ideias ao longo do texto. Com esse intuito, faz-se necessário ofertar ao aluno subsídios próprios da escrita para que assim você tenha uma maior capacidade de tomar decisões e otimizar a organização das ideias ao do paragrafo e, consequentemente, ao logo do texto.  ( RIBEIRO, Johniere)

Conceito

O parágrafo é uma unidade de composição, constituída por um ou mais de um período em que desenvolve determinada idéia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.?
[GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978, p. 203.]

Tópico Frasal

Constituindo habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal encerra de modo geral e conciso a ideia-núcleo do parágrafo .  ( GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978, p. 203.)




ELABORAÇÃO/ PLANEJAMENTO DE PARÁGRAFOS

1.Ter um assunto;
2. Delimitá-lo, traçando um objetivo;
3. Estruturá-lo a partir do tópico frasal previamente pensado;
PARAGRAFAÇÃO [1]
Observamos que todo texto é constituído de idéias. Se desejarmos organizá-las com clareza, é necessário que tenhamos capacidade de desenvolvê-las em parágrafos.
Um parágrafo pode constituir-se de um ou mais períodos, em que se desenvolve uma idéia central (tópico frasal), à qual, geralmente se unem idéias secundárias (explicação ou argumentação) que se ligam por um único sentido, finalmente uma breve conclusão sobre as observações apresentadas.
1. Características de um parágrafo
Todo parágrafo deve apresentar:
– correção gramatical;
– clareza (exposição clara das idéias);
– unidade (uma única idéia central);
– coerência (relação entre a idéia central e as secundárias);
– coesão (entrelaçamento significativo entre declarações e sentenças seqüenciais).
2. Diferentes feições do tópico frasal 
a) Declaração (afirmativa ou negativa): esta uma das feições mais comuns para construção de um parágrafo, nela o aturo afirma ou nega algo logo de saída e depois justifica e fundamenta sua opinião. ( GARCIA, 2002)
ex.       “ Vivemos numa época de ímpetos. A Vontade, divinizada, afirma  sua preponderância, para desencadear ou encadear… ( in GARCIA, 2002, P.243) 
b) Pergunta
ex. Qual o principal problema que enfrentam os adolescentes recém-formados?
c) Definição: frequentemente o tópico frasal assume a forma de uma definição. É um método mais didático.  
ex. Tópico frasal é a ideia núcleo do parágrafo aquela que pode-se elaborá-la no início do parágrafo.  ( RIBEIRO, Johniere)
d) Divisão; processo também didático, consiste em apresentar o tópico frasal sob a forma de divisão ou discriminação de ideias a serem desenvolvidas.
ex.. Os sentidos linguagem, de um modo geral, podem ser divididas em dos tipos: linguagem conotativa e linguagem denotativa. O primeiro está relacionado ao sentido figurado das palavras; enquanto o sentido, refere-se ao sentido literal que as palavras podem ter. ( RIEBRIO, Johniere) 
e) Referência a provérbios, cenas e fatos conhecidos.
ex. Thomas Édison, inventor da lâmpada, não pensou que sua simples invenção proporcionaria maravilhas à humanidade. ( Victor Dias)
3. Como desenvolver o Tópico Frasal[2]
a) Enumeração de pormenores
ex. Nenhuma comunidade lingüística fala sua Língua uniformemente. Haverá sempre variações lingüísticas relacionadas à idade dos falantes, à região que ocupam dentro da comunidade e às classes sociais que representam.
b) Confronto – Uso de pontos comuns (semelhança) ou divergentes (diferentes) entre eles.
Os jovens precisam dos pais para se sentir seguros. Apesar de alguns negarem o apoio paterno, pois acreditam que já sabem tudo do mundo; outros se guiam nas ideias e atitudes dos pais para tomar as principais atitudes da vida.
c) Causa e efeito
Atualmente as inversões térmicas foram incluídas no rol dos fenômenos naturais considerados prejudiciais ao homem. Isso se deve ao fato de que esse fenômeno tem sido, frequentemente acusado de responsável pela poluição do ar que assolam as grandes cidades mundiais.

4. Parágrafos e a redação do ENEM

O parágrafo em um texto tem a função de ordena as ideias, ele é responsável por sua sequenciarão. Nesse sentido, leia abaixo a como o ENEM irá avaliar – em uma de suas competências ( a de numero 2) -   no texto dissertativo-argumentativo:

200 pontos : O participante desenvolve muito bem o tema, explorando os seus principais aspectos. A redação contém uma argumentação consistente, revelando excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo. Isso significa que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam a tese, distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com a proposta de intervenção funcionando como uma conclusão. Além disso, os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.
 doParticipante
19
160 pontos :  O participante desenvolve bem o tema, mas não explora os seus aspectos principais.   Desenvolve uma argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo, mas não apresenta argumentos bem desenvolvidos. Os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.

