quarta-feira, 28 de novembro de 2012

COLETÂNEA DE TEXTO - o que fazer?


Em quase todos vestibulares, junto a proposta de redação, temos a famosa coletânea de textos.  Mas o que fazer com ela? Assista o vídeo  do professor Rafael Cunha e veja como responder esta pergunta.
Se puder faça o seu comentário ou poste uma pergunta.
Johniere Alves ribeiro
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CARTA DO LEITOR - TEXTO DE ESFERA JORNALÌSTICA

Os textos jornalísticos, em sua maioria, têm como característica central uma linguagem associada à denotação, pois estes primam pela informação. Para a escrita do jornal ou da revista deve tentar aproximar a linguagem do plano real, pois o jornalista (em tese) não deve passar nenhum tipo de informação que não seja comprovado, caso contrário tais textos perderam a credibilidade diante o seu publico alvo.
Os gêneros textuais que circulam nesta esfera, como sabemos, tem com meio de divulgação vários espaços: revistas e jornais impressos, televisão, rádio e, mais recentemente, o mundo da web que tem desenvolvido mecanismos cada vez mais rápidos para que a informação se pulverize, tanto para computadores ( em casa ou em empresas) como para celulares, ipod´s, iped´s, dentre outros canais tecnológicos. Falamos em gêneros textuais.... Mas o que são os gêneros textuais?
Segundo Marcuschi (2001), um gênero varia de acordo com o contexto discursivo. A estrutura de uma carta, por exemplo, em geral, é sempre a mesma. Qual seja? De acordo com o autor: a) local, data; b) saudação; c) texto; d) despedida; e)assinatura. Contudo, como afirma Silva (1997 apud BEZERRA, 2003, p. 210),

[…] embora sendo cartas, não são da mesma natureza, pois circulam
em campos de atividades diversos, com funções comunicativas
variadas [...] assim, [estes] tipos de cartas podem ser considerados
como subgêneros do maior “carta”, pois todos têm em comum – sua
estrutura básica: a seção de contato, o núcleo da carta, e a seção de
despedida – mas são diversificados em suas formas de realização,
suas intenções.

        Têm-se os tipos de carta de acordo com o contexto sócio-discursivo. “É assim que temos carta pedido, carta resposta, carta pessoal, carta programa, carta circular, carta ao leitor e tantas outras” (BEZERRA, 2003, p. 201).
 Diante de tudo que foi exposto, estaremos apresentando um dos gêneros textuais que circulam no ambiente jornalístico: a carta do leitor.

Johniere Alves ribeiro

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CARTA DO LEITOR: esse tipo de texto no vestibular pretende avaliar a capacidade que o candidato tem de escrever um texto numa situação determinada, com um interlocutor fixo. Os recursos de linguagem utilizados devem ser adequados ao texto-base, com o qual deve se estabelecer a interlocução. Do mesmo modo, a opinião pessoal do candidato sobre o episódio descrito no texto deve estar presente. O uso da 1ª pessoa é viável, uma vez que a opinião pessoal do candidato deverá estar presente. Pela exigüidade do número de linhas, alguns vestibulares dispensam  as formalidades estéticas comuns às cartas, como local, data, invocação, despedida e assinatura. Portanto, fiquem atentos ao comando do enunciado.
            A linguagem da carta do leitor varia de acordo com três elementos essenciais: a intencionalidade  do texto (protestar, criticar positiva ou negativamente, brincar ou apenas “impressionar” os leitores);  o perfil do autor ( seus gostos, idade, nível cultural, etc.); o perfil do jornal ou revista ( quem é o público leitor, quais os assuntos publicados, o grau de formalismo, etc)
            Quando o teor da carta diz respeito a uma matéria assinada, o leitor deve de dirigir ao jornalista que a escreveu. Porém, se a carta disser respeito ao jornal  ou a uma matéria não assinada, então o leitor deve se dirigir ao edito, representante legal da revista ou jornal. (adaptado por Johniere Alves Ribeiro  de http://praticasescrita.blogspot.com.br/2011/05/carta-de-leitor-contexto-jornalistico.html)

