Littera e etc, é um blog que tem como objetivo apresentar informações do "mundo das letras" ( Literatura e Produção Textual) como também fazer ponte com outras áreas do conhecimento e apresentar assuntos da atualidade.
Por isso, aproveite nossas informações, comente-as e nos mande dicas para melhorar.
Johniere Alves Ribeiro
Segue um vídeo do almanaque da rede que nos oferta algumas dicas sobre
a Produção Textual. A professora explica: o gênero carta; uso do aposto e
pontuação. Ela apresenta dicas interessantes, já abordadas por em sala de aula.
Segue abaixo uma vídeo/aula do site "aulalivre.net" dicas sobre o texto dissertativo-argumentativo. São boas dicas, a professora Viviane Schitz segue mais ou menos a linha estudo que tenho sobre a Produção Textual .
Carlos Drummond de Andrade é considerado por muitos críticos um dois
maiores poetas da Literatura Brasileira, dividindo este título com João Cabral
de Melo Neto.
O poeta de Itabira apresenta uma linguagem próxima do leitor e nos trás
versos que refletem sobre o nosso cotidiano.
Partindo destes comentários, apresento a vocês um texto de Bráulio
Tavares que comenta a temática do amor – “ Quero me casar” – e um comentário do
poema “José”, que em linhas gerais, no
apresenta um panorama do texto.
Espero que vocês gostem e comentem, mas acima de tudo, leiam Drummond,
vale a pena.
Johniere Alves ribeiro.
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Provocações - A Incapacidade de Ser Verdadeiro (Carlos Drummond de Andrade)
Publicado em 15/06/2013 às 08:00h, por Bráulio Tavares- Jornal da Paraíba
O tema do amor na
poesia de Drummond tem dois tratamentos principais, o profundo e o brincalhão.
Somente com o livro póstumo “O Amor Natural” o poeta revelou um terceiro
caminho que corria por fora, o do tratamento erótico. Em Drummond coexistiam um
filósofo desencantado com o mundo e um guri sempre disposto a travessuras. Isso
se manifesta em seu tratamento de temas como o amor, o namoro, a paixão, o
casamento, o sexo – palavras que não são sinônimas entre si, como geralmente se
imagina.
“Quero me casar” é um dos poemas
travessos mais simples do poeta: “Quero me casar / na noite na rua / no mar ou
no céu / quero me casar. // Procuro uma noiva / loura morena / preta ou azul /
uma noiva verde / uma noiva no ar / como um passarinho. /
Depressa, que o amor / não pode esperar!”. Essa dicção pseudo-naïf se refinou
em poemas mais maduros, e igualmente desconcertantes, como “O Mito” (“Sequer
conheço Fulana...”), “Canção para Álbum de Moça” (“Bom dia: eu dizia à moça /
que de longe me sorria”), “Amar-Amaro” (“Por que amou por que amou / se sabia /
proibido passear sentimentos...”), “O amor bate na aorta” (“Cantiga do amor sem
eira / nem beira...”), “Caso pluvioso” (“A chuva me irritava. Até que um dia /
descobri que maria é que chovia”), e outros.
Todos estes poemas se dividem entre paixão e
distanciamento, desespero e gozação, carência e ironia, ajoelhamento devoto
diante da amada e cambalhota esperta pra longe dizendo “eu, hein?”. No final
ora predomina um, ora o outro, outra se travam num empate, ou num impasse. Amor
e humor são misturados como café e leite. E isto lembra o famoso micro poema de
Oswald de Andrade, tão citado como símbolo do Modernismo: “AMOR / humor”. Uma
palavra é o título, a outra é o poema. Oswald parece sugerir que o amor
verdadeiro não é outra coisa senão o humor, neste caso (imagino) a capacidade
de rir das coisas e rir das mesmas coisas, de pensar em uníssono, num
“matrimônio de mentes sinceras” (como dizia Shakespeare). Na mão de Drummond, o
amor inclui o humor, mas não como sua essência, e sim um “poder moderador”. Ele
nos salva do amor mal compreendido e mal utilizado, o amor sombrio demais,
destrutivo demais, o amor diluído em água com açúcar ou o amor de toxinas
concentradas em veneno.
