sábado, 25 de abril de 2015

MINHAS LEITURAS - WALY SALOMÃO

 Conhecia Waly Salomão, sem saber que Waly Salomão era também poeta.  Calma, eu explico - se que se pode explicar exatamente a diferença de quem é compositor e de quem é poeta. Quero dizer que o conhecia como compositor de algumas músicas  famosas, como é o caso de "Vapor Barato", ou s simplesmente "Minha honey baby", letra eternizada na voz de Gal Costa,  Só depois li o livro "Poesia Total", lançado recentemente e pude ter acesso as suas poesias e perceber que também escrevia poemas. Mesmo que para alguns eles nem pareça textos poéticos.
A seguir você terá contato com uma pequena resenha do livro recém lançado,como também a leitura de alguns poemas. Como também poderá ouvir Maria Bethânia recitando um de seus poemas e Gal Costa mandando ver na    
"Minha honey baby". 



Johniere Alves Ribeiro 

____________________________________________________________



Poesia Total

Waly Salomão foi uma das figuras mais fecundas e heterogêneas da vanguarda brasileira. Não é à toa que Caetano Veloso, em música dedicada a ele, diz: “tua marca sobre a terra resplandece [...] e o brilho não é pequeno”. 
Baiano, filho de sírio com sertaneja, Waly foi ponta de lança de uma geração de poetas que - num movimento de resistência à censura - contrariaram os princípios formais da tradição e pensaram a produção literária a partir de sua articulação com as outras artes, o que contribuiu para sua escrita tão permeável às diversas manifestações do inquieto cenário cultural no Brasil das décadas de 1970 e 1980. Seus versos continuaram se reinventando ao longo dos anos 1990 e 2000, e consolidaram seu papel de poeta múltiplo em livros como 
Algaravias, lançado em 1996.
Poesia Totalreúne pela primeira vez a obra poética completa de Waly Salomão, desde Me segura que eu vou dar um troço, de 1972, até Pescados vivos, de 2004. O volume traz ainda uma seção de canções inéditas em livro, além de apêndice com os mais relevantes textos sobre sua obra, assinados por nomes como Antonio Cícero, Francisco Alvim e Davi Arrigucci Jr. 
Em 
Gigolô de Bibelôs, seu segundo livro, o seguinte verso ecoa: “tenho fome de me tornar em tudo que não sou”. Tal desejo de abolir fronteiras e de confronto com os limites - entre o eu e o outro, entre a prosa e a lírica, entre a arte e a vida - é uma das principais marcas da obra de Waly Salomão. Poesia total é uma viagem sem volta: um “processo incessante de buscas poéticas”, como disse o próprio autor sobre seu trabalho poético-visual, os Babilaques. ( http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=13666)  


Maria Bethânea ler um poema de Waly Salomão 


 

Outros poemas 

A VIDA É CÓPIA DA ARTE

Areia
Pedra
Ancinho
Jardins de Kioto

Alucinado pelo destemor
De morrer antes
De ver diagramado este poema
Ou eu trago Horácio pra cá
Pra Macaé-de-Cima
Ou é imperativo traí-lo
E ao preceito latino de coisa alguma admirar

Sapo
Vaga-lume
Urutau
Estrela

Nestes ermos cravar as tendas de Omar

Ler poesia como se mirasse uma flor de lótus
Em botão
Entreabrindo-se
Aberta

Anacreonte
Fragmentos de Safo
Hinos de Hörderlin
Odes de Reis
El jardín de senderos que se bifurcan
Jardim de Epicuro
Éden
Agulhas imantadas & frutas frescas  para a vida diária. 