CARACTERÍSTICAS DA CARTA DO LEITOR

a)       expressa a opinião do leitor sobre textos publicados em jornal ou revista;
b)       tem intencionalidade persuasiva;
c)       tem estrutura semelhante à da carta pessoal: data, vocativo, corpo do texto (assunto), expressão cordial de despedida e assinatura;
d)       linguagem de acordo com o perfil do autor, da revista ou jornal a que se destina, predominando o padrão culto formal;
e)       menor ou maior pessoalidade, de acordo com a intenção do autor; ( Adaptado de CEREJA E MAGALHÃES, 2000. IN Texto e interação. )

f)        se preferir, mande um e-mail que possui as mesmas características da carta (será mais rápido e é a forma mais indicada na atualidade, pois todo jornal e revista tem um setor responsável para receber este tipo de demanda)  .
  
Dicas de como montar a estrutura:

- Leia com atenção a proposta, pois ela norteará o que se deve fazer;
- Procure interpretar bem os textos motivadores e preste atenção se há imagem ( figuras, tirinhas, capas de revistas, etc) pois eles podem inspirar sua escrita;
- Não transcreva literalmente ( letra por letra) trechos dos textos motivadores, pois demonstra empobrecimento de argumentação em seu texto;
- Situe o leitor do seu texto (referência ao artigo, dando título, autor e edição ou data do órgão divulgador)
- Dirija-se a interlocutor fixo (diretor da revista, leitor em especial), conforme indicação no enunciado.
- Faça-o no início ( Prezado senhor: , Senhor diretor:)
- Exponha sua opinião ou posição sobre o assunto  de forma sucinta.
- Apresente razões, argumentos, sugestões.
- Encerre reforçando a sua posição ou sugerindo algo.
- Mantenha postura equilibrada e firme. ( adaptado por Johniere Alves Ribeiro)


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

REDAÇÃO NO ENEM - DICAS IMPORTANTES

REDAÇÃO DO ENEM - DICAS IMPORTANTES

 Produção textual do ENEM  apresentará algumas novidades para a correção, Por isso , é importante que o candidato precisa ter conhecimentos de algumas competências e habilidades, faz-se necessário compreender o “caminhos das pedras” para a escrita. Desse modo, veja como um site apresenta estes apectos no campo da escrita.

Johniere Alves ribeiro


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Dicas para a redação do Enem
Por Redação Eschola.com | – 06/08/2012 12:36:00
O MEC divulgou o seu Manual para a Correção das redações do ENEM, mas a imprensa deu destaque apenas aos critérios para correção das Redações com dois ou três professores e deixou de lado o mais interessante e útil para os alunos que é “o caminho das pedras” para uma boa redação dentro desses critérios.
Esse caminho começa com a definição das 5 competências que serão cobradas, cada uma delas valendo até 200 pontos em um total de 1.000.
Recomendamos fortemente que todos leiam a íntegra das recomendações porque as informações ali contidas são valiosas.
Guia do participante - Redação Enem 2012 ( acesse o site do INEP - )
A seguir, trazemos um resumo contendo o primeiro (200 pontos) e o último (zero ponto) dos cinco níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar cada uma das Competências que serão cobradas nas redações do Enem 2012:
Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
200 pontos
O participante demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal, excluem a redação da pontuação mais alta.
0 ponto
O participante demonstra desconhecimento total da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
200 pontos
O participante desenvolve muito bem o tema, explorando os seus principais aspectos. A redação contém uma argumentação consistente, revelando excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo. Isso significa que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam a tese distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com a proposta de intervenção funcionando como uma conclusão.
Além disso, os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.
0 ponto
O participante desenvolve texto que não contempla a proposta de redação: desenvolve outro tema e/ou elabora outra estrutura textual que não a dissertativo-argumentativa – por exemplo, faz um poema, descreve algo ou conta uma história.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
200 pontos
O participante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão ou proposta que mantenha
coerência com a opinião defendida na redação.
0 ponto
O participante apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de vista
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
200 pontos
O participante articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos. A redação enquadrada neste nível não poderá conter: frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de idéias sem encaixamentos sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal. Poderá, porém, conter eventuais desvios de menor gravidade: emprego equivocado do conector; emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua. Entretanto, o mesmo erro não poderá se repetir, uma vez que essa pontuação deve ser atribuída ao participante que demonstrar pleno domínio dos recursos coesivos.
0 ponto
O participante apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
200 pontos
O participante elabora proposta de intervenção clara e inovadora, relacionada à tese e bem articulada com a discussão desenvolvida no texto. São explicitados os meios para realizá-la.
0 ponto
O participante não apresenta proposta de intervenção
Com a leitura atenta da definição dessas 5 competências e entendendo bem o que será cobrado para obter o melhor nível de desempenho, o candidato terá tudo para obter um excelente resultado na prova de Redação do ENEM.