A receita de
Drummond exprime, melhor do que a de Oswald, a flechada-no-coração que o
Modernismo desferiu no Romantismo. A noção de amor do Romantismo foi um
episódio psicótico na história da cultura. O Modernismo foi uma espécie de
terapia de choque, sacudindo o paciente e dizendo “meu amigo, caia na real!”. A
luta entre os dois não acabou, mas o fato de haver pelo menos uma alternativa
já é um avanço.
Escute e leia um dos
mais famosos poemas de Drummond
JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?
“A
partir de Sentimento do Mundo (1940), Carlos Drummond de
Andrade parece se armar em relação a si próprio e ao mundo. E, se o
individualismo evidente nos primeiros livros é mais útil, não é por isso menor.
O mesmo "eu-oblíquo" contempla-se a si e ao mundo; e, se muitas vezes
o pronome na primeira pessoa desaparece, o poeta se desdobra em uma terceira
pessoa:
- o impessoal
"se": "Chega um tempo em que não se diz mais: 'Meu Deus'."
(Sentimento do Mundo);
- o homem qualquer:
"Ó solidão do boi no campo, / ó solidão do homem na rua!" ("O
boi");
- a simples constatação
do fato: "Lutar com palavras / é a luta mais vã"
("O lutador");
até chegar a um outro "eu", "José" - "E agora,
José?" ("José"), que se pergunta sobre o significado da própria
existência e do mundo. Mas este "José" não é outro senão o poeta. A
personagem funciona, no poema, como o desdobramento da personalidade poética do
autor, tanto quanto nas demais situações apontadas, atrás de quem o poeta se
esconde e se desvenda.
O “não-ser” se faz presente neste poema por meio do modo verbal subjuntivo que
torna a ação imprecisa:
“...Se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...”
José não dorme, não cansa, não morre, ele é duro, apenas segue. Sua dureza é o
que existe e tudo mais é o “nada” no qual ele se funde. Chama-se atenção para o
caráter construtivo que o Existencialismo dá à categoria “nada”, ele é o
inexistente, mais traz em si o por fazer.
Escrito durante a Segunda Guerra Mundial e da ditadura de Vargas, José, apesar
da dureza, ainda tem o impulso de continuar seguindo. Mesmo sem saber para
onde: “...Você marcha, José!
/ José, para
onde?” (http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/j/jose_poema_drummond)
Segue mais um texto de Bráulio, escritor paraibano. Nele temos uma
reflexão sobre a escrita, também há dicas sobre o pensar/escrever/ e
escrever/pensar.
Publicado em 20/06/2013 às 08:00h, por Bráulio Tavares.
Os neurocientistas
afirmam (http://bit.ly/10GJfrT) que quando a gente escreve estimula mais áreas
do cérebro (lobo frontal, lobo parietal, sistema de ativação reticular, etc) do
que quando está apenas lendo, ouvindo ou falando. O ato de escrever a mão ou
num teclado mobiliza diferentes áreas motoras e sensoriais. E isso contamina o
que se passa pela nossa mente. Por isso se diz aos escritores profissionais:
não fique pensando, escreva; não fique só imaginando, escreva; não queira ter a
história toda pronta na cabeça antes de escrever. Porque quando chegar o ato de
escrever, você vai estar pensando, em termos práticos, com um cérebro mais
amplo do que o cérebro que pensava antes. Treino é treino, e jogo é jogo.
Não sei quanto aos
cientistas, mas como escritor eu vejo assim. Digamos que você está escrevendo
uma história de um casal que, viajando à noite numa estrada deserta, tem um problema
no motor do carro. Discutem --- devem esperar socorro? Sair andando à procura
de uma casa próxima? Se eu estou deitado na rede imaginando a cena, tudo fica
num plano vagamente mental de imagens visuais superpostas, antes, depois,
fragmentos de diálogos semi-imaginados, ocupando uma área relativamente
limitada do cérebro. Mas é diferente se enquanto imagino a cena total eu estou
escrevendo.
“—Puxa vida, disse Sandra, você quer que a gente saia andando nesse escuro? –
Meu amor, disse Fernando, melhor do que ficarmos aqui no carro, numa estrada
onde não passa ninguém, porque na última meia hora a gente não ultrapassou
nenhum carro. – Mas é uma estrada, disse Sandra, cedo ou tarde vai passar
alguém. Mas quando ela disse isso Fernando já tinha partido a passos largos, e
ela, mesmo engolindo a raiva, tirou as sandálias altas e o seguiu”.
Escrever isso ativa
(através das mãos e dos olhos) centros motores que não são ativados pelo mero
devaneio, e daí começa um feedback em que esses centros começam a xeretar o
texto e dar palpite. O diálogo acima foi improvisado agora, em meio minuto; eu
pensava em escrever apenas as falas, e de repente me vi fazendo Fernando meter
o pé na estrada e a mulher segui-lo, com esse detalhe que eu não antevira (mas
para mim plausível) de tirar as sandálias de salto alto.
Envolver o corpo na
escrita é um segredo que alguns resolvem ditando em voz alta para um gravador
ou uma secretária; outros, escrevendo em pé (Hemingway), outros escrevendo à
mão num caderno; outros, usando a máquina de escrever como se fosse um piano de
ragtime. Falar em voz alta. Gesticular. Caminhar pelo escritório. Ativar os
cinco sentidos, a percepção especial, a coordenação motora. Eles nos ajudam a
imaginar melhor.
“Não São Vinte
Centavos, São Bilhões E Bilhões De Reais, Trilhões...”
Segue mais um
artigo de Bráulio sobre os protestos no Brasil. Um texto bem escrito, em que há
argumentos importantes em torno da “ Revolta dos 0,20 centavos”.
Publicado em 18/06/2013 às 08:00h, por Bráulio Tavares,
publicado no Jornal da Paraíba.
Tudo indica que esta semana também vai ser de gente protestando nas ruas
e a polícia descendo o cassetete. Dizem as autoridades e uma parte da imprensa
que as manifestações têm como objetivo o vandalismo. É mentira. Vândalos e
desordeiros se infiltram em qualquer multidão, até em torcida de futebol
comemorando título. Alguns são manifestantes que querem sinceramente protestar
mas também aproveitam para descarregar a raiva em vidraças e lixeiras. Outros
são os habituais arruaceiros inimigos infiltrados, agindo contra a manifestação
para sujar sua imagem. (É o que em política partidária se chama a “turma da
pesada”, que ganha para ir aos comícios dos adversários e aprontar confusão.) E
existem baderneiros que nem sabem do que se trata, não estão nem aí para o
motivo da passeata, querem apenas a adrenalina do confronto e da depredação.
Nenhum protesto de rua consegue se vacinar totalmente contra esses três tipos,
mas isso não é motivo para proibir os protestos.
Protestos na rua não agradam a todo mundo. Causam transtorno, sim. Já fiquei
preso no trânsito, já perdi compromisso, já me prejudiquei. Quem está numa
ambulância pode se prejudicar mais ainda. Mas a verdade é que certas mudanças
só acontecem depois que o caldo entorna. Autoridades são meio surdas, não
escutam indivíduos, mas escutam multidões. Se um governo pudesse apertar um
botão e acabar com as passeatas, qualquer um deles – direita, esquerda, centro
– faria isso. Governo não gosta de protesto, gosta de voto.