Hoje
O que menos quero pro meu dia
polidez,boas maneiras.
Por certo,
               um Professor de Etiquetas
não presenciou o ato em que fui concebido.
Quando nasci, nasci nu,
ignaro da colocação correta dos dois pontos,
do ponto e vírgula,
e, principalmente, das reticências.
(Como toda gente, aliás...)
Hoje só quero ritmo.
Ritmo no falado e no escrito.
Ritmo, veio-central da mina.
Ritmo, espinha-dorsal do corpo e da mente.
Ritmo na espiral da fala e do poema.
Não está prevista a emissão
de nenhuma “Ordem do dia”.
Está prescrito o protocolo da diplomacia.
AGITPROP – Agitação e propaganda:
Ritmo é o que mais quero pro meu dia-a-dia.
Ápice do ápice.
Alguém acha que ritmo jorra fácil,
pronto rebento do espontaneísmo?
Meu ritmo só é ritmo
quando temperado com ironia.
Respingos de modernidade tardia?
E os pingos d’água
dão saltos bruscos do cano da torneira
                e
passam de um ritmo regular
para uma turbulência
                aleatória.
Hoje...



LIBRO DE CUENTOS
(ALMA LÍRICA PAQUIDÉRMICA)

Alma encabronada
Sombra miserable
Se esquiva
Entre
Lazos de Familia

De Gigolô de bibelôs (1983)





Poema Musicado  - Pista de dança - W. Salomão 







Entrevist

O poeta Waly Salomão, novo secretário nacional do livro, expõe suas metas de trabalho