Dicas para a redação do Enem

Por Redação Eschola.com | – 06/08/2012 12:36:00
O MEC divulgou o seu Manual para a Correção das redações do ENEM, mas a imprensa deu destaque apenas aos critérios para correção das Redações com dois ou três professores e deixou de lado o mais interessante e útil para os alunos que é “o caminho das pedras” para uma boa redação dentro desses critérios.
Esse caminho começa com a definição das 5 competências que serão cobradas, cada uma delas valendo até 200 pontos em um total de 1.000.
Recomendamos fortemente que todos leiam a íntegra das recomendações porque as informações ali contidas são valiosas.
A seguir, trazemos um resumo contendo o primeiro (200 pontos) e o último (zero ponto) dos cinco níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar cada uma das Competências que serão cobradas nas redações do Enem 2012:
Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
200 pontos
O participante demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal, excluem a redação da pontuação mais alta.
0 ponto
O participante demonstra desconhecimento total da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
200 pontos
O participante desenvolve muito bem o tema, explorando os seus principais aspectos. A redação contém uma argumentação consistente, revelando excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo. Isso significa que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam a tese distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com a proposta de intervenção funcionando como uma conclusão.
Além disso, os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.
0 ponto
O participante desenvolve texto que não contempla a proposta de redação: desenvolve outro tema e/ou elabora outra estrutura textual que não a dissertativo-argumentativa – por exemplo, faz um poema, descreve algo ou conta uma história.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
200 pontos
O participante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão ou proposta que mantenha
coerência com a opinião defendida na redação.
0 ponto
O participante apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de vista
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
200 pontos
O participante articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos. A redação enquadrada neste nível não poderá conter: frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de idéias sem encaixamentos sintáticos; ausência de paragrafação; frase com apenas oração subordinada, sem oração principal. Poderá, porém, conter eventuais desvios de menor gravidade: emprego equivocado do conector; emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela língua. Entretanto, o mesmo erro não poderá se repetir, uma vez que essa pontuação deve ser atribuída ao participante que demonstrar pleno domínio dos recursos coesivos.
0 ponto
O participante apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
200 pontos
O participante elabora proposta de intervenção clara e inovadora, relacionada à tese e bem articulada com a discussão desenvolvida no texto. São explicitados os meios para realizá-la.
0 ponto
O participante não apresenta proposta de intervenção
Com a leitura atenta da definição dessas 5 competências e entendendo bem o que será cobrado para obter o melhor nível de desempenho, o candidato terá tudo para obter um excelente resultado na prova de Redação do ENEM.

ENEM - RETA FINAL


Segue algumas dicas para a reta final do ENEM.  As informações foram retiradas do site do Yahoo.
Um abraço a todos.

