quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

LIMA BARRETO AJUDA A COMPREENDER O BRASIL


LER Lima Barreto PARA ENTENDER O PRESENTE

Lima Barreto é um autor do Pré-Modernismo Brasileiro. Sua escrita tem como marca a ironia, a sátira, a crítica, etc, a toda estrutura da sociedade burguesa brasileira de sua época. Além disto, apresenta uma narrativa pautada em olhar diferenciado para aqueles da periferia e sem investimento dos poderes públicos.
Mas, sua voz ainda ecoa nos quatros do Brasil, como você poderá ler no texto de Bráulio Tavares, que utiliza o escritor pré-modernista para avaliar situações sociais contemporâneas.
Boa leitura .

Johniere Alves Ribeiro   
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Bráulio Tavares


O colunista é escritor, compositor, estudou ci

Lima Barreto: o Motim

28/01/2014 ÀS 08:00H
 “O cocheiro parou. Os passageiros saltaram. Num momento o bonde estava cercado por um grande magote de populares, à frente do qual, se movia um bando multicor de moleques, espécie de poeira humana que os motins levantam alto e dão heroicidade. Num ápice, o veículo foi retirado das linhas, untado de querosene e ardeu. Continuei a pé. Pelo caminho a mesma atmosfera de terror e expectativa. Uma força de cavalaria de polícia, de sabre desembainhado, corria em direção ao bonde incendiado. Logo que ela se afastou um pouco, de um grupo partiu uma tremenda assuada. Os assobios eram estridentes e longos; havia muito da força e da fraqueza do populacho naquela ingênua arma. E por todo o caminho, este cenário se repetia.”
Não são as manifestações de 2013 no Rio e nas capitais; é o Rio de Janeiro, sim, mas o de um século atrás, o Rio da Revolta da Vacina de 1904, que Lima Barreto transformou na “Revolta do Calçado” no romance de 1909 “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”. Existe, na sucessão das gerações humanas, uma certa recorrência de padrões, uma certa semelhança de procedimentos, talvez porque só quando estamos envolvidos numa ação intensamente coletiva (um jogo de futebol, um show de rock, uma manifestação de rua) sejamos capazes de, sintonizados com a multidão, acessar uma memória coletiva que existe em todos e só emerge numa multidão de verdade.
“Da sacada do jornal,” diz Isaías Caminha, “eu pude ver os amotinados.” (Não, ele não fará menção à máscara de Guy Fawkes nem aos Black Blocs. Mas vejam que olho futurista o do escritor.) “Havia a poeira de garotos e moleques; havia o vagabundo, o desordeiro profissional, o pequeno burguês, empregado, caixeiro e estudante; havia emissários de políticos descontentes. Todos se misturavam, afrontavam as balas, unidos pela mesma irritação e pelo mesmo ódio à polícia, onde uns viam o seu inimigo natural e outros, o Estado, que não dava a felicidade, a riqueza e a abundância.”
E ele explica: “O motim não tem fisionomia, não tem forma, é improvisado. Propaga-se, espalha-se, mas não se liga. O grupo que opera aqui não tem ligação alguma com o que tiroteia acolá. São independentes, não há um chefe geral nem um plano estabelecido. Numa esquina, numa travessa, forma-se um grupo, seis, dez, vinte pessoas diferentes, de profissão, inteligência, e moralidade. Começa-se a discutir, ataca-se o Governo; passa o bonde e alguém lembra: vamos queimá-lo. Os outros não refletem, nada objetam e correm a incendiar o bonde.” Em 1909 não havia redes sociais, celulares, TV ao vivo, Rádio AM. A tecnologia está sendo absorvida pelo modo-de-ser da multidão, e não o contrário. 

BRUZUNDANGA AINDA ECOA O GRITO DE LIMA BARRETO

Lima Barreto ainda continua fazendo barulho na terra dos Bruzundangas  

Lima Barreto é um autor do Pré-Modernismo Brasileiro. Sua escrita tem como marca a ironia, a sátira, a crítica, etc, a toda estrutura da sociedade burguesa brasileira de sua época. Além disto, apresenta uma narrativa pautada em olhar diferenciado para aqueles da periferia e sem investimento dos poderes públicos.
Mas, sua voz ainda ecoa nos quatros do Brasil, como você poderá ler no texto de Bráulio Tavares, que utiliza o escritor pré-modernista para avaliar situações sociais contemporâneas.
Boa leitura .
Johniere Alves Ribeiro    
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io Tavares


O colunista é escritor, compositor, estudou cinema e é pesquisador de literatura fantástica. Contato com o colunista: btavares13@terra.com.br

