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Johniere Alves Ribeiro
Niolelis - cientista brasileiro, que tem sua base estudos no Rio Grande do Norte - Nordeste do Brasil - pode voltar a supreender o mundo com o seu projeto " Walk Again", proto de um exoesqueleto comandado por ondas celebrais. Este sim é o Cara!!!
Exoesqueleto começa sua fase de testes finais para a abertura da Copa do Mundo. (Divulgação/Facebook)
A recuperação de pessoas paraplégicas pode dar um grande passo nos próximos anos. Miguel Nicolelis, cientista brasileiro, anunciou em sua página do Facebook, que o exoesqueleto concluiu 18 passos e três chutes na tarde da última segunda-feira (28). Nesta terça-feira (29), um paciente conseguiu controlar o exoesqueleto através da atividade cerebral. Segundo o relato de Nicolelis, a equipe ficou impressionada e bastante emocionada com os primeiros passos do protótipo.
O exoesqueleto é fruto de anos de trabalho de uma equipe internacional de cientistas e engenheiros do projeto "Walk Again", liderado pelo brasileiro Miguel Nicolelis, que lança nesta terça-feira, em sua página no Facebook, a documentação do projeto até as vésperas da Copa do Mundo. Nicolelis já está treinando em um laboratório de São Paulo nove homens e mulheres paraplégicos, com idades de 20 a 40 anos, para usar o exoesqueleto. Três deles serão escolhidos para participar do jogo de abertura entre Brasil e Croácia.
Em março, a equipe de pesquisadores foi a jogos de futebol em São Paulo para verificar se a radiação do telefone móvel das multidões pode interferir com o processo. As ondas eletromagnéticas poderiam fazer o exoesqueleto se comportar mal, mas os testes foram animadores. As chances de mau funcionamento são poucas.
O voluntário que usar o exoesqueleto vestirá também um boné equipado com eletrodos para captar suas ondas cerebrais. Estes sinais serão transmitidos para um computador em uma mochila, onde serão descodificados e usados para mover condutores hidráulicos na roupa. O exoesqueleto é alimentado por uma bateria que permite a duas horas de uso contínuo.
Sob os pés do operador estarão placas com sensores para detectar quando o contato é feito com o solo. A cada pisada, um sinal dispara até um dispositivo vibratório costurado no antebraço da camisa do usuário. O dispositivo parece enganar o cérebro, que pensar que a sensação vem de seu pé. Em simulações de realidade virtual, os pacientes sentiram que suas pernas estavam se movendo e tocando alguma coisa. Em outros testes, os pacientes usaram o sistema para andar em uma esteira.
*Com informações da Agência O Globo ________________________________________________________________________
25/03/2014 16h53 - ATUALIZADA EM: 25/03/2014 17h11 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
CIENTISTA MIGUEL NICOLELIS DIVULGA VÍDEO DE EXOESQUELETO QUE SERÁ USADO NA COPA
OITO PACIENTES PARAPLÉGICOS DA AACD JÁ ESTÃO APTOS A CONTROLAR OS MOVIMENTOS DO EXOESQUELETO USANDO A ATIVIDADE ELÉTRICA CEREBRAL
O cientista Miguel Nicolelis divulgou nesta terça-feira (25/03), a menos de três meses do início da Copa do Mundo, um vídeo em que mostra um paciente do Projeto Andar de Novo usando sua atividade cerebral pela primeira vez para controlar os movimentos de um andador robótico que simula o funcionamento de um exoesqueleto. O projeto do cientista prevê que crianças deficientes dêem o 'pontapé inicial' durante a abertura da Copa do Mundo de 2014.
De acordo com a divulgação, feita pelo Facebook de Nicolelis, o grupo de oito pacientes paraplégicos da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) já está apto a controlar os movimentos do exoesqueleto usando a atividade elétrica cerebral. “O princípio está provado! Mais uma etapa vencida!”.
Projeto Uma das inovações do exoesqueleto é o controle por meio da atividade cerebral. Para Nicolelis, o sucesso do projeto nacional, aliado à visibilidade que a Copa pode trazer, é um marco comparável à ida do homem à Lua.
Com base em Natal (RN), o Andar de Novo tem participação do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra e é apoiado no país pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pela Agência Brasileira de Inovação (Finep), que investiu R$ 33 milhões no projeto.
