terça-feira, 12 de junho de 2012

Literatura Chinesa - Li PO

Conheci a história de Li Po em um livro de Marisa Lajolo ( Descobrindo a Literatura ) em conto – “ A maldição da palavra secreta” -  de mistério contido no mesmo livro. Este foi o meu primeiro contato com a Literatura Chinesa, daí fiquei interessado no misterioso mensageiro imperial e decidi pesquisar um pouco mais. Assim, o texto que segue é fruto da minha curiosidade e do mistério que envolve os contos chineses.
Conheça um pouco desta literatura ainda pouco divulgada no mundo ocidental.
O autor que estaremos apresentando é Li-Po, que é o personagem central do conto citado acima.
Boa Leitura!!!!! 
Johniere Alves Ribeiro
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Quem relamente  foi Li PO?

Li Bai, Li Po ou Li Bo (chinês: 李白, pinyin: Lǐ Bái, Wade-Giles: Li Pai) (701-762) foi um poeta chinês considerado o maior poeta romântico da dinastia Tang. O caráter , pronunciado bái em mandarim moderno, tinha no passado uma pronunciação alternativa pó, motivo pelo qual seu nome transcrevia-se antigamente como Li Po, representação segundo o sistema Wade-Giles.
Conhecido como o poeta imortal, encontra-se entre os mais respeitados poetas da história da literatura chinesa. Aproximadamente mil poemas seus subsistem em nossos dias.
As primeiras traduções para uma língua ocidental foram publicados em 1862 por Marie-Jean-Léon no seu Poésies de l'Époque des Thang.[1] Em inglês, os trabalhos de Li Bai foram introduzidos pela publicação de Herbert Allen Giles, História da Literatura Chinesa, em 1901, e através da liberal, mas poeticamente influente, tradução da versão japonesa de seus poemas feita por Ezra Pound.[2]
Li Bai é mais conhecido pela sua imaginação extravagante e as imagens taoístas da sua poesia, ao mesmo tempo em que pelo seu grande amor à bebida. Assim como Du Fu, Li Bai passou grande parte da sua vida viajando, situação que se pôde permitir graças à sua confortável situação econômica. Diz-se que morreu afogado no rio Yangzi, tendo caído do seu bote ao tentar abraçar o reflexo da lua, estando sob os efeitos do álcool.
Li Bai, contemporâneo de Wang Wei, foi o filho de um mercador rico. Seu lugar de nascimento é incerto, mas um candidato é Suiye, na Ásia Central (nas cercanias do atual Tokmak no Quirguistão). Quando tinha só cinco anos de idade sua família mudou-se a Jiangyou, perto da moderna Chengdu na província de Sichuan.

Foi influenciado pelo pensamento confuciano e taoísta, mas finalmente sua herança de família não permitiu grandes oportunidades dentro da aristocrática dinastia Tang. Apesar de expressar seu desejo de tornar-se oficial, não se apresentou ao exame de serviço civil chinês. Por outro lado, à idade de 25 anos, dedicou-se a viajar pela China, desenvolvendo uma pessoalidade selvagem e livre, muito ao contrário das idéias prevalecentes de um cavaleiro confuciano correto.
É considerado fundador também de um estilo de Kung-Fu chamado Os oito imortais bêbados, estilo taoísta muito difícil de executar e que requer muitas faculdades físicas na sua aprendizagem e baseia-se em enganar ao oponente com movimentos extravagantes, titubeando, ações desconcertantes e sem continuidade lógica (este estilo foi famoso pelos filmes de artes marciais de Jackie Chan na década de 1970). Esta imagem fascinou tanto aos aristocratas como às pessoas comuns e Li Bai foi finalmente apresentado ao imperador Xuan Zong em 742.
Foi-lhe outorgado um cargo na Academia Hanlin, que formava a intelectuais expertos para a corte imperial. Li Bai permaneceu durante menos de dois anos como poeta ao serviço do imperador, mas foi finalmente despedido por uma indiscrição desconhecida. Em conseqüência, vagou pela China durante o resto sua vida. Conheceu a Du Fu no outono de 744 e voltou-o encontrar o ano seguinte. Estas foram as únicas ocasiões em que se encontraram, mas sua amizade continuou sendo muito importante para Du Fu (existem ainda uma dúzia dos seus poemas relacionados com Li Bai, comparado com somente um de Li Bai a Du Fu). No momento da rebelião de An Lushan envolveu-se numa revolta subsidiária contra o imperador, embora não se conheça com segurança em que medida se tratasse de uma ação voluntária -Li Bai soube manter uma posição ambígua mediante a elaboração de poemas que não determinavam claramente sua postura para os sublevados-. O insucesso da rebelião teve como conseqüência seu segundo exílio para Yelang. Foi absolto antes que o tempo do seu desterro terminara.
Li Bai faleceu em Dangtu, atual Anhui. Alguns eruditos crêem que sua morte foi o resultado de um envenenamento por mercúrio logo de um longo historial de consumo de escolheres taoístas para a longevidade, enquanto outros crêem que faleceu por envenenamento com álcool. A lenda romântica sobre a morte de Li Bai fala do falecimento de um poeta, quando uma noite passeava em barca, ébrio, e lançou-se à água para abraçar o reflexo da lua, afogando-se. ( Texto adaptado por Johniere Alves Ribeiro)

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 Alguns poemas atribuídos a Li PO



A POESIA DE LI PO


O amigo Horácio Paiva, poeta, de quem já publiquei aqui diversos poemas, me enviou 4 poemas do poeta chines LI PO (701-762), com tradução de José Jorge de Carvalho. Ei-los.

O TEMPLO DO CUME

Passo esta noite no Templo do Cume.
Aqui eu poderia apanhar as estrelas com a minha mão.
Não ouso alçar a voz em meio ao silêncio,
com medo de perturbar os habitantes do céu.

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A MONTANHA CHING-TING

Bando de pássaros revoaram alto e distante;
um floco solitário de nuvens cruzou o azul.
Eu me sento sozinho com o Pico Ching-Ting,
imponente em seu cume.
Jamais nos cansamos um do outro,
a montanha e eu.

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OLHANDO AS CATARATAS NO MONTE LU
A luz do sol queima o Pico do Incenso
e faz surgir uma fumaça violeta.
De um ponto distante observo a catarata
mergulhar no rio imenso.
Vejo as águas em vôo descendo mil metros em linha reta
e me pergunto se não é a Via Láctea que se precipita
da nona esfera do céu.
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BEBENDO À LUZ DA LUA

Um jarro de vinho entre as flores,
bebo sozinho - nenhum amigo me acompanha.
Alço minha taça, convido a lua
e minha sombra - agora somos três.
A lua não bebe
e minha sombra apenas imita meus gestos.
Mesmo assim, são elas as minhas companhias.
É primavera, tempo de festa -
canto, a lua escuta e cintila;
danço, minha sombra se agita, animada.
Enquanto estou sóbrio, juntos estamos os três;
quando me embriago, cada um segue seu rumo.
Selamos uma amizade que nenhum mortal conhece.
E juramos nos encontrar no mundo além das nuvens.



2 comentários:

  1. Muito legal o post, teacher! meu irmão do 9º ano no início do semestre veio me perguntar o que era Li po e eu nem sonhava saber disso kkk

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  2. Agora você já tem o que dizer. É vivendo e aprendendo... Até mais.

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