domingo, 30 de dezembro de 2012

PORTINARI, POETA DE PINCEL

Portinari, poeta de pincel
O pintor Candido Portinari teve uma relação muito estreita com a Literatura Moderna de 1922, tanto que os temas dos seus quadros estavam, quase sempre, relacionados ao cotidiano das pessoas, aos cafezais, mas os mais conhecidos traziam à seca, à fome, à pobreza com tons muitos fortes de denuncia dos principais problemas sociais da nossa nação naquele contexto. Por isso, é importante observarmos as teles deste pintor que pintava com emoção e engajamento a realidade brasileira. Portinari era um homem conectado com seu tempo e com o seu fazer artístico. Sem dúvida era um “poeta de pincel”.  ( fragmento )
Johniere Alves ribeiro
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Quem foi 
Cândido Portinari foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Este grande artista nasceu na cidade de Brodowski (interior do estado de São Paulo), em 29 de dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia e política.
Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos países, entre eles, a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos.
No ano de 1935 ele recebeu uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café". Deste momento em diante, sua obra passou a ser mundialmente conhecida.
Dentre suas obras, destacam-se: "A Primeira Missa no Brasil", "São Francisco de Assis" e Tiradentes". Seus retratos mais famosos são: seu auto-retrato, o retrato de sua mãe e o do famoso escritor brasileiro Mário de Andrade.
No dia seis de fevereiro de 1962, o Brasil perdeu um de seus maiores artistas plásticos e aquele que, com sua obra de arte, muito contribuiu para que o Brasil fosse reconhecido entre outros países. A morte de Cândido Portinari teve como causa aparente uma intoxicação causada por elementos químicos presentes em certas tintas.
Características principais de suas obras:
- Retratou questões sociais do Brasil;
- Utilizou alguns elementos artísticos da arte moderna europeia;
- Suas obras de arte refletem influências do surrealismo, cubismo e da arte dos muralistas mexicanos;
- Arte figurativa, valorizando as tradições da pintura.
Portinari: o poeta da cor - Documetário ( tv Senado)  

Relação das principais obras de Portinari:
- Meio ambiente
- Colhedores de café
- Mestiço
- Favelas
- O Lavrador de Café
- O sapateiro de Brodósqui
- Meninos e piões
- Lavadeiras
- Grupos de meninas brincando
- Menino com carneiro
- Cena rural
- A primeira missa no Brasil
- São Francisco de Assis
- Os Retirantes
Comentários sobre o pintor:
Aos quinze anos Portinari ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro e, aos dezoito anos, vendeu seu primeiro quadro chamado Um Baile no Campo. No ano seguinte, em 1922, recebe seu primeiro prêmio: a medalha de bronze do Salão de Belas Artes. Depois de ter sido premiado várias vezes neste Salão, Portinari viajou, em 1929, para a Europa e fixa moradia em Paris, depois de percorrer Inglaterra, Itália e Espanha. O contato com a efervescência plástica da Europa nos anos 30 define o rumo que o pintor seguiria ao retornar ao Brasil. Quando chega, em 1931, já está casado com Maria Victoria Martinelli, 
mãe de seu único filho, João Cândido.
No ano de 1933, Portinari pinta seu primeiro mural na casa de sua família. A partir de 1935, consegue ficar renomado pela elaboração de seus murais que exploravam a temática brasileira, incluindo a luta das classes trabalhadoras nas plantações, nas favelas e nas cidades.
Entre 1936 e 1939, Portinari foi professor da Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, onde participou da reestruturação inovadora do programa de belas artes e experimentou a utilização de mosaico de vidro de grandes dimensões. Também desenhou murais para diversos edifícios no Brasil, trabalhando com Oscar Niemayer e Burle Marx, entre outros. Dentre os murais criados por Portinari fora do Brasil, podemos destacar o do Pavilhão Brasileiro para a Feira Internacional de Nova Iorque (1939) e para as Nações Unidas, em 1953.” ( adaptado por Johniere  Alves de Thais Pacievitch  in http://www.infoescola.com/biografias/candido-portinari/

Gerra e paz - Sede da ONU 


  “Guerra e Paz são dois painéis de, aproximadamente, 14 x 10 m cada um produzidos pelo pintor brasileiro Cândido Portinari, entre 1952 e 1956. Os painéis foram encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, mas antes de partirem, em 1956, foram expostos numa cerimônia noTeatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a presença do então Presidente Juscelino Kubitschek.