120 pontos:  O participante desenvolve de forma adequada o tema, mas apresenta uma abordagem  superficial, discutindo outras questões relacionadas. Desenvolve uma argumentação previsível e  apresenta domínio adequado do tipo textual dissertativo–argumentativo, mas não apresenta  explicitamente uma tese, detendo-se mais no caráter dissertativo do que no argumentativo. Reproduz ideias do senso comum no desenvolvimento do tema.

80 pontos: O participante desenvolve de forma mediana o tema, apresentando tendência ao tangenciamento. Desenvolve uma argumentação previsível a partir de argumentos do senso comum, de cópias dos textos motivadores, ou apresentadomínio precário do tipo textual dissertativo-  argumentativo, com argumentação falha ou texto apenas dissertativo.

40 pontos: O participante desenvolve de maneira tangencial o tema, detendo-se em tema vinculado ao mesmo assunto, o que revela má interpretação do tema proposto. Apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argumentativo, com repetição de ideias e ausência de argumentação. Pode ocorrer também a elaboração de um texto de base narrativa, com apenas um resquício dissertativo – por exemplo, contar uma longa história e, no final, afirmar que ela confirma uma determinada tese.

0 ponto -  O participante desenvolve texto que não contempla a proposta de redação: desenvolve outro tema e/ou elabora outra estrutura textual que não a dissertativo-argumentativa – por exemplo, faz um poema, descreve algo ou conta uma história.

Um Beijo nem sempre é só um Beijo - Teatro Paraibano

TEATRO

Um Beijo nem sempre é só um Beijo
Por Astier Basílio


Há dez anos morria o dramaturgo e diretor paraibano Leonardo Nóbrega. Mas, que foi ele, quantas peças escreveu e as peças, como lê-las? Faz-se necessário que alguém se prontifique a fazer um trabalho que resulte da preservação da memória de Leonardo Nóbrega. Isso é fato. Em sua homenagem e marcando sua despedida dos palcos paraibanos, Duílio Cunha, que está indo morar no Ceará, encena "Beijo Roubado". A peça
foi escrita em 1990, passou quatro anos em cartaz, com grande sucesso de público. Duílio já havia montado o texto "O pai do mangue", do mesmo autor.
Os ajustes, conta Duílio, foram poucos. A trilha sonora, regida por Ângela Maria- excelente por sinal e indicada já no texto - traduz toda a atmosfera dos bordéis. As músicas foram realçadas pela coreografia simples e correta de Maurício Germano.
- Tive de retirar muitas expressões da época, como Funrural, Inamps,conta Duílio.
O diretor deixou pelo menos duas piadinhas do original: "Só quer ser Sônia Braga, a 'Dama da Lotação'" e "Brilhei mais do que Frank Sinatra no Maracanã". Na época deve ter sido muito engraçado. Na platéia da remontagem, muita gente jovem 'voou' com as referências. Ainda bem que Duílio preferiu retirar as demais. Mas, o problema é que não renovou o
repertório. E a falta de mais humor na peça ficou evidente. Não sei quantos cortes foram feitos e se alguns deles se referiam às pitadas humorísticas da peça, que se passa basicamente em um prostítulo, com quatro prostitutas, dois jovens e duas velhas, mais um
travesti. Quando vi em cena as atrizes de imediato me lembrei dos conflitos engrendados por Shakespare envolvendo o velho e o novo. Mas, infelizmente, o texto não se valeu disso. Os conflitos não foram bem desenvolvidos, ficaram no lugar comum da vitimização das personagens. O submundo da prostituição como tema e o vocabulário sujo da fala do
dia-a-dia, do coloquialismo sem medo de palavrões evocam apenas a superfície de Plínio Marcos. Mas, o nível de complexidade da trama cai consideravelmente quando Leonardo tenta fazer do teatro palco para engajamentos sociais, rebaixando a qualidade de seus personagens ao apresentá-los como coitadinhos - nada mais surrado e batido do que prostitutas vítimas de abuso sexual do padrasto, travesti que sustenta a mãe doente...
No programa da peça de 1990 - aliás, mesmo precário um programa é uma espécie de documento, pena que nem sempre as produções locais têm atinado para isso - Leonardo escreve que a feitura do texto veio após intenso laboratório, com realização de questionários com prostitutas e fala ainda de sua preocupação política e social. Tudo muito bonito, politicamente correto, engajado e cheio de boas intenções. Mas, com boas intenções dificilmente se faz bom teatro. Logo na primeira cena temos um 'flash-back' em que sabemos que Vanda está ali porque foi abusada pelo padrastro. Depois, tomamos conhecimento que Val (William Muniz) cuida de uma mãe em estado terminal. Edu, o rufião da travecona, e Sara, a prostituta nova, são menores de idade, todos requerendo empatia e autopiedade.
Uma das saídas para o espetáculo seria o humor e teríamos no eixo das prostitutas mais velhas: Cida Costa - que está em todas as montagens de 'Beijo Roubado' e já trabalhou com Duílio em "As Velhas" e "Comédia em 3 x 4"- e Madalena Aciolly (de "Como Nasce um Cabra da Peste").
Mas, o texto, "mutilado" emperra. E dá pra perceber o esforço mesmo de Madalena em arrancar mais de sua personagem, provocar risos, o que consegue por sua bem realizada performance. Cida não fica atrás. Um de seus grandes momentos é a dancinha que faz, como a esperar clientes, em beira de estrada. Cida foi conseguiu, como o humor, comover muito mais do que com as justificativas que o texto trouxe anteriormente com o sentimentalismo.
Raquel Domingues deu mostras do que pode render, mas o seu papel não possibilitou muito e ela também não foi além dele. Duílio já deu mostras de que é um dos nossos grandes encenadores, de que seu trabalho é competente, mas tinha de ter uma opção mais clara: podia se optar por uma coisa meio "musical" - há trilha e dança pra isso - ou "comédia" rasgada mesmo, fazendo ajustes, atualizando o texto. Ficou uma coisa meio atravessada, mal resolvida.
Astier Basílio é poeta, jornalista, teatrólogo e colunista do Correio das Artes
(Correio das Artes, agosto de 2007)