Johniere Alves Ribeiro
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Dicas para a reta final do Enem
Por | Redação Eschola.com – 31/10/2012 12:25:00
 Os últimos dias de preparação para a prova do Enem estão chegando e pensando nisso a ESCHOLA.COM preparou algumas dicas para você ter um bom aproveitamento no exame. Antes de tudo, os especialistas recomendam que os candidatos não fiquem ansiosos nos dias antecedentes à data da prova e, em especial, ter autoconfiança.
Abaixo uma série de dicas que podem  ajudar nesses últimos dias.
1- Já confirmou o local da prova? Já foi até lá para calcular o tempo que leva pra chegar? Viu exatamente onde é o portão, para não se perder? Aproveite o feriado e cheque seu itinerário.
2- Os portões de acesso são abertos às 12h e fechados às 13h. Recomenda-se que todos os participantes compareçam ao local de realização das provas até as 12h, de acordo com o horário oficial de Brasília. Veja essas e outras dicas no Portal do INEP/MEC
http://www.enem.inep.gov.br/fique-atento.html
3- Já estudou gráficos, tabelas e mapas? Eles vão cair com certeza porque várias matérias, como Matemática, Ciências, Geografia e História usam essa forma de representação. Desde 2009 o ENEM é muito mais raciocínio que "decoreba" e uso dessas formas de representação gráficas tem tudo a ver com isso.
 “ A leitura de tabelas e de gráficos ocupa um lugar de destaque no estudo, pois tais elementos complementam as informações de livros didáticos, jornais, revistas e facilitam a aproximação da teoria com a realidade. As vezes, durante de um texto, encontramos gráficos e tabelas que precisamos interpretar... “
 4- Em Biologia, releia tudo sobre Ecologia e Meio-Ambiente. Leia na Internet sobre a Rio+20.
 5- Em Matemática, releia tudo sobre Estatística, Porcentagens e Probabilidade.
 6- Na reta final não adianta tentar recuperar toda a matéria. Escolha alguns itens de matérias nas quais você acha que está fraco e releia esses assuntos!
O jornal "O Estado de São Paulo" apurou junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) que, desde 2009, quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou a ser considerado um vestibular unificado, o número de redações anuladas vem crescendo a cada ano. O número de textos invalidados aumentaram 168% entre 2009 e 2011. Os dados tem relação direta com as mudanças nas regras de correção, com as diferentes propostas de redação a cada edição do exame e também com o perfil dos inscritos, segundo especialistas. No Enem de 2011, foram anuladas 137.161 redações, ou 2,5% do total das provas, contando as que foram entregues em branco.
Além de vestibular, o Enem passou a ser usado após 2009 como certificação do ensino médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além de critério para bolsas no Programa Universidade Para Todos (ProUni) e financiamento estudantil.
Já foram publicados aqui alguns assuntos que são possíveis temas para a redação e também o Manual para a Correção das redações do Enem  com um “caminho das pedras” para uma boa redação dentro desses critérios.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

JOSÉ SARAMAGO - A MAIOR FLOR DO MUNDO


Um dia escrevi para o Jornal da Paraíba sobre Saramago:

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Subversão estilística em Ensaio sobre a cegueira. ( Publicado)


Por Johniere Alves Ribeiro. Mestr  e em Literatura e Interculturalidade.