Os primeiros estudos para a obra surgiram em 1952, quando Portinari realizava uma outra encomenda, feita pelo Banco da Bahia, com a temática de retratar a chegada da família real portuguesa à Bahia. Com o auxílio de Enrico Bianco e de Maria Luiza Leão, os painéis Guerra e Paz foram pintados a óleo sobre madeira compensada naval.[1] Enquanto um é uma representação da guerra, o outro representa a paz. Por seu trabalho com os painéis, Portinari foi agraciado em 1956 com o prêmio concedido pela Solomon Guggenheim Foundation de Nova York.[2] Naquela ocasião, o crítico de arte Mario Barata publicou a seguinte nota no Diário de Notícias:
Nunca, na arte moderna do mundo inteiro, um pintor viu as suas obras substituírem-se aos acorde de Wagner e Verdi, à fantasia dos ballets de Chopin, à majestade das orquestras sinfônicas. Pela primeira vez no século XX, o maior teatro de uma cidade transforma-se em templo da pintura

Mario Barata[3]

Cinquenta e quatro anos depois, em dezembro de 2010, os painéis deixaram a sede da ONU e retornaram ao Brasil para uma restauração que ocorrerá no Palácio Gustavo Capanema, de fevereiro a maio de 2011, em ateliê aberto ao público. Graças aos esforços do Projeto Portinari, do Governo Federal, através do Ministério da Cultura e do Itamaraty, de instituições internacionais e de empresas estatais e privadas, a obra será exposta no Brasil e no exterior até agosto de 2013, enquanto a sede da ONU sofrerá uma grande reforma.[4]
No retorno ao Brasil, contou com uma exibição franca que foi de 22 de dezembro de 2010 até 6 de janeiro de 2011, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.[5] A exposição foi visitada por mais de 40 mil pessoas.[6] Do Rio, os painéis seguiram para São Paulo (Memorial da América Latina) e, após, um itinerário que deve passar pelo Grand Palais, emParis, pelo Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão, pelo Auditório Municipal de Oslo, onde ficarão expostos durante a entrega do Prêmio Nobel da Paz, e pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.[7]””

TUPY, OR NOT TUPT - MODERNISMO NO BRASIL

Modernismo foi um dos principais movimentos literários da Literatura Brasileira, pois mudou radicalmente a concepção de arte existe no Brasil do início do século. As ideias dos modernistas para as artes, de um modo geral, fez com que padrões tradicionais caíssem por terra, fazendo ressurgir uma arte tipicamente brasileira. Cremos que o romance "Macunaíma" representa uma síntese do ideal de mudança a apartir da mistura. 

É o que veremos no texto abaixo, leia com atenção e se puder poste um comentário.  

 

Johniere Alves ribeiro

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O Modernismo no Brasil

 

Mário de Andrade escreveu Macunaíma em um período de grandes mudanças sociais no Brasil, a que muitos historiadores nomeiam Modernismo. Esse período é marcado por uma revolução no pensamento da época, impulsionada por diversos fatos históricos que modificaram a organização social brasileira. Entre essas mudanças é possível destacar o desenvolvimento urbano que consolidou a formação de uma classe média e proporcionou a formação de grupos sociais de interesses, lutas e visões de mundo específicos, como aqueles que protagonizaram o Tenentismo, A revolta da Chibata e a Greve de 1917.