O
gosto pela cultura clássica, que se inicia no século XVI, com o Renascimento,
perdura ate o século XVII. Com o tempo, ele foi se restringindo ao público
aristocrático formado pela nobreza e pelo alto clero. Com a ascensão da
burguesia ao poder na França, em 1789, surge a necessidade de uma arte
sintonizada com aquele contexto social e com a sensibilidade do novo público
que se formava. Essa arte é o Romantismo. (http://www.facos.edu.br/old/projetos/letras/ensiqlopedia/arquivos/ensiqlopedia3/romantismo.htm)
Com a ascensão da burguesia ao poder na
França, em 1789, surge a necessidade de uma arte harmonizada com o contexto
social e com o perfil do público que se formava.
Em
meados de 1789, a burguesia capitalista industrial consolidou um padrão
artístico próprio, em oposição aos padrões da aristocracia que vigoravam nos
três séculos anteriores. Essa nova arte é o Romantismo.
O
Romantismo transpirava rebeldia e gosto pela liberdade, foi uma fase voltada
para os assuntos contemporâneos e para o cotidiano do homem burguês do século
XIX. Esse valorizava o homem emotivo, intuitivo e psicológico, e por isso
desprezava o racionalismo dos iluministas.
O
Romantismo é a manifestação cultural de uma época de transformações e rupturas,
de lutas e incertezas. Na literatura romântica se verificam traços típicos do
gosto e da sensibilidade moderna.
Entre
outras, o Romantismo apresenta as seguintes características:
-
Individualismo: O homem burguês deu livre expressão a seus sentimentos e
emoções mais íntimos.
-
Feição anticlássica: A estética romântica proclamou a liberdade individual do
artista.
-
Fuga da realidade: A insatisfação com o mundo leva o romântico a fugir da
realidade, expressando suas obras de várias maneiras: fuga para a natureza,
fuga para o passado, fuga para o interior de si mesmo, fuga para o lado noturno
de vida, para o misticismo, o sobrenatural, o sonho, a loucura ou a própria
morte.
-
Nacionalismo: O nacionalismo romântico floresce, e propaga a idéia de que cada
povo é único e criativo, e expressa seu gênio na linguagem, na literatura, nos
monumentos e tradições populares.
Introdução
O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se
inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final
do século XIX.
O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e
Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro
país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela
Europa e pela América.
As características principais deste período são : valorização das emoções,
liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo,
nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais
do iluminismo e
pela liberdade conquistada na Revolução
Francesa.
Artes Plásticas
Nas artes
plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e
o francês Eugène Delacroix são
os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas representavam a
natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as emoções e os
sentimentos em suas obras de arte.
Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich,
enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e
aos problemas gerados pela Revolução
Industrial.
Literatura
Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos
XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras
estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram
: amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus
mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta
inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas
Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na
França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e
Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.
Música
Na música ocorre a valorização da liberdade de expressão, das emoções e
a utilização de todos os recursos da orquestra. Os
assuntos de cunho popular, folclórico e
nacionalista ganham importância nas músicas.
Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas
últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von
Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz,
Franz Liszt e Richard Wagner.
O Guarani - Carlos Gomes- Música Erudita Romântica no Brasil
Symphony No. 9 ~ Beethoven
Teatro
Na dramaturgia o romantismo se manifesta valorizando a religiosidade, o
individualismo, o cotidiano, a subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois
dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich von Schiller.
Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em
Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida
Garrett.
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O ROMANTISMO NO BRASIL
Em nossa terra, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da
Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período,
nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os
artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas
questões sociais e políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o amor
sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação
histórica do nosso pais e o cotidiano popular.
Artes Plásticas
As obras dos pintores
brasileiros buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos
históricos importantes. Desta forma, os artistas contribuíam para a formação de
uma identidade nacional. As obras principais deste período são : A Batalha do
Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes de Victor Meirelles.
Literatura romântica brasileira
No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades de
Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na
literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações:
1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou
indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais,
fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom
selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase
os seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto
Alegre e Teixeira e Souza.
2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase
ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados
ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da
morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores
deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores
desta fase : Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.
3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia social ou
hugoana. textos marcados por crítica social. Castro Alves,
o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no
poema Navio Negreiro.
Música Romântica no Brasil
A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas
músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem
de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de
maior importância desta época.
Teatro
Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o
individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia
brasileira desta época. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de Gonçalves de
Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também
podemos destacar a peça O Noviço de Martins Pena.
O
pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um movimento e por isso deve ser
encarado como fase.
Não
possui um grande número de representantes mas conta com nomes de imenso valor
para a literatura brasileira que formaram a base dessa fase.