Quem tem contato pela primeira vez com um romance de José Saramago, principalmente com os produzidos pós Ensaio sobre a cegueira, se impressiona com o modelo por ele praticado. Sua escrita, a partir deste romance, ganha um tom originalíssimo, rompendo com os paradigmas presente em Terra do Pecado( 1947) seu primeiro romance e até mesmo de Levantado do Chão (1980) obra que faz com que Saramago ganhe o prestigio dos críticos.
Durante a leitura nos sentimos presos a uma teia de signos. Sua linguagem leve, sua pontuação, parecida com a da fala; a forma como ele consegue enquadrar a seqüência lógica das cenas envolve-nos, de tal maneira, que não conseguimos abandonar a leitura do romance. 
Compreender a escrita de José Saramago é tentar percorrer um labirinto, mas com um mapa à mão, no qual podemos encontrar a saída, uma espécie de “fio de Ariadine”. Isto se dá ao fato do autor - como todo bom escritor - fundir ao seu estilo a densidade formal, advinda da complexidade dos temas, com a simplicidade de um contador de história que consegue prender, por meio do som, ritmo e imagens a atenção do seu leitor, que ofegantemente tenta chegar ao fim da trama
Para estabelecer este labirinto lingüístico, Saramago rompe com a tradição clássica de escrever um romance, é por isso que não se encontra em ESC as “devidas” marcas de pontuação para delimitação dos diferentes momentos da fala dos personagens, todavia durante a leitura da obra, apesar de tal inovação, o leitor aos poucos vai se acostumando à lógica interna da narrativa e percebe que as letras maiúsculas é que indicam o momento em que um novo locutor ou interlocutor estabelece seu discurso.
Fica notório que esta forma de escrever segue o modelo contínuo do pensamento. E apesar de não estar expressa numa seqüência paragrafal, podemos perceber uma ordem cronológica bem próxima do que acontece nos enredos tradicionais. Dessa forma, quem fica responsável para delimitar tal prerrogativa é a mente do leitor. Marco Lucchesi, pesquisador em Literatura, sobre este aspecto comenta:  Já não se trata de uma palavra peregrina, mas de uma palavra comprometida. ( LUCCHESI: 1997, p.16) 
Ainda é importante ressalta que, neste romance, o autor não indica os nomes dos personagens, o que reincidirá em suas obras posteriores. Assim, quem lê percebe que a apresentação dos personagens se prende a sua função social e suas características físicas, como por exemplo: a mulher do médico, sou polícia, o menino estrábico.  
Subversão. Talvez seja essa a definição que poderíamos dar a este estilo produzido pelo autor português. Subversão ao pontuar seus romances, subversão ao elencar temas que envolva a esfera social, mas que não torna sua obra meramente panfletária; subversão ao mudar a lógica da narrativa, etc. Esta talvez seja a maior das características da escrita saramaguiana, a partir de ESC , um tópico que renova o conjunto de seu obra.  ( Jornal da Paraiba. Opinião. 2007)

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Escrevi por admiração ao autor  e pelo modo como ele me surpreendeu, mas  no vídeo que segue inspirado no conto “A maior flor do mundo” me deixou ainda mais impressionado pela escrita deste Prémio Nobel da Literatura.
Assista você também o vídeo e comete-o, depois procure um dos livros deste autor para ler.
Johniere Alves Ribeiro

LITERATURA BRASILEIRA PARA O MUNDO

Segue uma propaganda belíssima da nossa Literatura para o Mundo. É o Brasil se relocando no contexto mundial das Letras. Ver esta propaganda nos dá orgulho de sermos brasileiros e saber que há tantas vozes que falam por nós planeta a fora.Espero que você se emocione também.
E se você gostou, comente.

Ps: Veja também um puco de Jessier Quirino  
Johniere Alves Ribeiro
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sábado, 13 de outubro de 2012

ENTRE LLOSA E CHICO BUARQUE - CRITICO PARAIBANO LANÇA LIVRO


O contista, crítico, ensaista, profesor doutor em História da Literatura Rinaldo Fernandes lança lirvo sobre Llosa e Crico Buarque. Veja na matéria de Linaldo Guedes. 