 

SEMANA DE ARTE MODERNA - TRECHO DA MINISÉRIE " UM SÓ CORAÇÃO"
VIDEO SOBRE O MODERNISMO

 

É possível ver em Macunaíma muitos elementos dessa transformação. Dentre elas, a que mais costuma chamar atenção é a importância que o desenvolvimento urbano e tecnológico da cidade de São Paulo tem no livro. É para São Paulo que Macunaíma deseja que seu filho vá para trabalhar assim que crescer, provavelmente uma alusão às correntes migratórias que surgiram no Brasil ocasionadas pela grande oferta de emprego que apareceram nos centros urbanos devido o processo de desenvolvimento industrial. E, em outro momento, a cidade e as suas características singulares são tema da carta que Macunaíma escreve às Icamiabas, ressaltando seus elementos tecnológicos que aparecem no desenvolvimento urbano e os costumes da população da cidade.

No campo cultural, sob forte influência dos movimentos artísticos vindos, sobretudo, da França, denominados , essa revolução teve como marco inicial a organização da Semana da Arte Moderna, em 1922. Assim, produziu-se em território nacional um grande número de obras de diversas linguagens (artes plásticas, musicais, literárias), revistas e jornais literários (muitas vezes de curta vida útil) e manifestos que tinham como objetivo comum a proposta de uma produção artística que rompesse com as velhas tradições e consolidasse uma identidade verdadeiramente nacional.

Assim deu-se início ao desenvolvimento de um projeto do qual participaram grandes artistas que compõem hoje o cânone nacional e mundial. Esse projeto acabou dividindo-se em vertentes que, apesar do objetivo comum, costumavam divergir, sobretudo, quanto ao ponto de vista de uma criação de identidade nacional.


TARCILA DO AMARAL

 

Apresentação da obra – Macunaíma

 

No ano de 1928 foi publicada uma das mais importantes obras da literatura nacional, Macunaíma - o herói sem nenhum caráter, de

Mário de Andrade. Escrito em aproximadamente uma semana, no mês de dezembro de 1926, e revisado no ano seguinte,1927, o livro nos conta as aventuras da personagem Macunaíma em busca da famosa pedra muiraquitã.

Macunaíma, herói de nossa gente, nasceu no “fundo do mato-virgem”, às margens do rio Uraricoera, descendente da tribo dos tapanhumas. A personagem passa os seis primeiros anos de sua vida sem falar uma palavra, exceção feita ao seu bordão “Ai, que preguiça!...”. Após passar alguns anos em sua tribo, o herói perde sua mãe e, juntamente com seus irmãos, Maanape e Jiguê, decide partir em busca de novas aventuras.

Logo depois, Macunaíma se encontra com Ci, a Mãe do Mato, rainha da tribo das icamiabas. Após um combate, ele consegue, com a ajuda de Maanape e Jiguê, dominar Ci, que se torna sua nova companheira. Dessarelação nasce um filho, que em seguida morre. Com a morte do filho, Ci também decide partir desse mundo para virar uma constelação; antes de ir ela dá a Macunaíma a sua pedra muiraquitã. A personagem, abatida pela perda, também resolve deixar a tribo das icamiabas com seus irmãos.

TRECHO DO FILME MACUNAÍMA

 

Depois de sua partida, o monstro Capei cruza com o herói e o ataca; como conseqüência desse conflito, a muiraquitã se perde. Mais tarde, Macunaíma ficasa bendo que a pedra está com o peruano Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, que havia voltado para São Paulo. Decide então, na companhia de seus irmãos, partir para a cidade em busca da muiraquitã. Começa assim a sua saga. (por  Adapatado por Johniere Alves Ribeiro de Daniel Arantes . Juliane Barbosa . Stefan Campaci . Tatiane Marchi in : http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/Macunaima.pdf)

 