O aumento nos preços das passagens coincide com muitos outros problemas
(educação, segurança, moradia, meio ambiente, saúde) e, numa conjunção
perversa, com a Copa das Confederações. E aí fica insultantemente visível o
compromisso dos nossos governos (federal, estaduais, municipais) e todos os
partidos com o capitalismo internacional, representado neste caso pela Fifa. O
povo gosta de futebol, mas não gosta do modo sobranceiro, arrogante e acintoso
com que a Fifa entra na casa alheia ditando ordens, impondo seus esquemas de
exploração comercial, tratando nosso governo e nosso povo como capachos.
A Fifa e seus estádios de um bilhão de reais, que vão ficar às moscas depois da
Copa do Mundo, deixando, como sempre, buracos irremediáveis nos orçamentos, e
ajudando o Brasil a subir no ranking da “Forbes” dos “países com maior número
de milionários” – acho que ganharemos mais algumas centenas deles depois destas
Copas. Não, o problema não são vinte centavos, são bilhões e bilhões de reais,
trilhões talvez, que existem, foram pagos, e deveriam estar tendo outra
utilização. Mas os governos só escutam quando há milhões de pessoas nas ruas
dizendo a mesma coisa.
Acredito que este seria um título interessante para o texto que segue,
escrito por Bráulio Tavares, mas não posso mudar oque sua inteligência já blindou
e publicou. Contudo, acredito que se não posso mudar o título do seutexto com esta frase, mas indicaria a mesma
como um resumo bem feito do seu artigo. E como a frase acima é parte integrante
do seu texto, diria que “metalinguísticamente” tal período reflita bem a realidade do que
ocorre hoje pelas ruas do Brasil.
Desse modo, leia o texto conciso de Bráulio que - coincidência ou não traz um BRA em seu nome -,nos apresenta uma radiografia dos protestos
recentes em nosso país.
Johniere Alves ribeiro
Parte superior do
formulário
Bráulio Tavares ( O colunista é escritor, compositor,
estudou cinema e é pesquisador de literatura fantástica. Contato com o
colunista: btavares13@terra.com.br )
Publicado em 21/06/2013 às 08:00h;por Bráulio Tavares, no Jornal da Paraíba.
Movimentos políticos de rua têm de
tudo. Jovens preocupados com o futuro do país em que viverão um dia suas
velhices (pensem nisto agora, amigos). Velhos relembrando os bons tempos da
“revolução no ar”. Baderneiros e vândalos. Hippies, hipsters, ripongas,
ripadores de animê. Tímidos que jamais soltariam um berro daqueles na Av. Rio
Branco se estivessem sozinhos. Agentes de extrema-direita e de extrema-esquerda
infiltrados. Gente descontente com os partidos. Militantes ingênuos para quem o
único partido sem políticos corruptos é o seu.
Muitos que estão ali são meros
curiosos, satisfeitos em participar de um momento fora do comum, porque terão
uma história para contar no dia seguinte: “Olha, ninguém me disse: eu estava
lá...”. Entre aquelas dezenas que erguem cartazes e faixas, você vai encontrar
lado a lado duas pessoas que, se parassem para acertar os ponteiros, passariam
quatro anos discutindo sem chegar a um denominador comum. Mas erguem os
cartazes, protestam, cantam hino, andam lado a lado, e cada um deles acredita
que está indo na direção certa. Podem até estar.
Manifestação tem skinhead,
aposentado, marqueteiro, universitário jubilado, balconista, comerciante,
batedor de carteira, vendedor de picolé, trotskista, keynesiano,
sadomasoquista, evangélico, flanelinha. Tem modelo-e-atriz, manicure, perua,
piranha, filhinha da mamãe, filhinha do papai, socialite, socióloga, feminista,
doméstica, filósofa, poetisa, cobradora de ônibus. Todos tentam, num momento
assim, encontrar um movimento coletivo que lhes dê a sensação de serem um só,
sem ao mesmo tempo desbastar as arestas de individualidade que os definem.
Em toda manifestação alguém vai
depredar um prédio público ou um banco particular. Alguém vai queimar latas de
lixo ou carros estacionados. Se a manifestação fizesse isso o tempo inteiro, ia
se desmoralizar. Mas (vejam só as ironias da nossa civilização!) os carros
incendiados e as vidraças partidas doem mais fundo nas autoridades do que as
palavras de ordem ou as reivindicações ordeiras. Autoridades são zumbis.
Enquanto puderem fazer de conta que estão mortas, fá-lo-ão. Um milhão de vozes
bradando uma queixa justa podem ser ignoradas; mas a pira de labaredas
consumindo símbolos civilizatórios como carros ou placas da Fifa é algo que os
horroriza na sua medula mais íntima. Eles veem que o Poder não os blinda por
completo, e que para aquela multidão nem o que é mais sagrado merece respeito.
E em homenagem a esse símbolo sacrificado em holocausto (“Queimaram carros! Por
que não queimam um sem-teto?!”) eles admitem que a Rua é real. E sentam para
negociar.
O texto que segue foi escrito porFernanda Pompeu e tem tudo haver com os concelhos
que apresento aos meu alunos durante as aulas de Produção textual.
Espero que vocês possam curtir, tanto quanto
eu, e, acima de tudo, possam tentar aplicar ao cotidiano de vocês.
Leia o texto que segue e assista com atenção. Depois tenha um bom desempenho.
Johniere Alves ribeiro.
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Para se dar bem na redação do Enem
Por Fernanda
Pompeu
Imagine que você é um monge zen budista. Esvazie sua mente
de todas as coisas, principalmente, esqueça dos últimos torpedos que leu no
celular. Concentre-se no tema da redação. Perceba o que de fato estão pedindo
para você escrever.
Imagine que você é um redator publicitário. Anote, na área
do rascunho, palavras ligadas ao tema. Isso leva o nome pomposo de cadeia
semântica, mas é bem fácil de fazer. Por exemplo, se o tema for mobilidade
urbana, escreva: trânsito, ir e vir, transporte público, bicicleta,
energia etc.
Imagine que você é um jogador da seleção espanhola. Não
erre nos passes, isto é, encadeie uma ideia em outra. Seja prudente, crie
parágrafos. Não cometa faltas de coesão e coerência. E, principalmente, não
chute à toa. Seu objetivo é fazer gol.
Imagine que você é a pessoa mais precavida do mundo.
Redija o primeiro rascunho. Leia. Veja o que é possível melhorar, seja na
ideia, seja na expressão dessa ideia. Sempre dá para fazer mais. Releia sua
"cadeia semântica". Ficou algo importante de fora?
Imagine que você é um relojoeiro. Examine com lupa cada
frase. Se tiver dúvida sobre a grafia de uma palavra, substitua por um
sinônimo. Faça uma frase longa virar duas curtas. Reveja a divisão dos
parágrafos. Cada parágrafo deve ter uma única ideia forte.
Imagine que você é o outro. Está claro o que você
expressou? Evite as generalizações. Exemplos: a humanidade é poluidora, o
Planeta vai acabar, nenhum político presta. Tente ser específico. Se
for falar de energia alternativa, dê nomes: solar, eólica, biomassa.
Imagine que você é um cirurgião plástico. Atente para os
detalhes. Confira as concordâncias verbal e nominal. Não cite dados e datas sem
ter certeza. Nesses casos, é melhor omitir do que errar. Você não é obrigado a
saber tudo, mas escreva só sobre o que sabe.
Imagine que você é o examinador. Passe a limpo sua redação
com letra bem legível. Garrancho não ajuda nada (até médicos estão proibidos de
garranchar). Não use letrinha, nem letrona. Use o bom senso. O examinador é o
cara que vai dar a nota. Colabore com ele.