Heloísa Buarque de Hollanda
Professora e editora
André Lobo 
Waly Salomão
Waly Salomão: “Aprendi a ser otimista no meio de um país encalacrado como o Brasil”
O poeta Waly Salomão é o novo secretário nacional do livro, integrando a nova equipe do Ministério da Cultura. Sem dúvida, essa equipe, que tomou posse cantando, pega-nos de surpresa e sugere uma gestão promissora pautada pela bandeira da ''Imaginação no poder''. Segundo o poeta, que inicia a nova missão com o espírito cheio de gás e otimismo, seu maior sonho é trabalhar para a divulgação da leitura no sentido da libertação - ''Sonho com um povo mais bem alimentado, letrado, gostando de livro mas sem estar oprimido pela leitura. Minha meta é transformar o livro numa carta de alforria'', falou em entrevista aoJornal do Brasil. Aqui ele contou sua história desde as primeiras leituras, na casa dos pais, onde livros eram saboreados com entusiasmo e idealismo.
- Qual é o espaço da leitura na sua vida?
- Desde que me entendo por gente, o livro tem uma posição central, como se fosse um ícone dentro de casa. Lembro-me de minha mãe discutindo com meus irmãos e irmãs os dois volumes da velha edição da Editora Globo de Guerra e paz, de Tolstoi. Eles discutiam, com grande entusiasmo, como se estivessem discutindo uma novela mexicana. A personagem da Ana Karenina, por exemplo, era centro de conversa como se ela fosse uma personagem da Glória Perez. Minha tia Etelvina, mulher de Tio Bento, lia sem parar. E eu, que já freqüentava a Biblioteca Pública de Jequié, onde morávamos, tirei para ela a edição de D. Quixote numa tradução bem rococó, de Antônio Feliciano de Castilho. Adorava aquele português rebuscado, com palavras difíceis e decorava trechos enormes do texto. Quando saiu Gabriela Cravo e Canela, compramos logo três volumes, porque todo mundo queria ler e não dava tempo. Minha irmã tinha Os sertões em capa dura e me obrigou a ler. Eu lia tudo o que me caía nas mãos e me fundia com aquelas páginas que me faziam transcender a coisa tacanha, acanhada, da vida em cidade do interior.
- Como se insere o livro na luta pela diversidade cultural?
- No respeito a todos os falares, por exemplo. Não podemos ter um falar único regido por leis gramaticais rígidas. Na Bahia, muitas vezes eu parava e ficava ouvindo um camelô e uma mulher falarem na Ladeira de São Bento. Ficava horas absorvendo aquela verve. Eu detesto é salazarismo, galinha verde de Plínio Salgado, fascismo, generalíssimo Franco. É evidente que você pode ver percepções inusitadas em pessoas carentes da ''sabença'' oficial. Não perceber isso é agir como no leito de Procusto, onde ou você corta a cabeça ou corta o pé porque ele é curto, não cabe o corpo todo. Temos que fazer o corpo inteiro da cultura esplender.
- Vem daí a invenção de seu programa Fome de Livro?
- É claro. Estamos vivendo um momento fecundo com essa capacidade de liderança do Lula, de aglutinar as vontades de um povo na sua diversidade. Aí, com o Fome Zero, um programa justíssimo do Lula, fui percebendo que no Brasil, ao lado da música popular, do pagode, do futebol, que são responsáveis pela ascensão social de setores sem saída, o livro também pode ser, e tem sido, essa alavanca de modificação da posição subalterna das pessoas na sociedade. O Fome de Livro é um projeto complementar, que considera a leitura ferramenta social.
- Você já teve uma experiência com o trabalho em comunidades no Rio, não é mesmo?
- Tive. Sou diretor de Comunicação da ONG Vigário Geral, Afroreggae cultural há muitos anos. O Júnior e o Zé Renato, há quase 10 anos, me viram no Jô Soares uma vez e me procuraram. Vi aquilo como uma coisa muito forte, me integrei logo, sem hesitação. Gosto desses cruzamentos, dessas misturas, intercâmbios.
- Como tais experiências, aliadas à sua militância, relacionam-se com a paixão pela revolução do livro na Secretaria?
- Eu vi em grupos culturais como o Afroreggae de Vigário Geral garotos anêmicos ficando mais alimentados, estimulados, aprendendo coisas, ascendendo socialmente. É por isso que aprendi a ser otimista no meio de um país encalacrado como o Brasil. Por isso não tive medo. Preferi a esperança.
- Você nem hesitou quando o Gil te chamou?
- Nem hesitei. Fui chamado na realidade por João Santana, ligado ao Pallocci, que tinha visto meu desempenho administrativo em Salvador. Essas coisas ou você não topa. Tem de dar total dedicação. É sempre uma experiência enriquecedora.
- Como foi o primeiro dia de trabalho?
- Fui chegando com bastante cautela, precaução, visitando cada setor, tentando apagar até um lado público meu espalhafatoso. Eu obedeço fielmente à liturgia do poder. Ando de paletó, gravata, tudo. Como sou barroco sei que a vida é um teatro. Não adianta ir com a roupa errada, não fazer os usos de tratamento. Entrei querendo entender em minúcia aquele espaço, querendo distinguir quem é o servidor qualificado para formar equipe. Entrei procurando uma conjunção interministerial com os outros poderes.
- E tem muita briga por lá?
- Eu acho muita graça em ver tanta briga pelo Ministério da Cultura, um ministério paupérrimo. Por que será que mesmo assim pessoas brigam por cargos, tiram os tapetes, mandam flechas venenosas para todo lado? Para a chefia da Biblioteca Nacional foi uma guerra de foice como eu nunca tinha visto. De repente, um amigo me soprou o nome do Pedro Corrêa do Lago e essa indicação caiu pra mim como uma perfeição. A gente precisa ouvir muito. É assim que pretendo agir, de uma forma pausada e com o travesseiro me servindo de sibila. Se eu errar, sei que é apenas como parte do percurso para acertar. No caso da Biblioteca Nacional, quero garantir que aquele acervo, além de ser preservado e exposto, tenha a mesma acessibilidade de padrão internacional que você encontra, por exemplo, na Biblioteca do Congresso, em Washington. Pensar a Biblioteca Nacional não como espaço imperial, mas um espaço de utilidade pública, que possa servir à população .
- Você se formou em direito no calor dos anos 60. Nessa época, já era de esquerda? Conhecia os baianos que iam arrasar depois no Rio e em SP?
- Eu convivia com eles todos. O Gil eu conheci ainda no Colégio Central, no clássico. Uma colega de classe, Vânia Bastos, fez uma reunião na casa dela e apareceu um garoto gorducho, tocando violão. Era o Gilberto Gil. Isso era em 1961, 62. Éramos uma esquerda marxista-existencialista, porque líamos Marx, Camus, Sartre e Merleau Ponty, quer dizer, essa encruzilhada de paradoxos. Assisti aos primeiros shows deles, da Bethânia, do Tom Zé. Era uma época de grande fermentação na Bahia.
- E a militância mais diretamente política?
- Participei do CPC baiano, com Geraldo Sarno, Capinan, Tom Zé. A gente levava as peças ou na Concha Acústica do Teatro Castro Alves de Salvador, ou nas favelas nascentes da cidade, como no Nordeste de Amaralina. Eu dava aula sobre Feuerbach de Marx, fazia palestras na faculdade de Medicina. Organizei também um centro de estudos chamado Antônio Gramsci, bem antes de Carlos Nelson Coutinho e Leandro Konder traduzirem Gramsci na capital.
- E depois de 1964?
- Em 1964, o corte foi o mais abrupto possível. Mas foi também nessa época que li Tremor e temor, de Kiekergaard, genial protestante existencialista que contava de repetidos ângulos a história de Abrahão, incumbido por Deus de matar Isaac. Um livro de perspectiva cinética. Fiquei com isso na cabeça. Em volta, as pessoas andavam assombradas, amedrontadas, perdidas. Comecei a olhar outros caminhos. Na vida, se a via fica estreita, você tem de descobrir como seguir. Busquei uma sofrida vereda: a de ultrapassar a província.
 ( Fragmento , retirado de http://www.jornaldepoesia.jor.br/wsalomao.html#poesia) 