O
pré-modernismo, também conhecido como período sincrético. Os autores embora
tivessem cultivado formalismos e estilismos, não deixaram de mostrar
inconformismo perante suas próprias consciências dos aspectos políticos e
sociais, incorporando seus próprios conceitos que abriram o caminho para o
Modernismo.
Essa
foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes jóias como Canaã de
Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro Lobato.
O
que se convencionou em chamar dePré-Modernismo, no Brasil,não constitui uma escola literária, ou
seja, não temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideário,
seguindo determinadas características. Na realidade, Pré-Modernismo é um termo
genérico que designa toda uma vasta produção literária que caracterizaria os
primeiros vinte anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas
tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e simbolistas, que
continuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo
regionalismo, outros preocupados com uma literatura política e outros, ainda,
com propostas realmente inovadoras.
Por
apresentarem uma obra significativa para uma nova interpretação de realidade
brasileira, bem como pelo valor estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao
estudo de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e
Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período que se inicia em 1902 com a
publicação de dois importantes livros -Os sertões, de
Euclides da Cunha eCanaã, de Graça
Aranha - e se estende até o ano de 1922, com a realização da Semana da Arte
Moderna.
Momento
Histórico
Enquanto
a Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a viver, a
partir de 1894, um novo período de sua história republicana: com a posse do
paulista Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a
"República do café-com-leite", dos grandes proprietários rurais, em
substituição a "República da Espada" (governos do marechal Deodoro e
do marechal Floriano). É a áurea da economia cafeeira no Sudeste; é o movimento
de entrada de grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o
esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de urbanização de São
Paulo.
Mas
toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais claros os fortes contrastes da
realidade brasileira. É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do
Nordeste partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na
Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha;
nos primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como
figura central o padre Cícero, o famoso "Padim Ciço"; em todo o
sertão vive-se o tempo do cangaço, com a figura lendária de Lampião.
O
Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais intensa revolta popular, sob
o pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por
Oswaldo Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de
vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra importante
rebelião, desta vez dos marinheiros liderados por João Cândido, o
"almirante negro", contra o castigo corporal, conhecida como a
"Revolta de Chibata". Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes
trabalhadoras sob a orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por
melhores condições de trabalho.
Essas
agitações são sintomas de crise na "República do café-com-leite", que
se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os
questionamentos da Semana da Arte Moderna.
Características
Apesar
de o Pré-Modernismo não constituir uma escola literária, apresentando
individualidades muito fortes, com estilos às vezes antagônicas - como é o
caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e Lima Barreto -, podemos perceber
alguns pontos em comum entre as principais obras pré-modernistas.
Apesar
de alguns conservadorismos, são obras inovadoras, apresentando uma ruptura com
o passado, com o academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteadas de
palavras "não poéticas" como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma
afronta à poesia parnasiana ainda em vigor;a
denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado deRomantismoe Parnasianismo; o Brasil não oficial do sertão
nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do
Pré-Modernismo:
o regionalismo, montando-se um vasto painel
brasileiro: o Norte e Nordeste com Euclides da Cunha; o Vale do Paraíba e
o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito do Santo com Graça
Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto;
os tipos humanos marginalizados: o sertanejo
nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos;
uma ligação com fatos políticos, econômicos e
sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a
ficção.
·Nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX, o Brasil
também viveu sua bélle époque. Nesse período nossa literatura caracterizou-se
pela ausência de uma única diretriz. Houve, isso sim, um sincretismo estético,
um entrecruzar de várias correntes artístico-literárias. O país vivia na época
uma constante tensão.
·Nesse contexto, alguns autores refletiam o inconformismo diante de uma
realidade sócio-cultural injusta e já apontavam para a irrupção iminente do
movimento modernista. Por outro lado, muitas obras ainda mostravam a influência
das escolas passadas: realista/naturalista/parnasiana e simbolista. Essa
dicotomia de tendências, uma renovadora e outra conservadora, gerou não só
tensão, mas sobretudo um clima rico e fecundo, que Alceu Amoroso Lima chamou de
Pré-Modernismo.
Quanto à prosa,
podemos distinguir três tipos de obras:
1- Obras de ambiência rural e
regional - que tem por temática a paisagem e o homem do interior.
2- Obras de ambiência urbana
e social - retratando a realidade das nossas cidades.
3- Obras de ambiência
indefinida - cujos autores produzem uma literatura desligada da
realidade sócio-econômica brasileira.
Características
:
A) ruptura com o passado -
por meio de linguagem chocante, com vocabulário que exprime a “frialdade
inorgânica da terra”.