Johneire Alves Ribeiro
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Rinaldo de Fernandes lança livro com ensaios sobre Vargas Llosa e autores brasileiros


Lançamento será no próximo dia 18, no Terraço Brasil, em João Pessoa

O livro Vargas Llosa: um Prêmio Nobel em Canudos – ensaios de literatura brasileira e hispano-americana, de Rinaldo de Fernandes, será lançado próxima quinta-feira, dia 18 de outubro, a partir de 19h30, no Terraço Brasil, na praia do Cabo Branco, em João Pessoa. O livro está saindo pela Ed. Garamond, do Rio de Janeiro, em seu principal selo, o Garamond Universitária. 
Vargas Llosa: um Prêmio Nobel em Canudos reúne um conjunto consistente de ensaios de um autor que já está consolidado na literatura brasileira contemporânea. Organizador de conhecidas obras de ensaios e contos, tais como O clarim e a oração: cem anos de Os Sertões, Chico Buarque do Brasil: textos sobre as canções, o teatro e a ficção de um artista brasileiro, Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea e Capitu mandou flores: contos para Machado de Assis nos cem anos de sua morte, Rinaldo de Fernandes, doutor em Teoria e História Literária pela Unicamp e professor de literatura na UFPB, é também contista premiado e, em 2009, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e do Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon com o romance Rita no Pomar.
São abordadas no livro as principais vertentes do conto recente no ensaio “O conto brasileiro do século 21”, que abre o volume e que é produto de alguns anos de pesquisas, de anotações, de acompanhamento de perto da produção dos nossos contistas. Autores como Luiz Vilela, Marçal Aquino, Marcelo Mirisola, Ronaldo Correia de Brito, André Sant’Anna, Dalton Trevisan, Nelson de Oliveira, Antonio Carlos Viana, Marcelino Freire, Cecília Prada, Tércia Montenegro, Sérgio Sant’Anna, Moacyr Scliar, entre vários outros, têm seus textos interpretados nesse ensaio que comenta cerca de 30 contos brasileiros da atualidade.
Os ensaios sobre Euclides da Cunha e, em especial, sobre Vargas Llosa, produtos da pesquisa de doutorado do autor na Unicamp, recobrindo obras como Os sertões e A guerra do fim do mundo e as representações que elas fazem da Guerra de Canudos, atestam a grande habilidade do ensaísta em manusear, não só as obras, mas a melhor crítica hispano-americana contemporânea. E, ainda como produtos de sua pesquisa de doutorado, também são destaques dois ensaios sobre o romance histórico. O primeiro, trazendo a teoria de Georg Lukács sobre o gênero, é bastante útil para o público brasileiro, pois expõe pontos centrais do importante livro do pensador húngaro O romance histórico – só há pouco traduzido no país. O segundo – também muito útil para o público brasileiro – aborda a tradição do romance histórico na América Latina e, especialmente, o romance histórico hispano-americano recente. Ainda no âmbito da literatura hispano-americana, “A estrutura do conto ‘Bestiário’, de Cortázar”, é certamente uma bela contribuição para os estudos do autor argentino.
Nas abordagens de autores do regionalismo brasileiro de 30, destaque para “São Bernardo – a reificação de Paulo Honório revisitada”. Aqui, além de uma releitura atenta de ensaio conhecido de Luiz Costa Lima, é feita uma análise em minúcias do romance de Graciliano Ramos. Em “José Lins do Rego – aspectos da obra, considerações da crítica” são apresentadas as principais linhas de força da crítica sobre o escritor paraibano. Finalmente, e antes de uma análise instigante do poema de Ferreira Gullar “Não há vagas” e de um ensaio/depoimento sobre o preparo e os propósitos da antologia de recriações Capitu mandou flores, há dois ensaios precisos, abordando duas composições de Chico Buarque – “Mulheres de Atenas” e “Las muchachas de Copacabana”. O ensaísta, neste ponto, se apresenta como um preparado e sensível leitor de poesia.
O volume traz ainda uma muito bem pesquisada cronologia da vida e obra de Chico Buarque, artista sobre o qual o autor, além de ter feito o seu mestrado, organizou a antologia de sucesso editorial Chico Buarque do Brasil. De sucesso editorial e também de crítica, pois se tornou um dos principais livros de referência para professores e pesquisadores da obra do compositor e escritor.
Completa o volume duas entrevistas concedidas ao jornalista Linaldo Guedes – uma sobre Euclides da Cunha e outra sobre Chico Buarque.