Ensaio sobre a Cegueira: um divisor de águas na obra de José Saramago

Ensaio sobre a Cegueira:  um divisor de águas na obra de José Saramago
Por Johniere Alves Ribeiro

O homem é a corda estendida entre o animal e o Super-homem: uma corda sobre um abismo; perigosa travessia, perigoso caminhar; perigoso olhar para trás, perigoso tremer e parar. (NIETZSCHE)






Falar da obra de um escritor não é tarefa fácil – principalmente quando se trata de um romance singular como é o caso de Ensaio sobre a cegueira ( doravante usaremos ESC) – e quando este escritor é José Saramago a responsabilidade nos pesa ainda mais, pelo quilate do conjunto de sua obra. É nesse sentido, que estaremos observando, dentre deste conjunto, o papel preponderante do romance ESC, que sem dúvida, é uma espécie de divisor de águas da escrita saramaguiana.
Para que se compreenda melhor o modo como se dá esta cisão, é de fundamental importância tecermos alguns comentários relevantes sobre o período que antecede o lançamento de Ensaio sobre a cegueira. Sendo assim, podemos dizer que José Saramago é um autor engajado -  por opção e declarado -  preocupado com o modelo da sociedade vigente. Vejamos o que nos informa Álvaro Cardoso Gomes, importante crítico de Saramago,  sobre este aspecto da sua obra :
... Saramago é o que abraça de maneira evidente uma arte compromissada, ou ainda, um romancista que acredita que o romance seja um instrumento de resgate das classes desfavorecidas e um instrumento de denúncia dos desmandos dos poderosos. (  GOMES : 1993, p.34) 
Como podemos observar nesta afirmação de Gomes, José Saramago é um autor interligado com sua época e com seu tempo, não apenas no sentido de descrever os fatos, mas também de analisá-los de maneira racional e crítica. Daí a importância de contextualizarmos o período em que surgem as obras deste autor português, haja vista que este contexto influenciará diretamente em seus romances. Contudo, nossa intenção neste ensaio não é de maneira alguma cair no campo do biografismo, buscando, com estes dados pesquisados, colocar o romance numa camisa de força, na qual tudo é influência da vida do autor. Queremos, outrosim, apenas mostrar que não há como fazer uma análise da obra de um autor, que claramente expõe suas ideologias nas histórias que escreve, sem fazer algumas referências ao seu contexto de produção, como também compreender  o lugar de uma determinada obra na linha de produção de um autor. Desse modo, tentaremos mostrar como se constitui o lastro da escrita saramaguiana  até a chegada de ESC.       
Podemos dizer que José Saramago é um escritor eclético, que produziu obras relacionadas ao gênero lírico, passando pelo ensaio e pela biografia, traduções, crônicas, contos,  chegando até ao gênero dramático. Contudo, é com a produção de romance que Saramago consegue atrair não só a atenção da crítica  e dos analistas em literatura, como também dos leitores de um modo geral. Seu primeiro romance publicado foi Terra do Pecado ( 1947), de acordo com o próprio autor e com os estudiosos da literatura, como pode ser visto em Gomes (1993) este livro não é tido como uma das melhores obras por ele produzidas, todavia não pode ser desconsiderado, visto que Terra do Pecado foi a pedra fundamental para toda construção literária do autor; neste romance já se configuram muitas das principais características que seriam acentuadas nas narrativas posteriores.
De acordo com Gomes, é com o romance Levantado do Chão ( 1980), publicado trinta e três anos após o autor ter lançando aquele seu primeiro livro, que o escritor português consegue o reconhecimento por parte dos críticos e estudiosos da literatura. Neste romance, Saramago conserva ainda um tom neo-realista. Nele o autor trata de fatos que têm ligação com a realidade: as lutas de camponeses que habitam o Alentejo.  A narrativa deste romance percorre todo o século XX , mas sempre investindo em idas ao passado remoto para tentar compreender a presente exploração fundiária vivida pelos camponeses, que culminara na famosa Revolução dos Cravos. Contudo, em paralelo a esta luta, mais especificamente, Saramago também retrata e investiga em LC outras lutas sociais, como por exemplo a instauração da República, as Grandes Guerras e a Guerra da Espanha.   
Dessa forma, José Saramago consegue instituir nestas obras de caráter mais histórico uma singular conexão entre o passado e o presente, o que convenciona uma espécie de metaficção-historiográfica, provendo um percurso inovador na estrutura tradicional do romance-histórico.  