THE BEATLES e o encontro simbólico com rei do baião

THE BEATLES e o encontro simbólico com rei do baião
Por Johniere Alves Ribeiro

Luiz Gonzaga é o um dos músicos mais inventivos do cancioneiro nacional, estabeleceu em suas canções uma relação direta com o povo nordestino, principalmente com o sertanejo. Deste sertão, cantou sua dor e seu sofrimento como ninguém. Representou em seus versos a fauna, a flora e a cultura desta região, tão castigada pela falta das chuvas.
Gonzangão, sem dúvida, é um dos pilares de nossa música, tanto que Nelson Mota – em uma de suas colunas, publicadas no dia 13/02/2012 – afirma que: “Luiz Gonzaga, o célebre rei do baião, foi o primeiro a colocar o Nordeste no mapa da música popular brasileira”.  
Mesmo apresentando letras de caráter regionalista, conseguiu influenciar artistas de renome no Brasil e no exterior. Mas, talvez, tenha sido esta característica que fez com que seus versos ficassem obscurecidos pelo requinte da batida do violão e do som sincopado da Bossa Nova. Todavia, os jovens da MPB, na busca de um “tom” nacionalista para nossa música, revisitam a coletânea gonzagueana e a reconduz ao seu devido lugar: o sucesso.  Isto porque, em seus repertórios, passaram a inserir músicas do mestre Lua, como é o caso dos seguintes artistas: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Chico Buarque, Maria Betânia, Geraldo Vandré, Elba e Zé Ramalho... E na atualidade, Lenine, Marisa Monte, Bicho de Pé, Rastapé, etc, dão seguimento ao legado daquele menino artista, forjado nas feiras do interior pernambucano.
Alguns movimentos como a Tropicália, liderado pelo próprio Caetano, Gil e Tom Zé; e o  Mangbeat trazem consigo, direta ou indiretamente, a essência das músicas de Luís. Dessa forma, entendemos que o sanfoneiro pernambucano, associa-se a outros grandes nomes da nossa música, na construção de uma “sonoridade tipicamente brasileira”. 
O som da “sanfona” do filho de Januário, conquistou o mundo, como bem apresenta o título do livro de Gildson Oliveira:“ Luís Gonzaga, o matuto que conquistou o mundo”( 2000). São vários os livros, as dissertações e as teses sobre o fenômeno do rei do baião, mas algumas são curiosas, por ter sido também lançadas fora do Brasil, a saber: “Vida Do Viajante: A Saga De Luiz Gonzaga (1997)” da francesa Dominique Dreyfus; “Luiz Gonzaga: A Síntese Poética E Musical Do Sertão( 2000)”, da professora Elba Braga Ramalho, tese defendida em Liverpool.  
E por falar em Liverpoool, no ano de 1968, a quem diga que o compositor Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que THE BEATLES acabara de gravar a música “Asa branca” de Luís, logo se descobriu que tudo não passava de uma brincadeira. Todavia, quem sabe se não era uma “brincadeira profética”, pois em 2012, a “Beatles songs” rederam-se ao baião, e um dos  meninos de Liverpool, teve que reconhecer o garoto de Exu.
 Uma reportagem no estadão.com.br/cultura, intitulada “Salve a terra de Luiz Gonzaga”, diz   o seguinte  sobre Paul Cartney em Recife:  “...os Beatles se encontraram com o Rei do Baião, uma das fusões nunca imaginadas do mundo do pop. E justamente no centenário de nascimento de Gonzagão, o que configura uma jogada de mestre[...] O elogio a Luiz Gonzaga, em seu centenário, mostra uma disposição de McCartney em usar sua popularidade para despertar em suas plateias o melhor delas esmas.”
Não que necessitamos de opiniões de estrangeiros – na música ou na academia - para só assim referendarmos a genialidade e a importância do velho Lula. Contundo, é no mínimo inusitada uma declaração como aquela de Carlos Imperial se concretizar nos elogios de Paul.
Por isso, não podíamos, no ano do centenário de Luís, deixar de prestar uma homenagem a este que enriqueceu a música popular brasileira e a cultura nordestina a um lugar de destaque até então jamais visto.
Sendo assim, viva Luís Gonzaga!
( texto publicado ne Revista Conviver - Unimed: http://www.cg.unimed.com.br/noticia.php?id=118)

ENGAJAMENTO SOCIAL - CIBERATIVISMO: É PARA TODOS?