domingo, 8 de março de 2015

TÓPICO FRASAL


Para a elaboração de um bom texto é importante que se tenha parágrafos bem elaborados. Estes serão responsáveis pela sustentação da ideia central, como também da manutenção da coerência do texto. Sendo assim, leia com atenção as dicas que segue e tente você mesmo elaborar um paragrafo de qualidade.

Johniere Alves Ribeiro  







Estruture o parágrafo. Aprenda o que é o tópico frasal.



Muitos estudantes  têm dúvidas sobre a  maneira mais adequada de estruturar um texto dissertativo-argumentativo. Em  outros  artigos aqui do Conversa de  Português,  eu  já  mostrei  como  o texto deve  ser  organizado, mas é  necessário chamar  atenção para a construção dos  parágrafos  que  o compõem.
Em geral, o  parágrafo-padrão  consta de  três partes, em um modelo que se  assemelha  à estrutura geral do texto: a  introdução, o desenvolvimento e  a conclusão (GARCIA, 2007, p. 222).  A  primeira parte é  composta por  um ou dois  períodos iniciais,  em  que  se apresenta a  ideia principal (otópico frasal); a segunda  é a explanação da ideia-núcleo e a  terceira, que   não chega a  ser  um item obrigatório.
tópico frasal  pode  ser apresentado de diversas maneiras. Veja algumas:
I. Declaração inicial
 O  autor  do texto  afirma  ou  nega alguma coisa para,  em  seguida, justificar ou   fundamentar  sua  afirmação. Seus  argumentos  podem ser  apresentados  sob  forma de exemplos, confrontos, analogias, razões, restrições.
Exemplo:
A pronúncia exata do grego antigo é, ainda hoje, objeto de especulação dos  estudiosos. Por esse  motivo, há   três  sistemas  de  pronúncia do grego antigo: a pronúncia erasmiana (criada pelo sábio Erasmo de Rotterdam  na Renascença), a  pronúncia restaurada (uma tentativa de criar a  pronúncia do grego do dialeto ático, tal  como  era  falado no  período clássico em Atenas, tomando como   base  os escritos de  antigos gramáticos) e a  pronúncia  do grego moderno (que, apesar  de  não ser  a mesma para o  período clássico, possui a  vantagem de  unir a  língua  antiga como  sua continuação moderna. (VERNANT, 2002, p. 11)






2. Definição
Esse é  um método didático por meio do qual , como   já se  pode supor,  o autor apresentará uma  definição.
Exemplo:
jaculatória é um gênero textual que se caracteriza por um conteúdo de grande fervor religioso, estilo laudatório e invocatório (duas   sequências injuntivas ligadas na sua  formulação imperativa),  composição curta com   poucos enunciados, voltada para a obtenção de graças ou perdão, a  depender da circunstância.

3. Divisão
É  um processo didático, caracterizado pela  objetividade e pela clareza. O tópico frasal  é apresentado sob forma de  divisão ou discriminação de ideias.
Exemplo:
 A literatura “brasileira”nos  primeiros  anos de  colonização é uma literatura: a) de  missionários dedicados à  obra de catequese; b) de viajantes ou recém-chegados desejosos de  dar notícias ou impressões sobre a terra e o homem do  novo continente;  c) de  algumas incipientes vozes literárias. Essa  literatura se  fez  não somente em  língua portuguesa, mas  também em idiomas estrangeiros. Obviamente só  nos   interessa a  que se  incorporou às letras  pátrias:  das  em   língua  estrangeira daremos apenas  breve  informação. (POSSENTI,  2012, p. 36)



 4.  Interrogação
Pode-se  iniciar o parágrafo  com uma  interrogação direta, mas  o   autor   não se  pode esquecer  de que  o desenvolvimento deverá  responder ou  esclarecer  a  indagação feita  no  tópico frasal.
Exemplo:
Em que  consistiria  o domínio do  português padrão? Do  ponto de vista da escola,  trata-se em especial (embora  não só)  da aquisição de determinado grau de  domínio da escrita e da leitura. É evidentemente difícil  fixar os   limites mínimos satisfatórios que os  alunos deveriam poder atingir […]. (POSSENTI,  2012, p. 19)

Garcia (2007)  considera que a   interrogação inicial   esconde um tópico frasal por declaraçãoou definição. É  o que  podemos observar  no exemplo acima,  em  que todo segundo período do parágrafo aparece  como  uma  definição do que é considerado português   padrão.
( http://conversadeportugues.com.br/2015/03/topico-frasal/) 

Referências  bibliográficas:
ELIA, S. Fundamentos histórico-linguísticos do português do Brasil.  Rio de  Janeiro:  Nova Fronteira, 2003.
GARCIA, O.M. Comunicação em prosa moderna.  27. ed. Rio de Janeiro: 2007.
MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais:  definição e  funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais & Ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.
POSSENTI, S. Por que  (não) ensinar gramática  na escola. Campinas: Mercado das  Letras, 2012.
VERNANT,  J.P. Entre mito e política. 2.ed. São  Paulo: EdUSP, 2002.

Pré-Modernismo em tópicos

O  Pré-Modernismo aconteceu no período de  1902 a  1922 e seu   marco  inicial  foi a  publicação da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. Alceu de Amoroso Lima foi o primeiro a usar  a  expressão pré-modernismo às  obras  publicadas  naquele período, fato  que  só  ocorreu  em  1939 com a  publicação de Contribuição à História do Modernismo. A literatura que antecedeu a  Semana de 22 pouco tinha de inovadora. A crítica rotulava os poucos autores que surgiam de “neos” –  neoparnasianos, neossimbolistas e neorromanticos. Os  romances de Lima Barreto e  Graça  Aranha e os ensaios  sociais de  Euclides da Cunha deram  o  tom  da literatura  brasileira nas duas primeiras décadas do  século  XX. ( http://conversadeportugues.com.br/2012/05/euclides/)

Pré-Modernismo-


.      Literatura, sociedade e a história: o cotidiano e a arte literária
 1.1.            Contexto histórico:
-   O conflito europeu
- Primeira Guerra Mundial;
- A guerra mostra ao mundo sofisticadas tecnológicas bélicas: aviões, submarinos, tanques, metralhadoras, gases mortíferas, dentre outras;
- Revolução Russa;
- Surge uma nova potência mundial: os EUA.
-       O Brasil nas primeiras décadas do século XX:
- Instauração e consolidação da Republica;
- A República do café-com-leite;
- O conflito social: poderosos e desfavorecidos;
- “Revolta da vacina”; “ Guerra do Contestado”,” Guerra de canudos”, “ Revolta da Chibata”

 Cultura e arte, entre o passado e o futuro: algumas manifestações artísticas:
    - O cinema: Lumière
- A música: surgimento do gramafone; estilos musicais maxixe, modinha e a toada;
- A pintura: Lasar Sagall a primeira exposição de estilo não acadêmico, com técnicas inovadoras.



2. Afinal o que é Pré-modernismo:
     2.1. Características gerais:
       - O nacionalismo conservador;
       - O nacionalismo renovador;
       - Transição: entre a permanência e a ruptura;
       - O regionalismo, apresentação de dos vários “Brasis”;
        - Interesse pela realidade do Brasil;
        - Oposição ao modelo de observação universal do homem e da sociedade: apresenta um olhar para o que é local;
- Busca por uma linguagem mais simples;
- Convivência entre as mais variadas tendências artísticas do século anterior ainda não totalmente superadas;
- Sincretismo cultural = Pré-Modernismo.
 3. Principais autores, obras e características:
3.1. Augustos dos Anjos:
 - Dentre os pré-modernistas é o único poeta;
- Estilo original e que perpassa todas as escolas literárias;
- Sua poética sofre influência: da biologia, da química, da filosofia oriental, da física; do pessimismo; do evolucionismo; do determinismo e materialismo;
- Linguagem que provoca estranhamento e grotesca;
- Apresenta influências do Simbolismo e do Parnasianismo;
3.2. Lima Barreto:
- Autor crítico e polemico;
-Linguagem simples e aproximada do coloquial;
- Seu enredo apresenta um misto entre reportagem e testemunho;
- Seus romances apresente sempre uma intenção de “libertar” as massas.




3.3. Monteiro Lobato:
- Apresenta sua obra contextualizando a região do Vale do Paraíba;
- Empunha a bandeira do progresso social e mental, também apresenta em suas obras o tom moralista, nacionalista e caráter pedagógico;
- Linguagem que transita entre a tradicional e o estilo moderno ( aproveitando o coloquialismo);
- Foi o divulgador da literatura infantil da América Latina ( com a obra SPA);
- Tom regionalista



3.4. Graça Aranha:
- Autor que apresenta em seu livro Canaã a imigração dos alemãs;
- Apresenta a região do Espírito Santo;
- Linguagem que se aproxima da fala do imigrante;
- Narrativa simples.
3.5. Euclides da Cunha:
- Autor que apresenta uma versão oficial da Guerra de canudos;
- Em Os Sertões apresenta um livro que transita entre o literário e cientifico;
- Descreve a terra, o sertanejo e luta em Canudos;
- Linguagem culta, repleto de figuras de linguagens , beira o “barroco cientifico”;

-  Apresenta a influencia das tendências do determinismo e positivismo.    

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

GRAFITE - A ARTE DAS RUAS - OS GÊMEOS

São mais de 40 anos, desde que o grafite surgiu pela primeira vez nas ruas de Nova Iorque, como uma manifestação artística marginalizada. Tinha como objetivo central denunciar a opressão sofrida pelos menos  favorecidos. E para tornar pública as problemáticas envolvendo a violência, descaso público, dentre outros aspectos os grafiteiros procuravam lugares de muito movimento, para que assim todos pudessem “participar”, mesmo que indiretamente, do contexto vividos pelos personagens criados por eles.
Com o passar dos anos o Grafite, enquanto técnica, é elevado a categoria de arte, não que precisasse disto. Contudo, é percepitivel a mistura desta artes das ruas com elementos das vanguardas como o Surrealismo, Cubismo. Todo este status fez com que os grafiteiros conseguissem  expressar-se mais livremente, sem medo de serem presos, pois estas pinturas urbanas começaram a serem levadas a sério, tanto por aqueles que a praticam quanto pela sociedade de maneira geral.

Diante disto, leia com atenção o texto de Eliene Percilia e observe as imagens da arte d´Os Gêmeos, grafiteiros brasileiros reconhecidos no mundo todo.



Johniere Alves Ribeiro






Grafite
O grafite surgiu na década de 1970, em Nova Iorque, quando alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade. Essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.


A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem relatos e vestígios dessa arte desde o Império Romano. Seu aparecimento na Idade Contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade e, algum tempo depois, essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.

Principais termos e gírias utilizadas nessa arte;

 Grafiteiro/writter: o artista que pinta.
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
 Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúne para pintar ao mesmo tempo.
 Tag: é a assinatura de grafiteiro.
 Toy: é o grafiteiro iniciante.
 Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.
(Por Eliene Percília. Equipe Brasil Escola.com)


Assista o curto documentário