Estas são obras, como já falamos acima,  que antecedem Ensaio sobre a cegueira (1995), que inicia o 2o circulo das obras saramaguiana, e que foram postas em destaque até aqui, para termos uma idéia geral do que acreditamos ser o primeiro ciclo dos romances de José Saramago, que tinha como teor principal, em boa parte deles, um compromisso com a historicidade dos fatos narrados. Com isto fica mais fácil notar que ESC é uma obra que dá novo rumo ao estilo do autor português, principalmente no tocante às temáticas que vinham sendo por ele desenvolvidas, todavia é importante salientarmos que muitos dos aspectos como: a narração fantástica, sobrevalorização das personagens do povo e do seu cotidiano, uma história pautada em uma ideologia, dentre outros aspectos, são profundamente reinventados em ESC.
Nele o autor português relata que um determinado país ( não nomeado pelo narrador, uma das inovações de suas histórias, pois até então, antes deste 2o circulo, encontrávamos delimitação exata do lugar onde se passava a história ) é tomado por uma epidemia: uma cegueira branca. Desta cegueira não se sabe ao certo a origem, ela apenas se espalha por todo o território e seu contagio é rápido e eficaz, de modo que não há como a vítima se defender ou até mesmo procurar um tratamento. Isso porque, como não se sabe as causas da epidemia, e os órgãos competentes foram pegos de surpresa, não se tem vacinas e nem perspectivas de cura. São afetadas pessoas de todas as classes sociais. O primeiro cego, assim chamado por ter sido o primeiro contagiado, foi contaminado em pleno semáforo. Em seguida, os casos de cegueira vão se acrescentando dia após dia, fazendo com que os governantes tomem medidas drásticas e isolem os pacientes em quarentena, num manicômio abandonado. Lá se misturam os tipos mais variados de indivíduos. É neste ambiente que encontramos as personagens, que não consideramos protagonistas no sentido tradicional, já que acreditamos que todos desempenham um papel de destaque no enredo.
Ensaio sobre a Cegueira foi o romance que,  de acordo com André Bueno, faz parte de uma espécie de trilogia -  somado a Todos os nomes ( 1997) e A caverna  ( 2000) - que consolidou a obra de José Saramago, fazendo com que o autor tomasse seu lugar entre os importantes escritores de textos ficcionais da contemporaneidade. ESC  abre esta trilogia e traz uma estrutura inovadora; é o romance que quebra com o modelo da prosa romanesca que José Saramago vinha desenvolvendo até então. Esta narrativa oferta ao conjunto da obra saramaguiana uma qualidade particular, que até então não se tinha visto em seus textos.
Desse modo, podemos afirmar que José Saramago trilha o seu caminho numa espécie de contra-mão, pois contraria o senso comum não só no que diz respeito ao conceito do é que  produzir na velhice, mas também em relação ao modo de compor sua narrativa, haja vista que não segue os moldes convencionais de contar história.   
Um importante caráter inovador na narrativa do escritor de ESC, e inaugurado nesta mesma obra, está ligado ao ritmo que ele consegue impor a sua escrita, que em alguns momentos faz com que o leitor remeta à lembrança de se estar lendo um texto poético, criando uma espécie de prosa-poética. Esta “musicalidade/rítmica” é alcançada aliando à narração a enumeração, comparação e metáforas, provérbios e ditados populares, e principalmente, reinventando o uso da pontuação, aproximando-a daquela que acontece no discurso oral.    
Talvez esta proposta estilística, além de ser uma atitude dos escritores contemporâneos, seja uma reposta rebelde contra as inibições impostas pela opressão do contexto de produção, no caso do escritor aqui exposto, o salazarismo que com mão de ferro censurava os intelectuais daquela época sombria para a arte de um modo geral. Sendo assim, José Saramago rompe com a tradição clássica de se escrever um romance, quebrando toda e qualquer regra preestabelecida. Portanto, não se encontra em Ensaio sobre a Cegueira as “devidas” marcas de pontuação para delimitação dos diferentes momentos da fala dos personagens, todavia durante a leitura da obra, apesar de tal inovação – haja vista que nos romances anteriores não tinha esta prática -, o leitor aos poucos vai se acostumando à lógica interna da narração e percebe que as letras  maiúsculas, na maioria das vezes, é que indicam o momento de um novo interlocutor:
Disse a mulher do médico, O melhor será que se vão numerando dizendo cada um quem é. Parados, os cegos hesitaram , mas alguém tinha que de principiar, dois dos homens falaram simultaneamente, sempre acontece, os dois se calaram, e foi o terceiro que começou, Um, fez uma pausa, parecia que ia a dizer o nome, mas o que disse foi, Sou polícia,  e mulher do médico pensou, Não disse como se chama, também saberá que aqui não tem importância. Já o outro homem sentava, Dois e segui o exemplo do primeiro, sou motorista de táxi. O terceiro homem disse, Três sou ajudante de farmácia. (ESC,  p. 66)  
É interessante notar que a escrita proposta pelo autor segue o modelo contínuo do pensamento. Percebe-se que neste fragmento existe uma ordem cronológica, apesar de não estar expressa numa seqüência paragrafal, como acontece nas narrativas tradicionais. Nesse sentido, o modo como o texto é disposto em seu contexto não define os limites existentes entre narração, descrição e dissertação, dessa forma, quem fica responsável para delimitar tais prerrogativas é a mente do leitor. É este o segredo da maneira original que o escritor de ESC eleva esteticamente a palavra, transformando-a em um expressivo instrumento de arte para descrever a essência humana: o pensamento. De acordo com Marco Lucchesi :  Já não se trata de uma palavra peregrina, mas de uma palavra comprometida. ( LUCCHESI: 1997, p.16) 
Um outro fator importante no tocante à escrita de José Saramago, que também se inicia em Ensaio sobre cegueira, é a nomeação dos personagens, que não acontece nesse romance e reincidirá em obras posteriores. Dessa forma, quem lê ESC percebe que a caracterização dos personagens não se prende aos possíveis nomes que viriam a ter, mas sim a sua função social, suas características físicas ou pelo tipo de discurso proferido,como visto no exemplo acima: a mulher do médico.   
Subversão. Talvez seja essa a definição que poderíamos dar a este estilo produzido pelo autor português. Subversão ao pontuar seus romances, subversão ao elencar temas que envolva a esfera social, de modo que não torna sua obra meramente panfletária de idéias e ideais; subversão ao mudar a lógica da narrativa, etc. Esta talvez seja a maior das características da escrita saramaguiana, um tópico que a torna nova e coerente, enfim, em seu projeto literário. Carlos Reis, um dos grandes críticos da obra de Saramago, afirma o seguinte sobre este estilo romanesco do escritor de ESC:
(...) de tudo isso também da famosa reformulação da pontuação que não poucos engulhos causa a quem ainda não percebeu que ler um texto literário é ( também) aderir a um lógica de singularidade enunciativa que só persiste e se impõe na medida em que quem a formula  é detentor de um projeto literário sólido e coerente. (REIS: 1999, pp.14-15)
Esta questão da pontuação é importante para a compreensão tanto do estilo produzido por José Saramago como também para a compreensão do romance aqui em questão, pois é este fato responsável para aproximação do discurso oral, tão vivenciada pelo leitor, que cooperará para a construção dos sentidos do texto. É interessante chamar atenção para este discurso oral, haja vista ser ele é o modo efetivo de comunicação confidencial entre narrador e leitor, como também para o contexto de ESC. Isso porque num espaço em que a cegueira predomina a fala é fundamental, troca-se a visão pela audição. Assim, a pontuação corrente e a leveza da oralidade transpostas para o enredo fecham-se como um elo perfeito, sem emenda alguma.    
Ao nosso ver, a escolha pela utilização dessa pontuação, e não da tradicional, obriga a intervenção atenta do leitor, ativando simultaneamente as suas capacidades de ler e ouvir, para depois meditar e refletir obrigando-o a encontrar, por si só, uma lógica acerca da sua existência num mundo degradado e cheios de obstáculos em que indivíduo se encontra impossibilitado de pensar sobre o caminho que deve seguir. Dessa forma, o leitor que quiser entrar e entender a cosmovisão de José Saramago é obrigado a parar para pensar: Se podes olhar, vê, Se poder ver, repara ( Livro dos conselhos, epígrafe presente em ESC), só assim é que se pode manter um diálogo efetivo com o autor, só assim teremos o mapa à mão para desvendar os caminhos obscuros do estilo saramaguiano.
Outra inovação relevante está relacionada aos temas de que tratam as obras de Saramago pós 1o círculo, visto que os mesmo, a começar por ESC, divergem, como já falamos, do cunho histórico e da  narrativa realista tradicional. Desse modo, observamos que o autor revitaliza os principais temas tratados por aqueles, como por exemplo a miséria, a adesão às causas dos menos favorecidos ou daqueles que de alguma maneira são explorados por todos os que detêm o poder. Com isto o narrador-autor traz à tona o antigo dualismo entre poderosos versus desvalidos.
Em ESC este dualismo é reformulado com mais evidência, haja vista que o mesmo não acontece entre ricos e pobres, como no senso comum sempre se retrata e como é próprio nos seus romances considerados de primeira fase. Contudo, essa rivalidade será estabelecida entre o Estado, que exerce com autoritarismo seu poder, e os cegos que são confinados e desprezados pelos poderes públicos em um  manicômio.
Com isto podemos reafirmar o que foi dito anteriormente, quanto ao aspecto ideológico que há no interior das obras de Saramago, mas isto acontece de uma maneira estética, de modo que em alguns momentos suas histórias adquirem um caráter ensaístico – talvez esteja aí a chave do enigma que o título da obra encerra sobre si -  pois o narrador-autor questiona analiticamente a sociedade que rodeia seus personagens e consequentemente a realidade da qual fazemos parte. Para isto, o autor lança mão da ironia e do humor corporificado no discurso do narrador, fazendo com que a construção da narrativa de ficção se eleve a uma condição de suprarealidade, que seria a fusão do que consideramos “real” e do ficcional.  
Podemos ainda afirmar que a obra saramaguiana pode ser considerada como uma espécie de “epopéia moderna”, haja vista que, assim como Homero, percebe-se em algumas de suas narrativas temas sobre sua terra e sua gente. Mas, agora o narrador não depende mais da permissão das musas para que assim possa contar as histórias, fazendo com que seus romances tenham um profundo senso estético e até um tom mágico. Acreditamos que essa criação mágica funde paradoxalmente a obra deste escritor português, o fantástico e o real, de modo que ao lermos seus enredos chegamos à seguinte indagação: o fantástico se dá na sua obra porque se aproxima muito do real ou seus romances são tão reais que beiram o fantástico?  E é neste sentido que retomamos a idéia de que Saramago cria uma nova epopéia e retomamos aqui Homero, que criou e deu vida a todos aqueles mitos da Ilíada e da Odisséia e que de alguma forma se tornaram reais para o povo grego. E sem dúvida foi ESC  que endossou mais ainda tal aspecto no conjunto da obra saramguiana. 
Compreendemos, portanto, a partir do que foi exposto, que na literatura pós-moderna ou contemporânea, como queiram, as palavras - e a linguagem por extensão - não servem apenas para retratar a realidade nem para trazer para nossos dias, através da leitura, um passado que se perdeu. A linguagem cria o real; as vivências humanas somente adquirem materialidade a partir das construções (narrativas) que são criadas justamente para que elas venham à tona. Sobre aquilo que não se escreve, nem se vivência, paira a sombra do vazio - o silêncio. Desaparece, portanto, a ruptura entre ficção e História, realidade e imaginário. O universo das palavras possui o poder de forjar  experiências; desaparece, em conseqüência disso, a importância da realidade histórica como legado a ser necessariamente transmitido às futuras gerações, atributo da literatura clássica.
Nesse sentido, acreditamos que muitas cenas do enredo em questão percebe-se o elo de ligação com o fantástico – elemento utilizado com mais intensidade a partir de ESC e que o diferencia mais uma vez dos outros romances -, para isso podemos retomar a imagem do primeiro cego, no momento em que foi acometido pela “cegueira branca”. Tal cegueira é algo sobrenatural na perspectiva do narrador e também para nós, haja vista que não há explicação cientifica para este caso. Também é bom ressaltar o modo como a epidemia foi estancada; ao final da história não ficamos sabendo as causas de seu desaparecimento, simplesmente ela vai embora como que abandonando, sem  motivo algum, o corpo daqueles que a possuíam, da mesma forma que chegou.
Todorov aponta, sobre o gênero fantástico, que a principal condição  para a sua existência é o que ele chama de 'efeito de incerteza' provocado no  leitor ou nos personagens (ou em ambos ao mesmo tempo)  Para T. Todorov, haveria um outro tipo de distinção nas origens do fantástico:  sobre o estranho e o maravilhoso, ambos inscritos na esfera da hesitação. Se leitores e personagens ficcionais permanecerem indecisos  em aceitar os fatos narrados como naturais, apresentando explicações lógicas,  estaríamos no campo do 'fantástico'; quando os fenômenos incríveis ou bizarros não podem ser explicados a partir do mundo como o conhecemos, estaríamos nas esferas do 'maravilhoso'. No entanto, quando a  personagem se recusa a ver interferências de planos alheios ao mundo real, estaríamos apenas na esfera do 'estranho'.
Hoje, entretanto, essas concepções de Todorov estão superadas, porque tudo aquilo que na literatura pode ser situado no plano mágico é tido como fantástico.
Portanto, ESC faz parte da produção artística de um autor claramente comprometido com uma ideologia e com a defesa, acima de tudo, dos direitos humanos.
Graduado em Letras e Mestrando em Literatura e Interculturalidade 
( RIBEIRO, Johniere Alves - Publicado Correio das Artes, agosto de 2007)