A internet vem se tornando uma ferramenta importante, inclusive para promover alguns movimentos sociais importantes: a Primavera Árabe, por exemplo. Mas será que até o engajamento social tornou-se algo virtual?

Leia o artigo abaixo e tire suas conclusões.

Johniere Alves ribeiro

 

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Ciberativismo, o amplo poder da Internet - Por Lainy Costa

 

Será que a Primavera Árabe, teria ocorrido sem a Internet. Em história, não existe o "se", mas é certo que antes da era digital, qualquer campanha ou manifestação tinha limitações físicas e financeiras. Agora, gastando pouco (ou nada, é possível atingir um maior número de pessoas em poucos minutos. Ideias podem reunir pessoas que não se conhecem e vivem em continentes diferentes. Será que o ativismo tornou-se totalmente digital?
A resposta é não. Segundo a doutora Jussara Borges, professora da UFBA, ainda não é possível falar em virtualização da organizações civis, pois existem muitas limitações estruturais e humanas que ainda persistem, sem falar na exclusão digital. Pesquisando algumas organizações de Salvador, ela constatou que 80% apresentaram mudanças por influência da internet, empregando-a em muitas atividades, principalmente na atuação política, mas basicamente para facilitar tarefas como comunicação e atualização de notícias. A pesquisa revelou que a tecnologia transformou antigas formas de participação em ciberativismo, mas isso não significou uma revolução. Das 44 organizações por ela pesquisada, 6 praticam esse ciberativismo, mas somente 1 faz uso das redes sociais e ganhou visibilidade da mídia e de personalidades artísticas e políticas.
Marco Antônio Villa, Historiador da UFSCAR , declarou em entrevista à TV Cultura que a internet tem um papel fundamental nas reivindicações, pois a disseminação dos acontecimentos se dá com grande velocidade e penetração por meio das redes sociais. Mesmo com este avanço, nem tudo está resolvido. O sociólogo Demétrio Magnoli, colunista do jornal O Estado de São Paulo, vê um exagero quanto ao papel da internet, ainda que ela seja uma ferramenta importante. "As manifestações ainda são feitas pelas pessoas e não pela Internet", completou.
A revolução digital também inclui na defesa das causas os participantes ocasionais, que não estariam defendendo aquela assunto se não fosse pela circunstância e facilidade. Digitalmente, é fácil reunir centenas ou até milhares de pessoas, mas trazer do mundo virtual o desejo por mudanças nem sempre é fácil.
Na campanha do "Occupy Wall Street", dezenas de milhões de pessoas declararam solidariedade mas, após algumas semanas de manifestação, poucas dezenas de pessoas se reuniam no centro financeiro de Nova Iorque. Outro exemplo aconteceu no protesto contra o cancelamento das obras do metrô da estação Angélica em São Paulo. Cerca de 50 mil pessoas confirmaram presença através do facebook, mas somente 4 mil compareceram.
Por outro lado, outras reuniões formuladas virtualmente deram resultado. A Marcha Contra a Corrupção, ocorrida em Brasília, chegou a reunir cerca de 20 mil manifestantes; a já citada Primavera Árabe, iniciada pelo tunisiano Mohamed Bouazizi que ao atear fogo ao próprio corpo em reivindicação ao descaso do governo com a população, ganhou força nas redes sociais e, além de gerar uma onda de protestos no Oriente Médio e Norte da África, levou o então presidente tunisiano, Zine El-Abdini Bem Ali, no poder desde 1987, a renunciar e fugir para a Arábia Saudita.
A tecnologia, como sempre não é boa nem ruim. Ela depende de qual o uso que se faz dela. O engajamento social através de redes e suportes digitais sem dúvida trouxe muitas facilidades para as pessoas se reunirem ao redor de ideais comuns. Só que no coração das mudanças, estão as pessoas. Tudo continua dependendo 100% das ações que elas tomam.