Lima Barreto: ser doutor



Lima Barreto: ser doutor

19/02/2014 ÀS 08:00H
Tempos atrás houve um bafafá num edifício residencial do Rio porque um morador, que era juiz ou advogado, discutiu com um empregado do prédio por algum motivo, e se irritou quando o rapaz o chamou de “Seu Fulano” em vez de “Doutor Fulano”. O caso foi parar na polícia, na imprensa e nos tribunais, onde finalmente surgiu uma sentença afirmando que ninguém era obrigado a chamá-lo de doutor somente porque ele tinha curso superior. (Há um certo consenso de que “doutor” não é quem é advogado ou médico: é quem tem doutorado, e fim de papo.) 
Nesse titulozinho se esconde, por um lado, a empáfia dos bem-nascidos a quem sempre se destinou o ensino superior no país, e, por outro, a ânsia de ascensão social dos humilhados e ofendidos que acham que um anel no dedo e um diploma na parede irá branquear sua pele e europeizar seu sobrenome. Ninguém exprimiu com mais ironia essa sofrida ilusão do que Lima Barreto (ele também mulato e pobre) em “Recordações do Escrivão Isaías Caminha” (1909), quando o personagem prepara sua ida para o Rio de Janeiro, onde pensa ter garantido um emprego e a possibilidade de custear seus estudos. Diz Isaías, no capítulo 1:
“Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplício premente, cruciante e onímodo de minha cor... Nas dobras do pergaminho da carta, traria presa a consideração de toda a gente. Seguro do respeito à minha majestade de homem, andaria com ela mais firme pela vida em fora. Não titubearia, não hesitaria, livremente poderia falar, dizer bem alto os pensamentos que se estorciam no meu cérebro. (...) Ah! Doutor! Doutor!... Era mágico o título, tinha poderes e alcances múltiplos, vários, polifórmicos... (...) De posse dele, as gotas de chuva afastar-se-iam transidas do meu corpo, não se animariam a tocar-me nas roupas, no calçado sequer. O invisível distribuidor dos raios solares escolheria os mais meigos para me aquecer, e gastaria os fortes, os inexoráveis, com o comum dos homens que não é doutor. Oh! Ser formado, de anel no dedo, sobrecasaca e cartola, inflado e grosso, como um sapo antes de ferir a martelada à beira do brejo; andar assim pelas ruas, pelas praças, pelas estradas, pelas salas, recebendo cumprimentos: Doutor, como passou? Como está, doutor?”
Não há como não perceber, no episódio do prédio carioca, a razão da ansiedade com que esse bacharel arrogante exigia dos demais o tratamento mágico. Como tantos brasileiros, como o alferes de Machado em “O espelho” (que sem o uniforme tornava-se invisível) ele próprio achava que não era nada, e que só o título poderia resgatá-lo do nada.










Características gerais do autor:
Lima Barreto foi o crítico mais agudo da época da República Velha no Brasil, rompendo com o nacionalismo ufanista e pondo a nu a roupagem da República, que manteve os privilégios de famílias aristocráticas e dos militares.
Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres, os boêmios e os arruinados. Foi severamente criticado pelos seus contemporâneos parnasianos por seu estilo despojado, fluente e coloquial, que acabou influenciando os escritores modernistas. É um escritor de transição: fiel ao modelo do romance realista e naturalista do final do século XIX, procurou entretanto desenvolvê-lo, resgatando as tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, ao mesmo tempo em que manteve "uma visão neo-romântica e elegíaca da natureza, da cidade e do ser humano".2
Também queria que a sua literatura fosse militante. Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos. Para ele, o escritor tinha uma função social.
 Cronologia das obras:

·         1905 - O Subterrâneo do Morro do Castelo
·         1909 - Recordações do Escrivão Isaías Caminha
·         1911 - O homem que sabia javanês
·         1912 - As Aventuras do Doutor Bogóloff
·         1915 - Triste Fim de Policarpo Quaresma
·         1915 - Numa e a Ninfa
·         1919 - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
·         1920 - Histórias e Sonhos
·         1922 - Os Bruzundangas
·         1923 - Bagatelas
·         1948 - Clara dos Anjos (póstumo)
·         1953 - Diário Íntimo
·         1953 - Feiras e Mafuás
·         1953 - Marginália
·         1956 - Cemitério dos Vivos (póstumo e inacabado)
·         1956 - Coisas do Reino de Jambom
·         1956 - Impressões de Leitura
·         1956 - Vida Urbana
·         1956 - Correspondência, Ativa e passiva 2 tomos


CHARGES E PRODUÇÃO TEXTUAL - JOHNIERE ALVES RIBEIRO

CHARGES E A PRODUÇÃO TEXTUAL  -

Charges podem apresentar temas importantes para produção textual. Para demonstrar isto utilizo charges do paraibano Lila. Observe e interprete-as:  


 1. CRACK, A DROGA DA MORTE:

2.VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL 

 
 
3. CORRUPÇÃO DOS POLÍTICOS BRASILEIROS: DESVIOS DE VERBAS DA EDUCAÇÃO



sábado, 1 de fevereiro de 2014

FIGURAS DE LINGUAGEM - VÍDEO AULA


FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são importantes para nosso cotidiano e não apenas para literatura. O seu uso com cautela por enriquecer o texto, pois elas nos auxiliam: a expressar emoções, a transmitir a mensagem de jeito diferente; e trazem um ar poético ao texto. Aprenda a identificá-las e veja como elas podem ser utilizadas. Para tal, assista à aula da professora Letícia.



Johniere Alves Ribeiro 
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AULA 


VÍRGULAS, UM CALO PARA QUEM ESCREVE

Usando adequadamente as vírgulas na produção textual

O uso das vírgulas é um dos principais calos de quem escreve. Tendo em vista este problema, segue uma vídeo aula muito interessante sobre o tema e você pode associá-la à escrita. Mas, descarte o estilo descontraído e a linha “normativista” da língua , presenta na aula da professora Rafaela Motta, e absorva o conteúdo que é bem claro e objetivo no tocante ao uso das vírgulas de modo adequado.


Johniere Alves Ribeiro  
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