QUINHENTISMO - Início da Literatura sobre o Brasil

Quinhentismo no Brasil

A Literatura no Brasil surge tardiamente,- entendesse aqui a literatura escrita, pois nossos índios já desenvolvia uma literatura oral rica e que retratava lendas sobre o surgimento do nosso povo-, digo isto porque na Europa já estamos quase às portas do Barroco e já se tem passado pelo Trovadorismo, Humanismo, Maneirismo.
Desse modo, leia atentamente as informações que seguem e compreenda como a Literatura vai se estruturando em nosso país. Também há dicas de filmes sobre este contexto cultural.

Johniere Alves Ribeiro

Artigo acadêmicas sobre o Quinhentismo, confira:
 http://www4.crb.ucp.pt/biblioteca/rotas/rotas/maria%20aparecida%2019a67%20p.pdf
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Quinhentismo Brasileiro

O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e europeia em geral. Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.
Na época da colonização brasileira, a Europa vivia seu apogeu no Renascimento, o comércio se despontava, enquanto o êxodo rural provocava um surto de urbanização. Enquanto o homem europeu se dividia entre a conquista material e a espiritual (Contrarreforma), o cidadão brasileiro encontrava no quinhentismo semelhante dicotomia: a literatura informativa, que se voltava para assuntos de natureza material (ouro, prata, ferro, madeira) feita através de cartas dos viajantes ou dos cronistas e a literatura dos jesuítas, que tentavam inserir a catequese.
A carta de Pero Vaz de Caminha traz a referida dicotomia claramente expressa, pois valoriza as conquistas e aventuras marítimas (literatura informativa) ao mesmo tempo que a expansão do cristianismo (literatura jesuíta).
A literatura dos jesuítas tinha como objetivo principal o da catequese. Este trabalho de catequizar norteou as produções literárias na poesia de devoção e no teatro inspirado nas passagens bíblicas.
José de Anchieta é o principal autor jesuíta da época do Quinhentismo, viveu entre os índios, pelos quais era chamado de piahy, que significa “supremo pajé branco”. Foi o autor da primeira gramática do tupi-guarani e também de várias poesias de devoção.
( Por Sabrina Vilarinho - Graduada em Letras - Equipe Brasil Escola)
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QUINHENTISMO

 1 – Introdução
No final do século XV, os portugueses haviam se tornado mestres na arte de navegar. A Escola de Sagres, uma construção conservava até hoje nas rochas do Cabo de São Vicente, era o que havia de mais moderno em pesquisa náutica. O próprio Colombo atravessou o oceano Atlântico, em 1492, utilizando a tecnologia desenvolvida em Portugal.
A hipótese da existência de novas terras tinha sido confirmada. Os países da Europa viviam em efervescência pela conquista de novos mundos. Portugal, transformado em grande potência marítima, no seu afã mercantilista foi espalhado a “Fé e o império” por toda parte. Podemos dizer que a vela quadrada das caravelas portuguesas teve para os grandes descobrimentos o mesmo papel que o foguete Saturno V na conquista da lua.
Foi assim que Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500, época em que vigorava o Humanismo em Portugal. Esse fato foi tão importante para os portugueses da época quanto foi, para a humanidade, a chegada do homem à lua em 1969. E como não havia televisão para transmitir o feito, escrivão-mor da esquadra cabralina __ Pero Vaz  de Caminha __ escreveu a Carta ao rei d. Manuel.
Após seu descobrimento, o Brasil ficou por cerca de meio século sem merecer investimentos por parte dos descobridores. Enquanto na Europa era vertiginoso o avanço técnico e cultural, nas terras recém-descobertas não havia ainda iniciativas administrativas e educacionais.
Os maiores contingentes de pessoas que acorreram ao Brasil-Colônia __ exploradores (1530) e trabalhadores (1548) __ constituía-se de estrangeiros. Portanto, o Brasil vivenciou, desde seus primeiros anos, uma economia e uma cultura importadas. Somente em 1549, com a criação de uma escola jesuítica na Bahia, é que teve início a educação no Brasil. E a literatura?
 2 – Literatura Informativa
Os primeiros escritos sobre o Brasil foram documentos de caráter informativo, referentes à terra rica e fecunda, aos nativos estranhos, ao clima tropical, às condições gerais de vida e às atividades colonizadoras. Essa literatura informativa sobre a nova terra (1500-1601), feita por viajantes e missionários, foi significativa, embora não passasse de crônica histórica. Foi graça a esses “retratos” iniciais da terra descoberta que, mais tarde, artistas de vanguarda puderam levar nossas letras a uma posição de crítica e de autonomia. Basta lembrar José de Alencar, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Murilo Mendes, e outros.

 3 – Literatura Jesuítica

Os primeiros jesuítas chegaram ao Brasil quase cinqüenta anos depois de seu descobrimento (1549). Vieram com o objetivo de catequizar os índios e ministrar o ensino no país. Fundaram os primeiros colégios, únicos centros de atividade intelectual no Brasil-Colônia. Os índios eram objeto de cuidados especiais, ao passo que os escravos africanos que aqui chegaram dez anos depois (1559) eram destinados à exploração.
Foram os jesuítas os iniciadores de nossa literatura. O padre Manuel de Nóbrega escreveu suas primeiras cartas em 1549 e, mais tarde, Anchieta, com seus trabalhos (poesias, autos, gramáticas), ampliou o campo literário e informativo.
O padre Fernão Cardim relata em seus escritos que os nossos índios tinham grande habilidade para a música e para a dança, gostavam da trova repentista e sabiam narrar as façanhas dos antepassados, especialmente as mulheres. Os missionários logo perceberam que poderiam utilizar a vocação para as artes dos índios para a catequese. Desse modo, introduziram no Brasil o teatro, a música e a dança, que teriam grandes desdobramentos no futuro.
Os jesuítas da companhia de Santo Inácio de Loyola fizeram parte da história do Brasil desde seus primeiros anos. Embora condenassem a poligamia e a antropofagia, aprenderam a respeitar a cultura indígena. Na defesa dos direitos humanos, entraram em choque com os colonos que buscavam escravizar índios e tomar suas terras. O Pe. Antônio Vieira também se destacaria na luta para reservar aos índios o espaço a que tinham direito.
 4 – Principais representantes
Alfredo Bosi, importante crítico literário, resumiu assim autores e obras significativos dos primórdios da nossa literatura informativa e jesuítica:
·         a “Carta de Pero Vaz de Caminha a el-rei D. Manuel”, referindo o descobrimento de uma nova terra e as primeiras impressões da natureza e do aborígine;
·         o Tratado da terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamam Brasil, de Pero Magalhães Gândavo (1576);
·         a Narrativa epistolar e o Tratado da terra e da gente do Brasil, do jesuíta Fernão Cardim (a primeira certamente de 1583);
·         o Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa (1587);
·         os Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618);
·         as Cartas dos missionários jesuítas, escritas nos primeiros séculos de catequese;
·         o Diálogo sobre a conversão dos gentios, do Pe. Manuel de Nóbrega;
·         a História do Brasil, Frei Vicente do Salvador (1627).
·         o Diário de Navegação, de Pero Lopes de Sousa, escravidão do primeiro grupo colonizador, o de Martim Afonso de Sousa (1530);

 O "descobrimento do Brasil" na música brasileira 


O "descobrimento do Brasil" no cinema 



Descobrimento do Brasil é um filme brasileiro de Humberto Mauro realizado em 1936, com trilha sonora de Heitor Vila-Lobos.
Em forma de documentário, narrado com textos extraídos da Carta de Pero Vaz de Caminha, conta a chegada da frota portuguesa às costas brasileiras, em 1500.
Para a cena da primeira missa no Brasil, Humberto Mauro tentou reproduzir fielmente o famoso quadro de Victor Meirelles. Descobrimento do Brasil representou o Brasil no Festival de Veneza de 1938.

Vídeo aula sobre o decobrimento 

Dicas de Filmes:

Descobrimento do Brasil / Período colonial do século 16
- O Descobrimento do Brasil – Documentário
- Caramuru, a Invenção do Brasil
- A Missão
- Desmundo
- Como Era Gostoso o Meu Francês
- Hans Staden
- República Guarani

Brasil Colônia
- Carlota Joaquina
- Xica da Silva
- Tiradentes, o filme
- Independência ou Morte
- Os Inconfidentes
- Quilombo  

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 O FILME A MISSÃO 

sábado, 18 de janeiro de 2014

O INVENTIVO ZÉ RAMALHO - A TRAJETÓRIA DO CRIADOR DE AVÔHAI

Zé Ramalho é sem dúvida um dos grandes nomes da música popular brasileira. Mas, também é um grande conhecedor da história da música nordestina e ainda nos oferta uma palhinha sobre Zé Limeira, vale a pena.
 Confira neste vídeo que se segue e veja os comentários deste INVENTIVO músico brasileiro e cantor APOCALÍPTICO do SERTÃO PARAIBANO.
 Johniere Alves Ribeiro   

Video: 
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