B) inconformismo diante da
realidade brasileira - mediante um temário diferente daquele usado
pelo romantismo e pelo parnasianismo : caboclo, subúrbio, miséria, etc..
C) interesse pelos usos e
costumes do interior - regionalismo, com registro da fala rural.
D) destaque à psicologia do
brasileiro - retratando sua preguiça, por exemplo nas mais diferentes
regiões do Brasil.
J) emprego de uma linguagem
mais simples e coloquial - com o objetivo de combater o rebuscamento e
o pedantismo de alguns literatos.
Principais autores
:
Na poesia: Augusto dos
Anjos, Rodrigues de Abreu, Juó Bananére, etc..
Na prosa: Euclides da
Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato, Afonso Arinos, Simões
Lopes, Afrânio Peixoto, Alcides Maia, Valdomiro Silveira, etc...
Lima Barreto:
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de
Janeiro, em 13 de maio de 1881. Mulato, de família humilde e culta, perdeu a
mãe aos 7 anos. Pela mão de seu padrinho de batismo, o visconde de Ouro Preto,
ministro do Império, completou os estudos no Ginásio Nacional, entrando em 1897
na Escola Politécnica, com o objetivo de formar-se engenheiro. Teve, porém, de
abandonar o curso para assumir o sustento da família, por causa do
enlouquecimento do pai, em 1902. Ocupando um pequeno cargo público, de
amanuense, passou a colaborar na imprensa e a escrever seus primeiros romances.
Estreou na literatura com Recordações do Escrivão Isaías Caminha,
publicado em 1909. Dois anos depois, Triste Fim de Policarpo Quaresma saiu
em folhetins no Jornal do Commercio. A primeira edição em livro é
de 1915. Vítima de crises de depressão e do alcoolismo, Lima Barreto foi
internado duas vezes em um manicômio, antes de morrer, em 1° de novembro de
1922, de infarto. Autor de obra realista e social, é considerado
pré-modernista.
Sobre Triste fim de
Policarpo Quaresma:
·Triste Fim de Policarpo Quaresma: O personagem
principal é um idealista apaixonado pelo Brasil que vê suas idéias e seu
patriotismo ser motivo de chacota e de isolamento, enquanto políticos corruptos
e personagens vazios formam a elite do país
·Triste Fim de Policarpo Quaresma surgiu
como um romance de folhetim em edições semanais, em 1911. Quatro anos depois,
foi publicado em um livro. Seu autor, Lima Barreto, era um mulato com idéias
socialistas e um estilo de escrever inovador, cuja linguagem simples e direta
podia ser compreendida pelo leitor popular.
O meio intelectual da época, que ainda vivia sob forte influência romântica e
parnasiana, reagiu chamando o escritor de semianalfabeto, condenando-o à
marginalidade e ao ostracismo. Lima Barreto sofreu muito por criticar os
poderosos de seu tempo, e suas desilusões não foram poucas. O escritor esteve
internado em sanatório, tornou-se alcoólatra e morreu com apenas 41 anos, em
estado de completo abandono e de miséria.
QUIXOTE BRASILEIRO
Grande parte da narrativa pode ser sintetizada como o elenco das desilusões do
protagonista com o seu país. Policarpo Quaresma é um personagem de má sina,
como seu nome indica – “poli”, muito, e “carpo”, choro, sofrimento –, e também
o sobrenome “Quaresma”, período de penitências e resguardo que começa no fim do
Carnaval e se estende por 40 dias.
Como personagem, Policarpo tem muito de Dom Quixote, pois se cerca de uma visão
do sublime que a realidade a sua volta não comporta. É ridicularizado por
todos, mas essa zombaria mal esconde a mediocridade de quem ri de suas atitudes
e idéias. Entre seus companheiros de romance, Policarpo é o único que tem um
ideal maior, que não se deixa levar pelo mundo comezinho e limitado que era a
alta sociedade carioca do século XIX.
Augusto dos Anjos:
Augusto
de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 28 de abril de 1884, no Engenho do
Pau d’Arco (PB).
Seus pais
eram proprietários de engenhos, os quais seriam perdidos alguns anos mais
tarde, em razão do fim da monarquia, da abolição e da implantação da república.
Foi
educado pelo próprio pai até ao período antecedente à faculdade. Formou-se em
Direito no Recife, contudo, nunca exerceu a profissão. Criado envolto aos
livros da biblioteca do pai, era dedicado às letras desde muito cedo. Ainda
adolescente, o poeta publicava poesias para o jornal “O Comércio”, as quais causavam
muita polêmica, por causa dos poemas era tido como louco para alguns e era
elogiado por outros. Na Paraíba, foi chamado de “Doutor Tristeza” por causa de
suas temáticas poéticas.
Em 1910, casa-se com Ester Fialho, com quem tem três filhos. O primeiro filho
morre prematuramente. Quando a situação financeira da família se agrava, com o
advento da industrialização e a queda do preço da cana-de-açúcar, o autor
muda-se para o Rio de Janeiro. Nesta cidade, enfrenta o desemprego até
conseguir o cargo de professor substituto na Escola Normal e no Colégio Pedro
II, complementando-o com a renda das aulas particulares.
Em 1914,
transfere-se para Minas Gerais, por causa de uma nomeação como diretor do Grupo
Escolar de Leopoldina, a qual conseguiu com ajuda de um cunhado. Após alguns
meses da mudança, o poeta morre aos 12 de novembro do mesmo ano, vitimado por
pneumonia.
Augusto
dos Anjos vivenciou a época do parnasianismo e simbolismo e das influências
destas escolas literárias através de seus escritores, como: Olavo Bilac,
Alberto de Oliveira, Cruz e Souza, Graça Aranha, dentre outros. Porém, o único
livro do escritor, intitulado “Eu”, trouxe inovação no modo de escrever, com
idéias modernas, termos científicos e temáticas influenciadas por sua
multiplicidade intelectual. Pela divergência dos assuntos tratados pelo autor
em seus poemas em relação aos dos autores da época, Augusto dos Anjos se
encaixa na fase de transição para o modernismo, chamada de pré-modernismo.
O poeta
tinha como tema uma profunda obsessão pela morte e teve como base a idéia de
negação da vida material e um estranho interesse pela decomposição do corpo e
do papel do verme nesta questão. Por este motivo foi conhecido também como o
“Poeta da morte”.
Sua única obra marca a literatura brasileira pela linguagem e temática
diferenciadas. ( Sabrina Vilarinho) RONALDO CUNHA LIMA RESPONDENDO SOBRE AUGUSTO DOS ANJOS
Características dos poemas:
·Através de uma poesia formalmente trabalhada, numa linguagem
cientificista-naturalista, ao lado de uma poesia sem rodeios, objetiva, Augusto
dos Anjos atingiu uma popularidade incrível. Nela, ele exprimia seu “pessimismo”, sua angústia
diante dos problemas pessoais e a incerteza diante de um novo século e umaGuerra Mundialemergente. Daí a constância do tema “morte” e, após ela,
nada mais além da desintegração e dos vermes.
·Usando de forma inusitada palavras estranhas até então
consideradas “inadequadas” para a construção da grande poesia, Augusto dos
Anjos criou grandes efeitos sonoros e rítmicos: a musicalidade, um de seus dotes
mais admirados, exerce forte influência em nossa sensibilidade.
·Com a obra de Herbert Spencer, teria aprendido
a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a evolução
da natureza e da humanidade. De Ernst Haeckel, teria absorvido o conceito da
monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato
químico. Arthur Schopenhauer o teria inspirado a perceber que o aniquilamento
da vontade própria seria a única saída para o ser humano. E da Bíblia Sagrada
ao qual, também, não contestava sua essência espiritualística, usando-a para
contrapor, de forma poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em
principal os ideais iluministas/materialistas que, endeusando-se, se emergiam
na sua época.
*
Um personagem constante em seus poemas é um pé de tamarindo que ainda hoje
existe no Engenho Pau d'Arco.
* Seu amigo Órris Soares conta que Augusto dos Anjos costumava compor "de
cabeça", enquanto gesticulava e pronunciava os versos de forma excêntrica,
e só depois transcrevia o poema para o papel.
* De acordo com Eudes Barros, quando morava no Rio de Janeiro com a irmã,
Augusto dos Anjos costumava compor no quintal da casa, em voz alta, o que fazia
sua irmã pensar que era doido.
* Embora tenha morrido de pneumonia, tornou-se conhecida a história de que
Augusto dos Anjos morreu de tuberculose, talvez porque esta doença seja
bastante mencionada em seus poemas.
* Um exemplar do Eu faz parte da biblioteca da
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, por causa dos termos científicos que
Augusto dos Anjos utilizava em suas composições. * "Eu e outras poesias" (disponível
gratuitamente em PDF) é a reunião do livro "Eu" (publicado em vida) a
outras poesias que foram acrescentadas postumamente à obra.
Informações adaptadas
por Johniere Alves Ribeiro de: